Uma princesa louca!

Incrível como a pessoa depois que se dedica a algo uma “vida” diferente se abre. Desde que comecei a me dedicar aos estudos para concurso para diplomata, em especial os conteúdos de História do Brasil, nenhum feriado passa desapercebido por mim, seja municipal, estadual ou nacional. Agora avalie se fizer parte da “evolução” do país e tiver um filme representando, o céu é o limite.

O feriado da vez é a Proclamação da República brasileira. Está certo que essa República aí não é a ideal, mas pelo menos é uma. Está certo que o filme “Carlota Joaquina – Princesa do Brasil” fala da época do exílio da família real na colônia portuguesa, ou seja, nem era Brasil ainda, mas uma coisa leva a outra e o filme vale a pena ser discutido.

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Carla Camurati

O filme, que foi dirigido por Carla Camurati e lançado em 1995, começa por volta de 1807, quando a corte portuguesa se preparava para “fugir” do Portugal sob a ameaça de invasão de Napoleão Bonaparte e suas Guerras Napoleônicas. Nesta época quem estava servindo como príncipe regente era D. João (D. João VI para a colônia) e sua esposa, a espanhola Carlota Joaquina.

Até aí tudo bem, todo mundo já viu isso alguma vez na vida escolar, o interessante são os detalhes. Esse príncipe regente, que logo se torna rei, praticamente não tem personalidade própria, não faz nada por conta própria (nada mesmo), sendo o completo oposto da sua esposa, que tem atitude pelos dois e por toda a corte, se duvidarem, por isso há muitos conflitos com ela.

No filme esses conflitos, a atitude da princesa e seus casos extraconjugais dão a graça. Na verdade a trama chama atenção por satírica, então todos os personagens são caricatos ao extremo. D. João é um, com o perdão do termo, pombão, mal fala. Carlota Joaquina mandona, beirava a crueldade quando queria alguma coisa (reza a lenda que até matar uma negra ela matou), infiel e feia, parece que tinha um problema de pele que aumentou com o calor da colônia. O filho mais ilustre, D. Pedro I, um namorador e farrista, como diz a história.

O mais interessante de tudo isso é que a diretora preservou as nacionalidades dos personagens. Então D. João fala com aquele sotaque forte de Portugal, assim como praticamente toda sua corte, Carlota Joaquina fala em espanhol, vislumbrando o português em algumas poucas cenas, colonos falam o português “das ruas” (quase brasileiro), convidados inglesas falam inglês e assim por diante. Isso mostra o quão rica é a nossa nação desde o tempo que nem nação era, com povos de todos os lugares.

O elenco é, ao meu ver, uma apelação para o público brasileiro. Não porque seja ruim, de forma alguma, são excelentes, não imagino outros atores na trama. Mas porque são próximos do público comum, aquele que é noveleiro, que já aprendeu a assistir novela da Globo junto com o ABC.

O casal D. João e Carlota Joaquina são interpretados por Marco Nanini e Marieta Severo. Ah, vai me dizer que nunca na sua vida de telespectador da Tv Globo você não assistiu um episódio de “A Grande Família”? O filme foi bem antes, mas eu assisti depois que a série já fazia sucesso, então para mim (e acho que para pessoas como eu) foi muito fácil aceitar aquele casal, mesmo sendo personalidades tão diferentes daquelas da série. Como já disse, não consigo imaginar outros atores, parece mesmo a caricatura.

Outro destaque vai para Marcos Palmeira, que faz o filho que depois se torna imperador, o D. Pedro I. Na época o ator era conhecido como galã de novela, então o personagem farrista e namorador caiu como uma luva para ele. De um dos anos para cá me tornei fã dele pela versatilidade, ele vai de um personagem assim até um matuto completamente simples ou um vilão para não se colocar defeito.

Enfim, trouxe um pouquinho de história do Brasil para vocês. Quem tiver alguma sugestão de filme realmente sobre o feriado de hoje, Proclamação da República, pode dizer!

Beijinhos e até mais.

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