Fazer nada pode levar às melhores coisas – “Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível”

Antes de mais nada, você não está lendo uma resenha repetida, realmente existe uma resenha nessa coluna de um filme que fala do ursinho Pooh, “Adeus Christopher Robin”, de 2017, estrelado por Domhnall Gleeson e Margot Robbie.

Essa resenha que você está lendo agora é de outro filme, de 2018, “Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível”. Esse segundo parece ser a continuação do primeiro, porque mostrar Christopher Robin adulto, como falarei ao longo da resenha, enquanto o outro mostrava sua relação com o pai e como ele criou Pooh e sua turma.

Contudo, são produções diferentes, independentes um do outro, alguns momentos são até retratados de forma diferentes.

“Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível” foi dirigido por Marc Forster e uma longa lista de roteiristas, composta por: Alex Ross Perry, Tom McCarthy, Allison Schroeder, Greg Brooker e Mark Steven Johnson. A história é baseada nas obras de A.A. Milne e Ernest Shepard.

Essa linda, divertida e tocante obra está disponível na Disney+.

Vamos à história: Christopher Robin teve que sair da casa de campo da família, em Sussex, para entrar no colégio interno, começando ali sua jornada para vida adulta, conhecendo a vida “real” e esquecendo um pouco de sua imaginação ativa. Deixou de lado Pooh e seus amigos.

Isso não quer dizer exatamente que ele ficou triste, por algum tempo ele ainda era feliz sim. Conheceu sua futura esposa, Evelyn, e tive uma filhinha, Madeline, antes de ser recrutado para servir na Segunda Guerra Mundial. Foi quando voltou da guerra que as coisas começaram a mudar.

Isso lembra um pouco a história do pai (lá no outro filme), que quis mudar a forma que escrevia depois que voltou da Primeira Guerra mundial.

Diferente do pai, Christopher não era escritor, ele conseguiu uma vaga em uma empresa que fabrica malas de viagens, deu-se tão bem que ascendeu rapidamente na carreira, tornando-se alguém de confiança da diretoria. O problema é que passava pouco tempo com a família.

Evelyn notava o quão pressionado o marido estava e tentava o alertar. Madeline se sentia pressionada também, queria impressionar o pai para ver se assim ele teria mais tempo para ela.

A menina tinha a idade que o pai tinha quando criou a turma do Pooh, porque não tinha com quem brincar. A diferença era que Christopher como pai era muito rígido, para ele a melhor coisa que ele faria para a filha era o estudo, então a pressionava para entrar no colégio interno, longe de Londres e dois pais.

Faltando poucas semanas para o verão acabar, e Madeline ir para o colégio interno, a família planeja passar um final de semana na mesma casa de campo da infância de Christopher. De última hora ele informa que não poderá ir por causa do trabalho, mas que elas poderiam ir sem elas.

O trabalho que ele teria que fazer era um projeto de redução de custas da empresa, que era para ser feito em parceria com o chefe, Giles Wislow, mas foi colocado tudo nas costas de Christopher. Ele estava sobrecarregado e mal-humorado, mas encontra um velho amigo na praça perto de sua casa: Pooh.

Nenhum dos dois sabe como o ursinho foi parar ali, tudo que Pooh sabe é que não conseguiu encontrar os amigos em sua floresta e que estava pensando em Christopher Robin. O mais lindinho da cena é que Pooh consegue reconhecer Christopher de primeira, mesmo o amigo tendo mudado tanto por fora, dizendo que ele continuava o mesmo para ele.

A única solução que Christopher ver é ir deixar Pooh em Sussex, então pega o primeiro trem para lá, fazendo o trabalho no trem mesmo, isso quando o ursinho ficava calado.

O plano era simples, Christopher iria até a propriedade da família com cuidado, para Evelyn e Madeline não o verem, deixaria Pooh na floresta e voltaria para Londres no primeiro trem, mas sua consciência não deixou. Ele acaba voltando para o local de sua infância, encontrando os amigos, reconquistando a confiança deles. Na saída ele é flagrado pela filha, que fica muito chateada por ele não poder ficar.

Madeline acaba encontrando Pooh, Tigrão e Leitão. Eles precisavam encontrar o pai dela porque os papeis importantes dele ficou com os amigos, ela acaba ajudando, pegando um trem sozinha com ele se aventurando por Londres para chegar até o pai. Ela pensou que se ela fizesse isso por ele o colégio interno poderia ser descartado de vez.

Evelyn vai a Londres em busca de Madeline, pegando Christopher no meio da reunião dele. Ao se reunirem ele percebe o quão a filha estava precisando de o ter por perto e que suas prioridades estavam erradas.

Diferente do outro filme, esse é mais fantasioso, é como se Pooh e a turma realmente existissem, então são mostradas as aventuras com o Christopher adulto incrédulo tendo que voltar a acreditar no mundo que ele mesmo acreditou. A história mostra como se ele tivesse que passar por isso para lembrar o que o deixava feliz de verdade.

Estrelando essa “continuação” de Christopher Robin estão: Ewan McGregor, como o próprio Christopher e fazendo mais um excelente trabalho. Ele é famoso por filmes de “sonhadores”, mesmo que de gêneros diferentes, desde o inesquecível musical “Moulin Rouge” até o live-action de “Bela e a Fera”, passando por “Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas”, “Nanny McPhee e as Lições Mágicas” e os filmes franquia de “Star Wars” além de filmes mais sérios, como “O Impossível”.

Foi impossível não lembrar de Ed Bloom (Peixe Grande) ao ver Christopher Robin na Floresta com Pooh depois de adulto.

Hayley Atwell interpretou Evelyn, a esposa de Christopher. Ela é famosa pela marcante agente Peggy Carter, o verdadeiro e eterno amor de Steve Rogers, o Capitão América, por isso aparece em quase todos os filmes de os “Vingadores” da última década, além de ter estrelado uma série solo da agente. Ela sabe o que é esperar por um soldado ferido (psicológica ou fisicamente) da guerra.

Logicamente que ela não é só isso, fez seu nome em outras produções, como “A Duquesa”, “Cinderella” e na série “Black Mirror”. Tem uma curiosidade “inútil” aqui, o episódio que ela estrela em “Black Mirror” ela tem como par romântico Domhnall Gleeson, ator que interpreta o pai de Christopher naquele outro filme. Bronte Carmichael deu via a Madeline, a filhinha de Christopher Robin. Ela é uma jovem atriz em início de carreira, iniciou em “O Destino de uma Nação” e teve destaque em “Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível”, mas também marcou presença nas séries “Nightflyers” e “Game of Thrones”.

Giles Wislow pode ser visto como o “vilão”, ele é vivido por Mark Gatiss. Sinceramente, eu nem comentaria sobre o personagem, embora ele tenha uma mensagem, tem pouca importância no cenário geral, mas o ator merece a menção. Para quem não o reconheceu, ele é o Mycroft Holmes da série “Sherlock” (aquela da BBC, com Benedict Cumberbatch), que também é visto como um vilão.

São dois personagens arrogantes, mas Giles não é metade elegante como Mycroft.

As vozes originais dos personagens animados também merecem atenção:

Pooh e Tigrão recebem a voz de um mesmo ator, Jim Cummings, que já havia feito a voz do ursinho numa animação de 2017, mas também é conhecido pela voz de Ray de “A Princesa e o Sapo” e outras animações conhecidos como “Sing” e “Minions”.

Ió (ou Eeyore, em inglês), o burrinho triste, tem a voz marcante de Brad Garrett, conhecido por séries como “Everybody Loves Raymond” e “’Till Death”, e filmes como “Operação Babá” e “Letra e Música”. Leitão tem a voz de Nick Mohammed, conhecido por filmes como “Perdido em Marte” e “The Sense of Ending”.

Abel (ou Rabbit) recebe a voz de Peter Capaldi, conhecido por “Guerra Mundial Z”, “Paddington” e pela série “Dr. Who”. Can (ou Kanga) tem a voz de Sophie Okonedo, presente em séries recentes, como “Ratched” e “His Dark Materials”. Guru (ou Roo) tem a voz estreante de Sara Sheen.

Corujão (ou simplesente Owl) recebeu a voz de Toby Jones, conhecido pelos filmes de franquia de Capitão América (Dr. Zola) e de “Jogos Vorazes” (Claudius Templesmith), além de filmes sérios como “Sete Dias com Marilyn”, “Poder Paranormal”, “O Homem que Viu o Infinito” e “Operação Anthropoid”.

Até Mais!

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