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Mestre Wonka!

Mestre Wonka!
  • Publishedsetembro 9, 2016

A semana passada foi iniciada com uma notícia triste, e não foi o início do julgamento do impeachement de Dilma (piada imparcial kkkk), mas sim a morte de Gene Wilder. Apesar de ter atuado em várias outras produções, tanto na televisão quanto no cinema, a única que eu assisti, que eu me lembre, foi a versão original de “A Fantástica Fábrica de Chocolate” (“Willy Wonka & the Chocolate Factory” – 1971).
Wilder já tinha oitenta e um anos, nos três últimos anos vinha sofrendo de Mal de Alzheimer, morreu na segunda feira dia 29 de agosto de 2016, ao lado de sua família e ouvindo uma de suas músicas preferidas, “Somewere Over The Raibow” interpretada por Ella Fitzgerald (detalhe para o fato do rádio estar tocando músicas aleatórias). Segundo o relato de seu sobrinho/filho, fornecido no site www.hugogloss.com, o ator não divulgou a sua doença porque não queria que as crianças que um dia o viram como Willy Wonka não fossem expostas ao adulto com uma doença grave, ele não suportaria que o mundo perdesse um sorriso sequer por causa disso. É ou não é o motivo mais lindo e emocionante?
Justamente por causa do falecimento do clássico Willy Wonka que o filme de 1971 foi transmitido em canais como a Warner, logicamente lá estava eu assistindo. Eu conheci esta versão depois de ter assistido a de 2005, o qual tem Johnny Depp como Willy Wonka, motivo principal de eu ter me interessado em assistir o filme, depois veio as cenas iniciais que mostra as barras de chocolate sendo feitas, aí a chocólatra aqui não parou mais de assistir e sempre assiste quando está passando na tv.

Logo quando assisti a versão de 1971 cometi um erro, quis tentar escolher qual a melhor e qual era o melhor Willy. Depois de várias vezes assistir cada um pude concluir que, pelo menos para mim, não há um melhor, há versões diferentes, em que cada um tem suas características específicas. Assim sendo, quando assisti a versão mais antiga transmitida em homenagem ao falecimento de Wilder, comecei a fazer as devidas comparações.
Ambos os filmes tem como base o livro “Charlie and the Chocolate Factory”, do britânico Roald Dahl, e são musicais. O primeiro tinha como título original “Willy Wonka & the Chocolate Factory”, teve o roteiro escrito pelo próprio Dahl, com o auxílio de David Seltzer, e direção de Mel Stuart. Era um filme leve, colorido, mostrava um Willy Wonka animado, doce e gentil, é um clássico musical, aquele tipo de filme nos faz sonhar com outras épocas.

Já o segundo, lançado em 2005, foi originalmente entitulado de “Charlie and the Chocolate Factory”, o roteiro foi adaptado por John August, a direção ficou por conta de Tim Burton, o elenco contou com Johnny Depp como Willy Wonka, Freddie Highmore como Charlie, Helena Bonham Carter como a mãe de Charlie e grande elenco. Como se espera de Burton, o filme ganhou uma roupagem mais sombria, um Willy mais retraído, cheio de traumas, uma história mais detalhista, mas não perdeu seu brilho.

A história é a mesma, com alguns acréscimos na segunda versão. Charlie Bucket é um menino muito pobre, vivia em uma casa muito humilde que abrigava (precariamente), além dele, seus pais e seus avós (tanto os paternos quanto os maternos). Eles moravam na cidade onde a famosa fábrica de chocolate Willy Wonka funcionava, seu avô Joe (materno) já havia trabalhado lá e conhecia o confeiteiro de perto.

Um grande mistério rondava a fábrica, muitos anos antes Willy havia resolvido fechar a fábrica porque estava sendo espionado, talvez por consequência da guerra (Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria), mas depois de algum tempo a fábrica voltou a funcionar e ninguém sabia quem trabalhava lá porque ninguém avistava pessoa entrando ou saindo da fábrica. Um belo dia Willy resolve abrir as portas de fábrica para cinco crianças e seus acompanhantes, para escolher põe cinco bilhetes dourados em cinco barras de chocolate e as distribui pelo mundo.

A partir do momento que a notícia foi publicada uma loucura se instalou, todos estavam curiosos para conhecer a fábrica. Logicamente Charlie era um desses curiosos, junto de seu avô Joe, que tanto queria saber o quem trabalhava lá, mas eles não tinha condições de comprar muitas barras, como muitas outras crianças. Aos poucos os bilhetes foram encontrados, o primeiro por Augutus Gloop, um pequeno alemão guloso, o segundo por Veruca Salt, uma mimada que sempre tinha o que queria, o terceiro por Violet Beaureguard, uma esportista muito competitiva, e o quarto por Mike Teavee, viciado em televisão (na segunda versão é por vídeo games) que nem de chocolate gostava (esta foi a ordem da segunda versão).
Ainda havia um bilhete dourado e Charlie ainda tinha a esperança de ganhar. O menino tentou a sorte em seu aniversário, quando ganhou uma barra de sua mãe, e mais uma vez depois disso, mas não foi a vez dele. Ele perdeu as esperanças quando o noticiário anunciou que haviam encontrado o último bilhete, no dia seguinte foi descoberto que era uma fraude, Charlie pegou a última moeda que tinha e foi comprar uma barra, quase sem pretensão de ganhar, mas lá estava, seu bilhete dourado.

Ao chegar em casa com a notícia logo seu avô Joe se animou e se ofereceu para acompanhar o garoto. O dia chegou, a cidade inteira, além das cinco crianças e seus responsáveis, estavam na frente dos portões da fábrica de chocolate, ansiosos pelo acontecimento. Logo eles entraram e conheceram o tão famoso Willy Wonka, uma pessoa bem peculiar, para dizer o mínimo, sua fábrica era diferente de todas, tinha um salão enorme onde tudo que ali estava era comestível.

Ah, os funcionários são uma atração à parte, são os Oompa-Loompas, pequenos habitantes de uma terra distante a qual Willy havia conhecido em uma de suas expedições à procura de novos sabores. Como eles viviam precariamente, Willy ofereceu tal acordo. São estes pequenos seres as grandes estrelas das cenas musicais da segunda versão.

Em uma primeira vista dava para perceber a personalidade de cada criança, o que fez com que cada uma fosse se perdendo ao longo do passeio. Augustus, com sua gula, caiu no rio de chocolate, Veruca, com sua ganância, foi direto para lixeira para onde os esquilos mandavam as nozes estragadas (tudo porque ela queria um esquilo daqueles), Violet, com sua competitividade violente, se transformou um mirtilo gigante porque tinha que ser a primeira a experimentar o chiclete refeição, e Mike, com sua arrogância, se transformou em uma miniatura porque foi teimoso e foi testar o “teletransportador” de chocolate.

No final restou só Charlie e seu avô, logo eles eram os vencedores e iriam ganhar chocolate para a vida toda. Em ambos os filmes o objetivo principal de Willy em trazer estas crianças para a fábrica era tornar o vencedor seus sucessor, mas o desfecho é diferente. No primeiro Willy se recusa a dar o prêmio e trata Charlie muito mal, diz que ele não é merecedor, Charlie responde de forma gentil, fazendo com que o mestre confeiteiro o aprovasse neste teste e o informando de seus reais planos. De imediato Willy convida o menino e sua família para viver na fábrica.
No segundo as coisas são mais complexas, como é de praxe dos filmes de Burton e, venhamos convenhamos, parte da atração destes. Willy logo se anima ao ver que há um vencedor, contando-lhe todo o planejamento e o avisando que pode se mudar para a fábrica, mas sozinho. Charlie questiona e recusa. Na verdade esta versão mostra o passado de Willy, filho de um rigoroso dentista que não o permitia comer doces, em especial chocolate, o que o fez fugir de casa muito cedo para realizar seu sonho. Charlie ajuda a Willy a fazer as pazes com o pai e aceita ser sócio de dele, com a condição de que continuaria a morar com sua família.

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Particularmente eu amo os dois filmes, ambos trabalham a humildade, a gentileza, os bons modos das pessoas se tratar entre si, um de uma forma mais lúdica, mais direto ao ponto, o outro ratificando a importância da família (que é mostrado em ambos os filmes por meio da família de Charlie). Confesso que sou fã incondicional de Johnny Depp, seu Willy é impecável, mas talvez uma caricatura daquele de Gene Wilder, por isso mesmo eu só digo que é bom assistir os dois filmes, sonhar com tanto chocolate, rir muito e aprender tanto quanto.

Espero que tenham um final de semana doce, mas antes passe aqui, comente suas impressões de chocólatras, please!!!
Até a próxima.

Written By
Nivia Xaxa

Advogada, focada no Direito da Moda (Fashion Law), bailarina amadora (clássico e jazz) e apaixonada por cultura pop. Amo escrever, ainda mais quando se trata de livros, filmes e séries.

1 Comment

  • Maravilhoso! ^^

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