Não há roteiro fraco que resista a uma atuação conjunta de Morgan Freeman, Michael Caine e Alan Arkin. Somados, possuem quatro Oscars, mais nove indicações e, antes de tudo, enormes talentos.
No filme, uma refilmagem do original de 1979
De uma hora para outra, nosso trio se vê sem dinheiro e com a ameaça de despejo pela execução de uma hipoteca. Não há como ver o filme e não se lembrar das “promessas” de melhora no nosso sistema previdenciário, com a substituição da previdência pública pela privada.
Sem nada a perder e revoltados contra o sistema que lhes tomou uma vida de trabalho para descartá-los ao final como peças desgastadas, resolvem assaltar o seu próprio banco, que participou da extinção do fundo.
Embora seja a frase de abertura da crítica seja boa, tenho que reconhecer que o roteiro não é “fraco”, considerado o que se espera de Despedida em Grande Estilo. Dá algum espaço para o desenvolvimento dos três personagens principais, cria situações engraçadas e conduz a história de forma compatível com uma comédia leve. Não há exageros, quer para o ótimo quer para o péssimo.
O trio principal consegue criar empatia com o público mesmo em uma história rasa e com algumas situações nitidamente forçadas, como ocorre em quase todas as comédias. Somam-se a eles, ainda, um hilário Christopher Lloyd, interpretando um velho senil que garante sorrisos em todas as suas aparições; uma (muito bonita) Ann-Margret Olsson e Matt Dillon, no papel insípido de agente do FBI.
O melhor do filme são os diálogos entre os três amigos, carregados de ironia e sarcasmo, com destaque para Alan Arkin, a quem toca o papel de deprimido/lamuriento. Suas falas são o contraponto cômico (e efetivamente engraçado) aos demais.
No restante, é um filme correto. Não há especial destaque para direção (Zach Braff), figurino, cenário, fotografia e efeitos, mas também não há erros. Tudo funciona bem e no tamanho das suas pretensões.
Se você procura uma comédia leve ou simplesmente entrar no cinema para se esquecer da vida por 96 minutos e rir um pouco, esta é uma escolha certa.
Gostou do filme? Então já aproveite e veja Amigos Inseparáveis, de 2012, com Al Pacino, Christopher Walken e o mesmo Alan Arkin, uma comédia misturada com drama. Encerre a sua sessão com chave de ouro e veja Gran Torino, 2008, de Clint Eastwood, um drama (embora os grunhidos dele garantam alguns sorrisos).