Crítica: Vingança (2018)
Vingança, longa metragem que logo de cara em seu trailer remete ao filme Doce Vingança (2011), que por si só já é um remake de A Vingança de Jennifer (1978), isto é, um filme que retrata uma mulher sendo estuprada e quase morta, mas que acaba por se vingar dos agressores. A diferença é que Vingança se aproxima mais da realidade comparado aos outros dois filmes do mesmo gênero.
Jen (Matilda Lutz) só queria se divertir com seu amante. No dia seguinte chegam os amigos dele e as coisas começam a mudar. Os amigos dele começam a secá-la, e ela fica tensa. Ao invés do filme seguir uma linha rica de crescimento dos beats cênicos, com muita falta de criatividade e originalidade o confito psicológico da personagem se disseca para criar um plot previsível, e na festa à noite ela resolve beber com eles, ou seja, atitude completamente contrária ao questionamento imposto na sequência a qual ela se sente oprimida, tornando o personagem um pouco raso de personalidade, mas aproximando-o do lado humano de quem age pelo impulso e ignora uma espécie de perigo já premeditado e exposto anteriormente. No dia seguinte à festa ela é injustamente estuprada, mas só queria se divertir e mesmo com todas as dificuldades usa as armas dos próprios homens que a violentaram e tentaram matá-la, o que podemos destacar como uma boa ideia. Com isso temos diversas cenas de perseguição, tiros e muito sangue, o que coloca o filme dentro do subgênero conhecido como Gore (filmes com muitas cenas violentas, sangrentas, vísceras, e pessoas ou animais mortos).
Mas não somente de violência se resume o primeiro longa-metragem da francesa Coralie Fargeat. É um filme roteirizado por uma mulher feminista e levanta uma bandeira importante de ser debatida, o que não necessariamente quer dizer que o filme deixe de pecar em alguns momentos com situações absurdas que fogem da normalidade.
Nota:
Direção: Coralie Fargeat
Elenco: Matilda Lutz, Kevin Janssens, Vincent Colombe, Guillaume Bouchède
Sinopse: Três homens casados e ricos fazem anualmente uma espécie de caçada no deserto. Desta vez, um dos empresários decide trazer sua amante (Matilda Lutz). Quando ela é abandonada para morrer devido a uma série de acontecimentos, eles terão que lidar consequências de uma mulher que busca vingança.
Trailler