“Era Uma Vez… Em Hollywood” será relançado nos cinemas do Brasil

“Era Uma Vez… Em Hollywood”, de Quentin Tarantino, será relançado em seis cinemas do Brasil a partir de hoje. O longa da Sony Pictures recebeu cinco indicações ao Globo de Ouro: Melhor Filme de Comédia, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Ator de Comédia (Leonardo DiCaprio) e Melhor Ator Coadjuvante (Brad Pitt).

Confira as sessões:

Espaço Itaú Augusta – 16:20

Espaço Itaú Brasília – 21:00

Espaço Itaú Frei Caneca – 15:20

Espaço Itaú Pompéia IMAX – 18:30

Espaço Itaú Porto Alegre – 15:40

Espaço Itaú Botafogo – 21:10

Sinopse: Era Uma Vez em… Hollywood, de Quentin Tarantino, revisita a Los Angeles de 1969 onde tudo estava em transformação, através da história do astro de TV Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) e seu dublê de longa data Cliff Booth (Brad Pitt) que traçam seu caminho em meio à uma indústria que eles nem mesmo reconhecem mais. O nono filme do diretor e roteirista conta com um grande elenco e múltiplas histórias paralelas para fazer um tributo aos momentos finais da era de ouro de Hollywood.

Com Era Uma Vez… em Hollywood (Once Upon a Time… in Hollywood), Quentin Tarantino continua a evoluir e a surpreender o público. Enquanto o filme tem todas as características de um filme de Tarantino – uma história totalmente original, com personagens novos, apresentada com brilhantismo técnico – seu nono título também abre novos caminhos para o roteirista-diretor. É uma história movida por personagens que lidam com questões maduras de expectativas não satisfeitas que, inevitavelmente, todos nós acabamos por confrontar à medida que envelhecemos. Em Hollywood, essa luta é particularmente dramática, pois o sucesso e o fracasso convivem lado a lado. Em Era Uma Vez…, eles fazem isso, literal e figurativamente.

Colocando lado a lado pela primeira vez dois dos maiores astros da atualidade e recriando toda uma era perdida, o filme é um cinemão feito para as telonas. Uma obra genuinamente original num cenário de continuações e super-heróis.

Ambientado em 1969, Tarantino recria a época e o lugar de seus anos de formação, quando tudo – os Estados Unidos, a cidade de Los Angeles, o sistema de grandes astros de Hollywood, até mesmo os próprios filmes – estava em um momento de transformação, e ninguém sabia exatamente onde os pedaços iriam cair. Isso não está totalmente distante das mudanças que afetam Hollywood atualmente.

No centro da trama está Rick Dalton, interpretado por Leonardo DiCaprio. Rick havia sido o astro de Lei da Recompensa (Bounty Law), um seriado de sucesso nos anos 1950 e início dos 60, mas sua anunciada transição para o estrelato no cinema nunca se materializou. Então, enquanto Hollywood se move em direção a uma nova estética hippie, Rick se preocupa se seu tempo já passou – e se pergunta se ainda há alguma chance para ele. “Rick Dalton é um subproduto dos anos 1950 – o herói com o topete dos anos 50 – mas agora, há uma nova era e, esse trem, ele já perdeu”, conta DiCaprio. “No trabalho com o Quentin, vimos a história de Rick Dalton como uma jornada de uma imensa falta de confiança – sua incapacidade de ser grato pela posição em que ele está e por tudo o que já conquistou. Ele está constantemente ansiando por algo mais.”

Ao lado de Rick está Cliff Booth, um ex-herói de guerra, agora seu dublê, interpretado por Brad Pitt. À medida que suas carreiras evoluíram e seus problemas aumentaram, a única constante em suas vidas foi sempre a presença um do outro. Cliff demonstrou a sua lealdade a Rick repetidas vezes, e vice-versa – eles são a única família verdadeira que têm. “Nossos personagens são baseados no relacionamento entre um ator e seu dublê – na época, passar suas carreiras inteiras juntos, era algo bem mais comum”, diz Brad. “Nós conversamos sobre Steve McQueen e Bud Ekins, uma dupla forte em Fugindo do Inferno (The Great Escape), e conversamos sobre Burt Reynolds e Hal Needham. Na verdade, tivemos a oportunidade de conversar com o Burt sobre isso, o que foi um enorme prazer. A ligação entre os dois era bem mais estreita – enquanto que, hoje em dia, é mais transitória. O Cliff e o Rick realmente contam um com o outro. O tempo parado no intervalo entre um e outro trabalho é, muitas vezes, mais extenuante do que o trabalho em si, e ter um amigo, ter um parceiro, era muito importante. E ainda é muito importante agora”.

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Junto a DiCaprio e Pitt na jornada de Rick e Cliff, há uma mistura de personagens reais e fictícios, interpretados por um verdadeiro quem é quem dos atores mais aclamados da atualidade: Al Pacino como Marvin Schwarz, um agente emérito vendendo as virtudes dos westerns italianos, Kurt Russell como Randy, um coordenador de dublês, Dakota Fanning como Squeaky, uma integrante da família Manson, e Margot Robbie como Sharon Tate, a jovem ingênua que, por acaso, é a vizinha de Rick. Ela é casada com Roman Polanski, cujo filme O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby) fez dele o diretor mais badalado da cidade; eles estão em todas as listas de festas, vivendo tudo de melhor que a vida tem a oferecer.

Robbie conta: “Rick Dalton mora ao lado de Roman e Sharon, mas estamos fora do seu alcance. Todas as coisas que ele acha que quer – o verdadeiro círculo fechado de Hollywood e todo o glamour que o acompanha – estão tão perto e tão longe”.

Para Tarantino, esse elenco de personagens não era apenas fascinante por si só, mas igualmente interessante pois representam três níveis sociais de Hollywood. “Nessa cidade, essas pessoas podem coexistir ao lado umas das outras”, diz Tarantino. “A ideia de se explorar essa época, essa era de Los Angeles e essa era de Hollywood, com essas classes sociais diversas, era o que me atraía”.

O meio também tem relevância pessoal para Tarantino. “O filme é, em parte, uma obra de memórias”, diz ele. “Eu morava no condado de Los Angeles – em Alhambra – em 1969. Eu me lembro do que passava no cinema, do que passava na TV, em rede nacional e na TV local; me lembro da criança-apresentadora da época, lembro que o “Seymour” era o apresentador de filmes de terror na época. Lembro que a rádio KHJ tocava o tempo todo – lembro de como as pessoas ouviam rádio no carro – você não ficava trocando as estações, procurando por essa ou aquela música; tinha uma estação que você ouvia, tocando o rádio a todo volume, e você não abaixava o volume quando entravam os comerciais, você só falava por cima do som do rádio. Parte da diversão foi vasculhar meu cérebro, ativar minha memória e lembrar de como era.”

“Este é um filme único na filmografia de Quentin, e é o mais emocional”, afirma o produtor David Heyman. “De certa forma, ele está analisando suas influências e os filmes que ele amava, o período em que ele cresceu e aquilo que ajudou a moldá-lo – uma carta de amor para uma Hollywood que já não existe mais. Mas achei o roteiro muito emocionante. Sim, era engraçado. Sim, era arrepiante. Ainda assim, no fundo, é uma história muito afetuosa sobre uma amizade.”

“Parte do que torna o filme tão especial é assistir ao Leo e ao Brad, contracenando”, acrescenta a produtora Shannon McIntosh, que trabalhou com Tarantino em várias funções nas últimas décadas. “Ambos incorporam esses personagens e os trazem à vida de uma maneira que faz com que você sinta como se eles fossem da família. Para nós que amamos fazer filmes, é muito familiar, porque afinal é isso que amamos no cinema: trabalhar com essas pessoas e forjar esses laços duradouros”.

Filmes sobre tais laços, e essa oportunidade de escalação de protagonistas do tipo “Butch & Sundance” que eles oferecem, são raros no sistema moderno, então, ambos os papéis precisavam ser fortes. “Eu tentei algumas histórias diferentes e decidi que não, não quero colocá-los em um roteiro melodramático típico”, afirma Tarantino. “Quero que sejam três dias ricos nas vidas desses personagens, enquanto eles se deslocam por Los Angeles, e o conflito que a narrativa constrói a cada dia até chegar a um ponto crucial”.

Como o filme é construído até chegar a um clímax surpreendente, os cineastas solicitam, encarecidamente, aos representantes dos meios de comunicação que assistirem ao filme em Cannes que evitem revelar detalhes específicos, em particular resoluções de histórias, que poderiam estragar a experiência para o público quando o filme for lançado em julho. Proteger uma experiência sem spoilers para o público permite que os cineastas continuem apoiando os primeiros festivais.

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