Parkour e Vida – “Nos Limites”

Já ouviram falar de Parkour?! É um esporte urbano que permite que o praticante supere obstáculos, escale paredes e algumas outras manobras radicais… Quase um homem aranha sem teias.

Para Cam esse esporte foi a solução para seu problemas.

Não, não é um daqueles programas onde o esporte salvou alguém da vida do crime, na verdade foi ele mesmo que jogou o moço nessa vida bandida (sem trocadilhos infames) em “Nos Limites” (“Tracers” – 2015).

Cam já está sozinho na vida, foi abandonado pelo pai e a mãe faleceu há alguns anos, sobrevive fazendo entrega de bicicleta nas ruas de Nova York e mora numa garagem alugada. A vida poderia ser melhor, mas ele teve que pegar dinheiro emprestado com a máfia chinesa para ajudar a mãe com a casa (que eles perderam de todo jeito), o que faz sua vida ser um inferno.

A tal máfia chinesa, na pessoa de seu “porta voz”, Jerry, sempre lembra Cam de sua dívida e que está atrasada, ameaçando a ele e a quem está em volta dele, no caso, a dona da garagem e o filhinho dela (que adora Cam).

Então Cam precisa trabalhar. Em uma dessas entregas ele encontra uma moça que tem essa habilidade especial com o Parkour, deixando-o encantado. Ela ver que a bike dele quebrou e manda uma nova para ele, o que o faz ir atrás dela e se interessar pelo Parkour.

Ao conhecer a equipe toda de Nikki, Cam pede para participar (mais para a impressionar do que para qualquer outra coisa) e aprende bem rápido. Ele percebe outra coisa, eles trabalham com algo misterioso, mas que dá muito dinheiro, logo ele pede para entrar no trabalho também, mas não fala de sua dívida com a máfia chinesa. O trabalho é ser invisível, apagar evidências de crimes, roubar cofres sem serem percebidos, coisas esclusas assim, os quais as habilidades no Parkour os faz os melhores no ramo.

Parecia um paraíso para Cam, em poucas semanas ele poderia conseguir pagar sua dívida e sair dali, mas as coisas não são simples. Ele quer sair dali com Nikki, que está presa a Miller, líder do grupo, por uma dívida de gratidão antiga.

Miller é traiçoeiro, um policial sujo, que consegue livrar a cara de seus comparsas com um pouco de lábia entre os colegas. Ele enganou Cam para que o resto da equipe pudesse roubar um grande cofre, mas dessa vez ele se deu mal. Cam ficou sabendo que Miller tinha seus próprios problemas com a mágica chinesa, então negociou sua dívida pela entrega de Miller e conseguiu que Nikki o ajudasse.

Em uma tacada só ele conseguiu saldar sua dívida, livrar-se de Miller e fugir com Nikki.

Engraçado como toda a adrenalina que esse filme tenta passar não o faz tão eletrizante quanto deveria, sempre tem algo empacado, nada flui com toda a naturalidade que deveria. As histórias são compatíveis, há como unir a dívida de Cam, a necessidade de Nikki de fugir e o Parkour, mas os links estão todos equivocados.

Cam primeiro encontra com o Parkour e com Nikki, sendo que o foco dele deveria ser saldar sua dívida com a máfia, que é extremamente poderosa e pode acabar com o pouco de tranquilidade que ele tem na vida. Mas não, ele vai tentar impressionar ma mocinha com um esporte que ele nem sabia como começar, que pode ser fatal caso a pessoa não sabe o que está fazendo. Só depois ele vai pensar em como pagar a dívida.

Para mim seria mais natural ele ter procurado essa equipe caso ele visse o trabalho deles primeiro, ao ver que isso o ajudaria ele começaria a trabalhar com eles, daí ele conheceria o Parkour. Faria um pouco mais de sentido e me atrairia mais ao assistir, da forma como foi feito pareceu muito forçado.

Mas eu gostei da forma como ele solucionou os dois problemas, foi muito inteligente, uma reviravolta interessante para os últimos minutos de filme. Sem contar que descobrir quem era a chefe da máfia foi surpreendente. A cena é a melhor, sem dúvidas alguma.

O protagoniste é Taylor Lautner, o eterno Jacob Black da “Saga Crepúsculo”. Prefiro esse moço como o lobo, mas ele foi a escolha certa para ser Cam, especialmente por causa das acrobacias que ele faz ao praticar Parkour, ele treina artes marciais desde seus seis anos de idade e já foi campeão mundial em sua categoria. Por isso ele aprende rápido o esporte no filme.

Embora o desfecho seja fraco e o filme ter poucos pontos eletrizantes, ainda tem suas vantagens. Só peço uma coisa: se você quiser praticar Parkour procure um professor, por favor. Num façam como no filme, que o moço começa a pular nas coisas sem treinamento, só não se quebrou inteiro porque não estava no roteiro e porque o ator sabia o que estava fazendo.

Beijinhos e até mais.

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