Clássico no metaverso – “Belle”

De quantas formas uma história clássica pode ser contada?

O clássico “A Bela e a Fera” já foi contada de diversas formas, mas faltava uma variante importante na cultura popular da atualidade, um anime!

O anime “Belle” foi um dos mais aclamados de 2021, recebendo destaque até mesmo no Festival de Cannes, e leva a história da Bela e da Fera para o mundo virtual.

O longa teve a direção e adaptação da história (roteiro) assinados por Mamoru Hosoda, que também está na produção, ao lado de Yuichiro Saito, Toshimi Tanio e Genki Kawamura.

No elenco de vozes originais estão: Kaho Nakamura, Takeru Satoh, Kōji Yakusho, Lilas Ikuta, Ryō Narita Shōta Sometani, Tina Tamashiro, Toshiyuki Morikawa, Fuyumi Sakamoto, Kenjiro Tsuda, Mami Koyama, Mamoru Miyano, Michiko Shimizu, Ryoko Moriyama, Sachiyo Nakao, Yoshimi Iwasaki, Sumi Shimamoto e Ken Ishiguro.

A ação dessa história acontece no mundo virtual, com razões e nuances no mundo real, humano. A bela (ou Belle) e a fera são avatares de um aplicativo novo, U, que promete ser uma vida paralela à real, em que a pessoa pode ser quem tudo aquilo que sempre sonhou, mas não tem sido possível.

Essa promessa pareceu a solução que Suzu estava procurando há tempos. Ela teve uma infância feliz, aprendendo tudo sobre música com a mãe, até descobrindo que ela mesma poderia fazer melodias e cantar muito bem. Mas ela perde a mãe cedo ainda, quando tem seus 10 anos (talvez mais jovem, não fica claro).

Desde que isso aconteceu Suzu não foi mais a mesma, não consegue mais ter uma relação com o pai, não consegue mais cantar, não se abre para muitas amizades e socialização no colégio, sente-se invisível e isso estava bem até um certo ponto.

Quando ela se cadastra do U ela deixa de Suzu, a garota invisível de 17 anos com uma história trágica, ela se torna Belle, um avatar belíssimo, com uma aparência meio de fada, meio de princesa, com um longo cabelo rosa, uma voz encantadora e looks dos sonhos. Ela se torna uma celebridade instantânea, todos passam a falar de Belle, até quem estuda do lado dela, mas nunca a enxerga.

As partes visual e “empresarial” é administrada pela única amiga de Suzu, Hiro, uma garota racional, prática, inteligente, sem papas na língua e levemente mandona. Ela é aquela amiga que diz a verdade sem dó nem piedade, mas que está ali disponível, para qualquer emergência.

Melhor comparação possível: Hiro é a amiga ariana que toda canceriana precisa (e Suzu parece ser canceriana)!

Tudo corria bem, Belle fazia até shows no aplicativo, com direito a plateias gigantes. Detalhe importante: Suzu cantava no mundo, para que Belle pudesse ter voz, então, por causa do aplicativo, Suzu conseguiu voltar a cantar (vencer o trauma).

Mas em um desses algo estranho acontece, o Dragão, lutador misterioso das arenas do U, invade o local do show, em uma perseguição, levando a briga da arena para o show de Belle e quase a “machucando”.

Esse momento fez Suzu parar de cantar (novamente), mas a deixou curiosa sobre aquele Dragão, ela e Hiro começaram a investigar a possível identidade real do avatar, mas nada muito eficiente, muitos suspeitos, nenhuma certeza. No fim, aquele Dragão, que seria a fera da Belle de Suzu, escondia uma situação crítica do lado de fora das telas.

Era algo tão grave que fez Suzu superar o resto dos traumas infantis, que a paralizava desde há tanto tempo, para ajudar outra pessoa.

Entendo o apelo que a produção teve nos festivais, ele aborda alguns assuntos delicados dentro de um universo que já é tão real para todos nós, especialmente para os japoneses, que é o virtual. 

Além disso, o desenho dos animes só melhora, é impossível não ficar levemente hipnotizada com a beleza do traçado. Para mim lembra muito os animes antigos e clichês, como Sakura Card Capturs e Digimon (eram alguns dos que eu assistia, by Tv Globinho), mas, provavelmente, quem está imerso na cultura dos animes também vai gostar.

Até Mais!

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