Crítica | Frozen 2

Entre 2013 e 2014 uma aventura extremamente gelada mexeu com a cultura pop mundial. Uma legião de fãs se encantou com a história de duas irmãs: Anna e Elsa (essa dotada de poderes de fazer congelar as coisas) e que devido a esse poder congelante as duas acabaram sendo separadas na infância. Já crescidas, Elsa deveria assumir o reinado de Arendelle, mas um acidente devido a seu perigoso dom, fez com que congelasse seu reino e que ela se isolasse no seu palácio de gelo. Então Anna, juntamente com o montanhês Kristoff, sua rena Sven e com a ajuda do boneco de neve Olaf, partiu em busca da isolada e deprimida irmã. Falamos é claro de Frozen – uma Aventura Congelante (Frozen, 2013). O filme tem diversas curiosidades: foi o primeiro filme da Disney a ter codireção de uma mulher, Jennifer Lee; os nomes de Anna e Elsa foram nomes preferidos de muitos pais para batizar suas filhas; arrecadou mais de  2 bilhões e meio de bilheteria, recorde de animação da Disney; transformou a música Let it Go num sucesso mundial (aqui Livre Estou), além é claro de ter sido tema de decoração de inúmeras festas infantis. E além de tudo era um grande filme. Era natural que surgiria uma continuação e seis anos depois surge Frozen 2, animação dirigida mais uma vez pela dupla Jennifer Lee e Chris Buck.

Crítica do primeiro filme:

https://noset.com.br/cinema/frozen-uma-polemica-aventura-congelante-da-disney-2011/

O filme começa com um flashback da infância das irmãs Elsa e Anna onde descobrimos através do pai das meninas que quando ele era o príncipe de Arendelle, acontecimentos estranhos na floresta encantada provocaram a separação dos habitantes. Saindo das lembranças e voltando à realidade vemos Elsa que está feliz governando o reino, junto com sua irmã Anna e o seu namorado, o vendedor de gelo Kris, o boneco de neve Olaf e a rena Sven. Juntos formam uma verdadeira família, tão sonhada pela rainha. Um dia Elsa começa a ouvir vozes vindas do Norte, uma espécie de chamado que pode fazer descobrir de onde vêm seus poderes. Uma noite um estranho acontecimento acaba com a tranquilidade do reino flagelando a população. Isso faz com que Elsa faça se una com a irmã, Kris, Olaf e Sven em direção à floresta encantada atrás de respostas. Floresta essa que é fechada por uma neblina há 30 anos. Lá a trupe descobre o povo da Northuldra que habitava o local e ex-soldados de Arendelle condenados à prisão devido a tenebrosa neblina. Até que Elsa acaba deixando mais uma vez para trás sua “família” e com companhia de uma salamandra Bruni e Knorr, o seu cavalo da água, ela resolve procurar os porquês de sua vida e a verdade por trás do passado das irmãs.

A Disney acerta mais uma vez com essa excelente continuação. A animação está cada vez mais espetacular, com show de cores, expressões e até certo ar sombrio em momentos, digamos, pesados do filme. Quem gosta de música vai se deleitar com belas canções, power ballads, com vocais épicos e arranjos orquestrais. Talvez não tenhamos uma canção clássica do cinema moderno como Let it Go, mas as canções são todas bem encaixadas e produzidas abrilhantando a animação musical. Vale destacar também canções de bandas como Panic at the Disco e Weezer que compõem a trilha sonora.

Mais uma vez os personagens são bem trabalhados desde Elsa e sua incansável busca por respostas e autoconhecimento; Anna, sua irmã, que esbanja coragem e determinação nessa sequência, além é claro do apaixonado e atrapalhado Kris que tenta a sua maneira noivar com ela, mas sempre impedido por situações fora do seu controle. Mas é claro que quem é o responsável por roubar o filme é o engraçadíssimo Olaf. O boneco de neve está demais, com piadas frenéticas, belas tiradas cômicas  provocando risos a praticamente qualquer frase que fala. É impagável a cena em que ele tenta explicar a história de Elsa (basicamente o roteiro do primeiro filme) para os presos da floresta encantada, um momento extremamente engraçado que já pode entrar para a antologia das animações.

Frozen 2, a meu ver consegue ser superior ao primeiro filme. Tem uma temática mais madura, uma aventura mais robusta, um penetrante suspense e muito drama. Seus efeitos de animação, até superiores à do primeiro filme têm o talento de pontuar as fases do filme com muita cor quando necessário e momentos sombrios nos momentos de tensão, dando às vezes até uma atmosfera meio expressionista para fotografia, um deleite visual. Mas voltando a mensagem da obra vemos uma história de busca, uma eterna procura por verdades para chegar à aceitação de nossa condição e como através disso inseri-la ao nosso mundo. Nem que para isso precisemos enfrentar, tendo coragem, os fantasmas adormecidos do passado para chegar a esse objetivo. Uma jornada de descobrimento que tem tudo para ser mais uma vez um megassucesso emocionando os fãs antigos e angariando novatos adeptos, além é claro, de trazer mais uma geração de Elsas e Annas nos registros de batismo pelo mundo afora.

 

Direção: Chris Buck, Jennifer Lee

Elenco: Evan Rachel Wood, Kristen Bell, Sterling K. Brown, Jonathan Groff, Josh Gad, Idina Menzel

Sinopse: Por que Elsa nasceu com poderes mágicos? Para descobrir, Anna, Elsa, Kristoff, Olaf e Sven, partirão em uma aventura em busca do desconhecido.

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