Dependência causa ansiedade – PARTE 2

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Enquanto para algumas pessoas o contato com o mundo virtual é uma ferramenta muito importante no dia a dia, para outras uso se transforma em um martírio. Com a dependência, eles acabam trocando o mundo real pelo virtual, o que prejudica o convívio social e pode atrapalhar a carreira profissional e estudantil. Segundo a psicóloga Anna Lúcia Spear King, do Instituto Delete, que funciona desde 2013 na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e já atendeu cerca de 600 pessoas, a dependência da tecnologia digital, seja ela qual for, de alguma forma trará prejuízo à vida do usuário.

“Já atendi pacientes no consultório para os quais o celular na bolsa funcionava como se fosse um remédio, um tranquilizante. O simples fato de saber que ele (o celular) estava ali era motivo de alívio”, relata Anna Lúcia explica que há pessoas que se tornam extremamente ansiosas quando enviam mensagem por alguma rede social e não obtêm resposta imediata. “Toda essa ansiedade é provocada pelo uso indiscriminado das novas tecnologias’, completa a especialista.

O estudante Guilherme Souza, de 15 anos, é um exemplo de usuário que praticamente trocou a vida real pelo mundo virtual. Ele conta que se sente mais à vontade no mundo digital. “Eu tenho grande dificuldade de me relacionar com as pessoas, Gente que joga, como eu, acaba ficando assim, muito tímido. Sinto-me bem mais à vontade quando estou jogando”, explica.

Carlos Alberto da Silva, de 19 anos, teve muita dificuldade para se livrar dos jogos online e das conversas com os amigos pelo WhatsApp quando precisou se concentrar nos estudos para o vestibular. “Eu virava as madrugadas jogando e conversando. No dia seguinte, não tinha forças para estudar. Moria de sono e não me concentrava. Fui reprovado duas vezes e precisei tomar jeito”, diz o calouro de economia, que conseguiu passar a usar o celular com moderação.

Já o empresário Gabriel Souza, de 31 anos, que chegou a passar 16 horas diárias online jogando, transformou a paixão em trabalho. Ao lado do amigo Guilherme Augusto, de 35 anos, que conheceu graças aos games, montou uma loja especializada em Belo Horizonte.

Com vários anos no mercado, ele percebe que cerca de 20% dos clientes extrapolam o tempo recomendado para jogar. “Dependendo da pessoa, vira uma fuga da realidade, sim. O mundo virtual ou os games não podem ser mais importante que a vida lá fora. Quando isso acontece é hora de procurar ajuda”, afirma.

Gabriel Souza (à direita), que chegou a ficar 16 horas por dia jogando, transformou a paixão em trabalho e hoje tem uma loja de games

O uso de novas tecnologias não é totalmente condenado pelos especialistas que estudam o novo fenômeno social. O que a maioria contesta é a utilização indiscriminada, que muitas vezes compromete a saúde do usuário.

BRUNO RIBEIRO
ESPECIAL PARA O NOSET

 

 

 

 

 

 

 

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