Crítica: O Nome da Morte | O homem que matou 492 pessoas

O Nome da Morte é também o título do livro reportagem O Nome da Morte: A História Real de Júlio Santana, o homem que já matou 492 pessoas (Autor Klester Cavalcanti, Editora Planeta do Brasil, 2006, 245 páginas), ambos narram a história de Júlio Santana desde a sua inserção no mundo do crime até o momento em que resolveu sair. No longa-metragem Júlio é interpretado por Marco Pigossi, desde garoto levando uma vida humilde no estado do Amazonas até o momento que é levado pelo seu tio Cícero (André Mattos) para a cidade grande com a expectativa de mudar de vida. Mas, Júlio fica mais que surpreendido ao descobrir que seu tio é um assassino de aluguel e é essa a proposta de “emprego” que Cícero tem para ele.

Capa do Livro “O Nome da Morte: A História Real de Júlio Santana, O Homem que Matou 492 pessoas”

Inicialmente Julio fica muito assustado com toda aquela realidade de vida de seu tio, por ser um homem humilde, de família e religioso até o momento que ele se dá conta dos benefícios financeiros que a profissão traz e começar a mudar de ideia. Moises foi sua primeira vítima fatal, a partir dele o filme fica dividido por blocos marcados por números cada vez maiores que representam o número de pessoas mortas por ele. Nomes e números que ficavam marcados em seu caderno com capa de desenho animado.

O roteiro do filme é do consagrado George Moura, além de roteirista é criador de séries da Rede Globo como Amores Roubados (2014) e o Canto da Sereia (2013) e assina o roteiro de filmes como Getúlio (2013), Redemoinho (2017) e O Grande Circo Místico (Estréia prevista para 2018), ou seja, o que dá para se esperar é algo já nos formatos conhecidos de filmes e séries da Globo Filmes, o que não necessariamente é ruim, mas com certeza garante ao expectador coisas clichês de outras obras nacionais como inserir cenas de ironias e que são alvo de piadas, mesmo se tratando de uma história de um assassino e um drama. Quando a trama toda parece ir bem, tem que colocar uma coisa grotesca no meio.

Retomando a história, Cícero, o tio de Júlio, que foi quem o levou para essa vida de assassinatos em troca de dinheiro é interpretado por nada mais, nada menos que André Mattos (Tropa de Elite 2, 2010) que já atuou em diversos filmes e sempre interpreta esse típico personagem brasileiro, que mesmo sendo um mafioso não perde o “bom humor”. Fabiula Nascimento (Como é Cruel Viver Assim, 2018) encarna a esposa de Julio, mulher forte e sensível, mas que se deixa levar pela vida boa trazida pelo trabalho do marido. Aliás, o marido interpretado por Marco Pigossi, não é muito convincente, então você se pergunta: logo o protagonista? E eu te respondo que Sim. Pois, Pigossi já é popularmente conhecido por fazer mocinhos em novelas e séries – também da Rede Globo – portanto fica difícil associar o rostinho de príncipe a um serial killer tupiniquim.

O filme dirigido por Henrique Goldman (Diretor em Jean Charles, 2009) é um bom filme e é uma boa apresentação da história polêmica e dramática que foi a vida de Júlio Santana, que se trata de uma história real; mostrando os seus altos e baixos e o que motivou o rapaz a entrar e permanecer nessa vida. Fatos às vezes demonstrados com certo exagero, o que poderá ser notado pelo expectador e que é infelizmente algo comum nos longas-metragens nacionais.

Nota: 

 

Trailler

Título Original: O Nome da Morte

Direção: Henrique Goldman

Elenco: Marco Pigossi, Fabiula Nascimento, André Mattos, Matheus Nachtergaele, Tony Tornado, Augusto Madeira, Martha Nowill

Sinopse: Júlio Santana é um pai de família, homem caridoso e um orgulho para os seus pais. No entanto, ele esconde outra identidade sob a fachada exemplar: ele é um assassino profissional responsável por 492 mortes.

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