Inteligência vs Experiência – “Segunda Chance”

O que pesa mais na carreira: inteligência científica (diplomas) ou a experiência na prática (sem diplomas)? O longa de comédia romântica “Segunda Chance” (“Second Act” – 2018) traz luz a esse assunto.

O filme é dirigido por Peter Segal e escrito por Justin Zackham e Elaine Goldsmith-Thomas. Está disponível no catálogo do Amazon Prime Video.

Maya é uma inteligente vendedora de uma grande loja de departamento, ela sempre busca crescer na carreira, mas a falta de diploma da faculdade sempre a coloca abaixo dos outros candidatos, mesmo que eles não saibam o mínimo da prática.

Como presente de aniversário para ela, Dilly, filho de sua melhor amiga e seu afilhado, faz um perfil falso do Facebook para ela e um currículo de dar inveja, que ele manda para uma grande empresa de cosméticos (fornecedora da loja que Maya trabalha). E ela é notada e convidada para uma entrevista.

O dono da empresa, Anderson Clarke, gosta dela e a contrata como consultora de produção de produtos. Ela aceita, mas logo percebe que não seria um caminho muito simples, mesmo com todos os privilégios, além do fato de estar mentindo, o que não a agradava.

O que ela não sabia é que Anderson não tinha a aceitado só pelo currículo e excelente eloquência na entrevista, ele sabia que Maya era a mãe biológica da sua filha, Zoe. Ele queria que elas se conhecessem, mas logo viu o valor e a inteligência de Maya, para além dos títulos.

Maya teve Zoe aos 16 anos, mas ela não tinha como sustentar a filha, por isso a colocou para adoção. Esse fato a fez se sentir culpada por toda a vida, adiando sempre os planos que tinha com o namorado, Trey. Conhecer Zoe poderia ser o desfecho que ela precisava para a vida pessoal.

Trey estava afastado, eles terminaram quando ele a confrontou sobre aceitar um emprego, por melhor que fosse, baseado em uma mentira. Ele estava parcialmente certo, mas só assim ela conseguiu provar seu valor e, de brinde, conhecer a filha.

Embora bem sucedida no atual cargo e com o risco de perder o pouco relacionamento que tinha com Zoe, ela abriu o jogo publicamente. Demorou, mas ela conseguiu conquistar a autoconfiança e o sucesso.

É um filme recheado de clichês sim, especialmente a “pegadinha” quando tudo está dando certo e o casal perfeito que se separa, mas no final volta. E tem também o clichê de Jennifer Lopez (que dá vida a Maya): mulher forte e empoderada que luta para alcançar seus objetivos.

São clichês? São, mas dão certo.

A escolha de elenco foi inteligente, na minha humilde opinião.

Muita gente reclama e até faz piada da atuação de Jennifer Lopez, mas sinceramente eu adoro filmes nesse estilo com ela, assisto sem enjoar “Encontro de Amor” (par romântico com o próprio Voldermort, Ralph Finnes), “O Casamento dos Meus Sonhos” e “A Sogra”.

Sem contar que ao longo dos anos ela vem melhorando, prova disso foi o destaque que recebeu por “As Golpistas” (reza a lenda que ela até merecia indicação ao Oscar, não sei, não assisti ainda).

Zoe é vivida por Vanessa Hudgens, eterna Gabriela Montez de “High School Musical”. Confesso que até pouco tempo não gostava muito dela (sempre fui Team Sharpay), mas aos poucos fui deixando de implicar com ela, gosto muito de “A Princesa e a Plebeia” e “Um Passado de Presente”.

A escolha do ator para viver Anderson Clarke, para mim, foi o mais acertado: Treat Williams. Ele é famoso por várias séries, de diferentes gêneros, mas quero destacar “Everwood” e “Chesapeake Shores” (tem resenha). Especialmente nessa segunda, ele interpreta pais com postura diferente. Sempre me chama atenção o tom de voz dele, é geralmente acolhedor e aconselhador, em algumas situações é até calmante.

Trey, o namorado de Maya, é interpretado por Milo Ventimiglia, famoso por “Gilmore Girls”, “Heros” e “This is Us”. Eu gostei muito de o ver, mas fiquei me perguntando se um ator como ele não poderia ter aparecido mais, embora uma das frases mais marcantes veio dele (algo como “a única coisa que te impede é você mesmo”).

Maya tinha uma amiga fiel ao seu lado, Joan, vivida por Leah Remini. Ela foi o ponto de comédia escrachada, mas que deu equilíbrio aos momentos de drama. Leah é conhecida por um dos sitcoms mais conhecidos do início dos anos 2000, “The King of Queens”, com Kevin James.

O ex-chefe de Maya só apareceu em duas cenas, mas preciso falar que o interpretou, Larry Miller. Você lembra dele sim, como esquecer do pai neurótico de Kat e Bianca em “10 Coisas que Odeio em Você” (um dos clássicos dos anos 1990)?

Ele também apareceu em “Diário de Princesa”, como um cabeleireiro bem vaidoso.

“Segundo Ato” figura na lista de: Filmes para assistir com brigadeiro! Não precisa pensar muito para entender tudo, mas faz bem assistir completo.

Até mais.

Obs.: A imagem do encarte é do IMDb.

Mais do NoSet