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CRÍTICAS

Crítica – Shadow Force – Sentença de Morte

Crítica – Shadow Force – Sentença de Morte
  • Publishedjulho 7, 2025

Falando a verdade, em qualquer época, o cinema sempre teve seus grandes abacaxis, filmes completamente descartáveis e prontos para cair no esquecimento. Os anos 1980 e anos 1990, onde foram produzidos muitos filmes de ação e extrema violência, às vezes nem saiam nos cinemas, entrando direto no mercado de home vídeo. Muitos desses tais filmes ganharam vida nas prateleiras das saudosas locadoras e às vezes, de tão ruins, se tornaram cult, ganhando admiradores mais pela galhofa e diversão do que pela qualidade. Hoje em dia, sem as locadoras, lançar um filme ruim de ação não garante nem mais um espaço num Domingo Maior, na rede do plim plim. Shadow Force – Sentença de Morte (Shadow Force, 2025), com a direção de Joe Carnahan, mal estreou nos cinemas, e como diz o seu subtítulo nacional, tem tudo para naufragar e morrer no esquecimento.

O filme conta a história de um casal um tanto pitoresco. Kyrah e Isaac faziam parte de um grupo de elite que trabalhava para o exército norte-americano. Faziam parte do Shadow Force, onde eles e seus companheiros eram designados para missões impossíveis pelo globo. Eles não podiam ficar entre si, mas os dois se apaixonam e acabam tendo um filho, o pequeno Ky. Para proteger a si mesmo e à criança, eles se separam e vivem vidas pacatas. Um dia, Isaac apaga um monte de bandidos em um assalto e o ex-chefe deles, Jack Cinder, acaba descobrindo onde ele está. Cinder era um figurão do governo estadunidense, jamais se conformou com a deserção do casal e promete juntar o velho grupo para buscá-los e principalmente encontrar o filho deles, no qual o alcoólatra ex-agente da CIA vê potencial para um futuro. Então o casal se une novamente para enfrentar os ex-companheiros e o antigo chefe.

Shadow Force – Sentença de Morte é aquele legítimo filme que não tem quase nada. Zero roteiro, cenas de ação contidas, personagens sem carisma, um vilão caricato, sempre entornando seus goles de whisky, uma história nada convincente e demora demais para chegar no clímax, que com muita boa vontade, é a melhor parte do filme. Ah, tenta ser engraçado, mas falha terrivelmente na missão de fazer qualquer um esboçar um sorriso.

Nem o time de atores segura as pontas. Kerry Washington, super talentosa, está mais perdida do que nunca, às vezes parece que nem está focada nas cenas e na total ausência de roteiro. Omar Sy, como Isaac, abusa do caricato, se fazendo de super heroi às vezes. Seu super poder é tirar o aparelho de surdez, e com audição limitada, parece ganhar forças extraordinárias para mandar bala nos seus desafetos. Da’Vine Joy Randolph, como a Gia Marvella, que era para ser o alívio cômico do filme, não provoca risos nem em claque programada, e o vilão interpretado pelo bom ator Mark Strong, é uma caricatura feita de homem do mal, em nenhum momento parece ser um cara perigoso. Até o menino que faz o Ky é de uma chatice insuportável.

Como falei acima, o clímax seria o embate entre o casal e o exército de elite do Shadow Force, talvez seja o momento mais interessante do filme, demorando uns 80 minutos para chegar nele. Mas ali, mesmo com boas cenas de brigas coreografadas, tiroteios e granadas pelos ares, mais parece um final estilo Loucademia de Polícia do que um representante digno do gênero. Mas o que realmente vale no filme é que temos um revival do grande Lionel Richie e a música Truly é a trilha sonora do casal. Ela aparece em diversos momentos, inclusive no final, de uma maneira tão absurda que soa hilariante. 

Enfim, Shadow Force – Sentença de Morte não terá o privilégio de morar nas prateleira de grandes locadoras, porque o formato físico é coisa apenas para colecionador. Nos cinemas não vai vingar muito tempo e seu destino será o esquecimento total de um filme que promete que vai entregar algum entretenimento decente e acaba não nos oferecendo quase nada… quem sabe um catálogo de streaming ainda sirva como depósito (não por muito tempo) de um filme tão decepcionante.

Written By
Lauro Roth