Os Pequenos Grandes de Hollywood
Depois de muito assistir séries e filmes, adquiri uma mania boa, facilmente eu consigo identificar atores de outros trabalhos. Mais recentemente eu comecei a ir além, a prestar atenção àqueles atores “de fundo”, que nem chegam a ser coadjuvantes muitas vezes.
Na verdade ficou meio que impossível não prestar atenção neles, afinal assisto muitos filmes, de estilos variados, então há muitas possibilidades para que isto venha a ocorrer. Além disso eles cumprem de forma excelente os papeis que lhes são designados, por vezes até ultrapassando o próprio protagonista.
Vou exemplificar meu ponto de vista para vocês citando dois atores e duas atrizes que gosto muito e são conhecidos por estes pequenos trabalhos. Eu teria muitos outros exemplos, porém tenho certeza que estes quatro irão fazer com que vocês pelo menos comecem a se atentarem disto.
1- Luis Guzmán
Semana passada falei dele também, porque o tema foi o filme “O Conde de Monte Cristo” e ele interpretava Jacopo, fiel protetor e amigo de Edmond.
Guzmán é um porto-riquenho com todas as características possíveis, em especial aquele sotaque maravilhoso do castelhano falado em quase todos os países da América Latina. Por isso mesmo ele sempre é chamado para integrar a “cota” latina de vários filmes, os de comédia em destaque. Infelizmente, pelo o que eu me lembre e pelas pesquisas que fiz, ele nunca teve um papel de protagonista, apesar de sempre roubar a cena.
Se você ainda não se lembrou quem é ele, vou refrescar a sua memória. Além de “O Conde de Monte Cristo”, Guzmán foi o guarda costas de Russel Brand no filme Arthur (2011) e um cara com sérios problemas com a raiva em “Tratamento de Choque” (Anger Management – 2003). Esteve no elenco de “Ele Não Está Tão Afim de Você” (“He is not That Into You” – 2009) e “Sim, senhor” (“Yes Man” – 2008), mas nem creditado foi.
2- Timothy Spall
Esse daqui deve ser conhecido pelos fãs de Harry Potter, afinal ele interpretou um dos professores (acho que era professor, não entendo muito do universo do bruxinho) mais queridos da trama.
Spall é um ator inglês com uma expressão “humilde”, ou seja, o oposto do necessário para ser um grande galã de filmes de época. Talvez por isso ele tenha se tornado a cara de personagens subalternos os conselheiros, daqueles que a gente se apega e quer que se der bem, mesmo que ele seja o vilão ou um dos capangas.
Ele sempre me surpreende. Lembro dele no último filme de Harry Potter (o único que assisti), mas também lembro dele sendo o braço direito de Narissa, a vilã do filme “Encantada” (“Enchanted” – 2007), pense em um personagem sofrido e desvalorizado pela sua chefinha, e, por outro lado, lembro-me de o ver na pele dos governantes mais célebres do mundo moderno, Winston Churchill, no filme “O Discurso do Rei” (“The King’s Speech” – 2010). Ou seja, ele se adequa e consegue chamar atenção desde uma comédia escancarada até em um drama baseado em fatos históricos.
Não tenho certeza, mas acho que já falei dele por aqui justamente por causa dessa habilidade de conseguir ser diversificado.
3- Allison Janney
Allison consegui um papel de protagonista na série “Mom” (2013), nesta ela é Bonnie, uma mãe disfuncional de uma final mais disfuncional ainda, vivida por Ana Farris, e tenta ajudar na criação dos netos (a neta vai no mesmo caminho).
Ela é uma típica estadunidense do meio oeste (Ohio), tem até até puxado na voz, mas é de leve. Por ser mais alta do que a média para mulheres dos EUA, ela passa aquela impressão de ser desajeitada, o que é excelente para a comédia, que ela faz com maestria. Mas ela não para na comédia, há trabalhos que ela puxa pelo drama e consegue emocionar quem assiste, ou seja, é um exemplo de atriz diversificada.
Além da mãe disfuncional, Allison esteve em comédias adolescentes puxadas pelo besteirol, como “10 Coisas que Odeio em Você” (“10 Things that I Hate About You” – 1999), “Hairspray” (2007 ela era a mãe conservadora de Amanda Bynes), “Histórias de Amor” (“Liberal Arts” – 2012) e “Histórias Cruzadas” (“The Help” – 2001). Ao a reconhecer neste último filme que eu percebi o quão talentosa ela é, porque o filme é dramático, ela tem uma doença terminal e uma filha que não se “encaixa” na sociedade que ela cresceu (o que era um problema para a época).
4- Jane Lynch
Eu “conheci” (senti-me a bff dela agora) em uma série que começou boa e depois se perdeu, “Glee”. Ela vivia uma treinadora de líder de torcida, Sue Sylvester, que era mal porque era mal e acabou-se. Na época eu gostava muito, não sou eu, tanto que ela ganhou um ou foi dois Globos de Ouro por causa da personagem.
Apesar dessa personagem ser do elenco principal da série, Jane já fez muitas pontas em filmes e séries que eu nunca imaginava. O detalhe é que muitas tinham o viés dramático, o que eu não conseguia imaginar, porque só conhecia Sue em seu tom de vilania puxada para a comédia.
Falo de dramas, mas ela realmente fez nome na comédia, lembro de a ver como a psicóloga de Charlie Harper (imagina a loucura) e depois sua namorada. Ah, ela também fez ponta em “iCarly” (mas aí até Michelle Obama também fez, nada de novo kkkkkkk)! Um drama que lembro muito bem de a ver, apesar da personagem dela não fosse a dramática da trama, foi “Julie & Julia” (2009), que ela fez a irmã de nada mais, nada menos, Meryl Streep (ok, eu amo essa mulher, julguem-me).
Além disso tudo, Jane já fez e ainda faz muitos trabalhos de dublagem, alguns exemplos são: “American Dad”, “O Espetacular Homem-Aranha” (aquele que é a computação gráfica é estranhinha), “Shrek Para Sempre”, “Rio”, “Os Simpsons” e tantos outros!
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Espero que tenha gostado, se você tem mais gente “desconhecida” que deve ser valorizada comente, quero conhecer mais talentos assim!
Beijinhos e até próxima semana!