Crítica: Com Amor, Simon | Questionando padrões sociais de maneira leve e bem-humorada

Com amor, Simon retrata a história de Simon (Nick Robinson), um adolescente que está no colegial e descobre que é gay. Sem saber como revelar isso aos seus familiares e amigos entra em conflito. Conhece e se apaixona por Blue, um anônimo da internet, e mantém contato virtual. Em meio a isso, Martin (Logan Miller) vê o e-mail de Simon aberto, descobre que ele é gay, inclusive suas mensagens com Blue e usa isso para chantageá-lo. O filme gira em torno de Simon buscando a maneira mais simples de revelar sua sexualidade, conhecer Blue pessoalmente, mas sem ser exposto é claro.

No mundo em que vivemos o movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) vem conquistando cada vez mais seus direitos e espaço dentro da sociedade. Mas, isso ainda não inibe o preconceito, pelo contrário o torna omisso, como a maioria dos preconceitos inerentes a sociedade.

A luta deve ser constante, porque o preconceito ainda é muito grande e não deve ser tolerado.  Justamente por ser uma questão social que de tempos em tempos, surge uma nova lei ou algo que favoreça esse grupo é que o assunto vira pauta  ou tema para tantos debates, palestras, documentários e tudo mais que possa esclarecer essas mudanças, conquistas e mostrar o lado deles.

Ultimamente muitos filmes vem sendo lançados com essa mesma temática. Com Amor, Simon aborda o tema com muita sensibilidade e delicadeza. A maneira como o personagem vive a descoberta de sua sexualidade se dá aos doze anos, mas o processo de reconhecimento de sua identidade não vem logo de cara.

Neste período ele ainda namora garotas devido à convenção social, mas sem se sentir à vontade com a ideia.  Dada a conclusão da homossexualidade, reflete sobre seu próprio comportamento perante a sociedade, rebatendo as visões estereotipadas de terceiros.; o que acaba por ser um ponto contraditório no filme, em que o personagem Ethan (Clark Moore) representa a maioria desses estereótipos.

Parece só mais um daqueles filmes adolescentes, o que não necessariamente é ruim, mas ele não foge da maioria dos clichês dos americanos que se passam no período colegial com um final bem previsível. De humor sarcástico, torna-se agradável, descontraído, e ainda conta com uma trilha sonora excepcional e diversificada. Tem uma pegada que lembra filmes como “A Culpa É Das Estrelas” e “As Vantagens de Ser Invisível”, que no geral possuem elementos bem específicos como um grupo restrito de amigos que normalmente se destacam da maioria, mas parecem entre si e se dão bem justamente por isso.

Com um elenco bem popular como: Jennifer Garner e Josh Duhamel, atores já consagrados, vivem os pais de Simon, este é interpretado  por Nick Robinson que já emplacou um longa atrás do outro: Tudo e Todas as Coisas (2017), A 5ª Onda (2016) e Jurassic Word (2015).  Katherine Lagford que interpreta Leah Burke, ficou popularmente conhecida em 2017 depois de encarnar Hanna Baker em 13 Reasons Why (Os 13 porquês, em português) e Milez  Heizer no filme é Cal, que também integrava o elenco de 13 Reasons Why. Trabalhar com um elenco conhecido como esse e queridinho pela maioria do publico só torna o filme mais cativante.

Falando sobre o elenco e seus trabalhos anteriores, podemos destacar e pontuar também os antigos trabalhos do diretor Greg Berlanti, que na verdade é mais conhecido pelos seus trabalhos com séries de tv como: The Flash – 4ª Temporada (2017) e Legends Of Tomorrow – 3ª Temporada (2017), em suas séries o diretor já abordou a temática da homossexualidade o que explicaria a forma sutil como o tema retratado no longa-metragem. Com roteiro de Elizabeth Berger e Isaac Aptaker, juntos deram forma e vida a obra que originalmente foi escrita pela autora Becky Albertalli, chama-se Simon vs. A Agenda Homo Sapiens, o livro agora leva o mesmo título do filme Com amor, Simon e o ator Nick Robinson na capa.

É questionando diversos padrões sociais que Com amor, Simon vai chamar a atenção do publico, mas ao mesmo tempo vai sensibilizar para todos os conflitos vividos  por quem é gay e deseja apenas ser respeito e divertir, pois tudo isso é apresentado ao espectador com um humor leve e descontraído. O longa peca nos clichês típicos do gênero (adolescentes americanos no colegial), mas isso não é capaz de torná-lo ruim. Trata-se de um filme realmente agradável e reflexivo.

Nota: 

Trailler

Direção: Greg Berlanti

Elenco: Nick Robinson, Jennifer Garner, Josh Duhamel, Katherine Langford, Miles Heizer, Keyinan Londsdale, Logan Miller, Alexandra Shipp, Jorge Lendeborg.

Sinopse: Todo mundo merece uma grande história de amor. Mas para Simon Spier, de dezessete anos, é um pouco mais complicado: ele ainda não contou para a sua família ou amigos que é gay, e não faz ideia de qual seja a identidade do seu colega anônimo que divide o mesmo segredo. Resolver as duas questões se mostra divertido, aterrorizante e uma mudança de vida definitiva.

Mais do NoSet

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *