Crítica: Minions 2 – A Origem de Gru

Desde que o cinema foi invadido por seres multicelulares amarelos, com um propósito de vida de servir as mentes mais malvadas da história, as telonas nunca mais foram as mesmas. O sucesso da franquia, que desde 2010 vem produzindo diversos filmes e nos apresentou, em 2015, o que eram dos Minions antes do Gru, tem o poder de, a cada filme, literalmente multiplicar os fãs (como os próprios minions) e gerar altas bilheterias, além de abrir leques para um sem-fim de novas histórias. Mas como os minions nunca vivem sem seu malvado favorito, depois da última incursão deles pelos cinemas, Gru está de volta a comandar os seres amarelos, do alto dos seus 12 anos, já exalando maldades, falo de Minions 2 – A Origem de Gru (Minions -The Rise of Gru, 2022), estreia de cinema dessa semana, dirigido por Kyle Balda.

Como vimos no último filme, os Minions, depois de tentarem outros chefes por milênios, acabam encontrando o menino Gru, um pré-adolescente normal, com exceção do fato de querer ser um super vilão e de ser bajulado pelos seres amarelos. Um dia ele descobre que um grupo dos seis vilões mais perigosos do mundo está recrutando novas mentes criminosas para a legião e prontamente se candidata. Mas na reunião, ele é simplesmente escorraçado pelo grupo, porém com uma perspicácia apurada, ele rouba um artefato que no ano novo chinês pode dar superpoderes aos vilões. Com isso Gru foge, com seus amigos Kevin, Stuart, Bob, Otto e os milhares de minions, sendo perseguido pelos vilões pelas ruas de São Francisco dos anos 1970.

Como falei antes, na mesma proporção em que as criaturas minions vão surgindo, os produtores multiplicam os filmes da franquia. Se a série do malvado favorito estava perdendo fôlego, o que fazer? Tentar explicar de onde surgiram os seres amarelos, trama que funcionou muito bem no filme de 2015, praticamente mostrando que eles estavam em todos os fatos importantes da história da humanidade e tudo isso turbinado por uma divertida história na Londres dos anos 1960, com todo o charme da época, além de uma trilha sonora de clássicos. A continuação, que mostra a origem maquiavélica do Gru, até tenta seguir os passos, transportando a trama para uma colorida Califórnia dos anos 1970, mas confesso que faltou história. Até os onipresentes minions às vezes ficam meio perdidos na trama, e com toda a riqueza da época, os anos 1970, o filme fica devendo. Lógico que temos as citações clássicas da época, boas tiradas, com os sucessos de cinema Tubarão, Rocky e Blacksploitation, uma trilha sonora ótima, uma reconstituição detalhada da era, muita referência ao estilo, som e fúria da época, mas para a primeira inserção do mal do nosso querido Gru, se sobrou capricho visual, faltou história, e principalmente diversão. Um dos pontos positivos da franquia é o bom humor aloprado dos minions, mas os super vilões acabam meio que roubando a trama e não chegam a convencer. Inclusive um deles, Wild Knuckles, também escanteado pelo soberbo grupo de vilões, acaba sendo uma espécie de pai e tutor do Gru, ganhando bastante destaque na trama. Logicamente que os gráficos são aquela perfeição de sempre, algumas tiradas, como as da loja de discos e o treinamento de Kung Fu que os melhores amigos do Gru fazem para salvar o amado chefe, tem alguns bons momentos. Destaque também para o embate final, no ano novo chinês em Chinatown, em São Francisco, em que os super turbinados vilões têm que enfrentar Bob, Kevin, Stuart, em um espetáculo para os olhos, com o padrão minion de qualidade.

Concluindo, Minions 2 – A Origem de Gru, apesar de pecar em diversos detalhes e não manter a qualidade do primeiro (Minions 1) consegue, dentro do possível, divertir, tem boas tiradas, um visual de primeira, mas infelizmente desanda no quesito trama, carecendo de uma historia mais divertida e bem amarrada. Realmente o filme de uma hora e meia chega a cansar até chegar ao final que é onde dá uma guinada. Acredito que vai emplacar uma boa bilheteria, porque os Minions tem fãs ardorosos e a molecada gosta muito deles, com seu visual, apesar de estranhos, são deliciosamente encantadores e os amarelinhos, enfim, já conquistaram o mundo (segundo o primeiro filme há milhões de anos…), mas fica um gostinho de que o nosso malvado tão amado, merecia uma origem com um filme mais divertido e bem mais empolgante.

 

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