Crítica: Perdida (2023) | No Brasil é uma das adaptações literárias mais bonitas do cinema

Perdida é um livro de romance da autora brasileira Carina Rissi, publicado em 2011, que fez parte da adolescência de muitas meninas e meninos e junto com essa garotada  a história cresceu com a publicação de suas cinco sequências, formando assim uma franquia de seis livros ganhando novos rumos. Mas, agora, chega aos cinemas a adaptação do primeiro livro Perdida e os fãs da autora poderão acompanhar Sofia e sua viagem no tempo pelas telonas.

Sofia que no longa-metragem é interpretada por Giovanna Grigio é uma jovem descolada, que trabalha em uma editora de livros e sua maior vontade é publicar uma versão bonitona e de capa dura de Orgulho e Preconceito da Jane Austen. Inclusive, esse é um dos principais conflitos na vida da mocinha, enquanto vive imersa nos romances literários, não consegue se firmar em relacionamentos e acha que o “felizes para sempre” é algo que se restringe aos livros e contos de fadas.

Ela divide apartamento com sua melhor amiga Nina. Após Nina contar que está noiva e que vai se mudar com o namorado para a Austrália, a amizade das duas fica meio abalada. Por duas razões: a primeira é que Sofia critica a decisão abrupta da amiga, justamente pelo seu conflito interno com o amor, e a segunda razão é que Sofia não se vê sozinha, já que com a partida da amiga é como ela ficaria.

Em meio a todas essas eventualidades, o projeto do livro e os rumos escolhidos pela amiga, surge no caminho de Sofia, Abgail (Luciana Paes), uma mulher diferentona e meio fora da caixinha, mas que tem um papel fundamental na história, já que ela manda Sofia para 1830. Ela faz isso quando deixa um aparelho celular com Sofia e o celular é uma espécie de portal entre os dois séculos.

Toda essa viagem romântica no tempo é dirigida por Katherine Chediak Putnam (Inferno, Curta, 2021), Dean W. Law (O Ritual do Livro Vermelho, 2022) e Luiza Shelling Tubaldini que juntos entregam um filme fantasticamente encantador. O roteiro tem a colaboração de Putnam, Law e Karol Bueno e que apesar de ser uma adaptação, pelas reações do público presente na sessão deu para ver que as sequências são as mais próximas possíveis do livro de Carina Rissi. Pois, houve muitos “own”, suspiros, risos e digo até que tinha gente saindo com os olhos marejados.

Afinal, que atire a primeira pedra quem nunca sonhou ou desejou, mesmo que nos sonhos, viver um conto de fadas ou um amor tão bonito quanto os dos livros de romance. Perdida transporta o espectador junto com Sofia, para um mundo de sonhos, magia e muito romance. Além de todo o charme poético do século XIX, veja bem eu disse poético, justamente pela licença poética criada pela autora e roteiristas de um século XIX, por exemplo: sem escravidão e onde as mulheres têm até uma certa liberdade e são mais respeitadas pelos homens. Coisas que na prática sabemos que não aconteceu. Uma verdadeira utopia romântica.

Perdida é um longa-metragem que merece e deve ser assistido nos cinemas, pois ele está todo impecável. Se houvesse um Oscar nacional ele poderia facilmente concorrer na categoria de Melhor Fotografia e Melhor Figurino, ambos estão realmente impecáveis. A Trilha Sonora acompanha o ritmo da história e é muito agradável. O elenco no geral é muito bom, mas o destaque fica mesmo a cargo de Giovanna Grigio. A protagonista diverte o publico com trocadilhos e diálogos divertidos. É notável que a atriz amadureceu bastante nos últimos anos, seu carisma em cena chama a atenção e o que garante uma forte sintonia com todos do elenco.

Nota:5/5

Trailer

Ficha Técnica

Título Original: Perdida

Direção: Katherine Chediak Putnam, Dean W. Law & Luiza Shelling Tubaldini

Duração: 115 minutos

Elenco: Giovanna Grigio, Bruno Montaleone, Bia Arantes, Luciana Paes, Nathália Falcão, Emira Sophia, Hélio De La Peña, Diego Montez

Sinopse: Sofia é uma garota progressista, independente e que tem pavor da menção à palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são aqueles da literatura de Jane Austen. Isso até ela ser misteriosamente transportada para o século XIX.

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