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CRÍTICAS

Crítica – Premonição 6 – Laços de Sangue

Crítica – Premonição 6 – Laços de Sangue
  • Publishedmaio 13, 2025

Existe uma franquia de terror que me fez ficar desconfiado de qualquer coisa, aparentemente banal, como um parafuso solto, uma torradeira em curto ou uma máquina de cortar grama descontraída, serem armas letais. Ah, esqueci o liquidificador, como um certo ex-ministro tinha medo. Enfim, foram os filmes da Premonição. Na série de filmes, iniciada no ano de 2000, aprendemos que tudo pode ser perigoso, ainda mais quando a morte tem que seguir o seu destino. Com a demora de 14 anos (uma enormidade para uma sequência de filme de terror), chega o aguardado sexto filme da série aos cinemas, Premonição 6 – Laços de Sangue (Final Destination – Bloodlines, 2025).

Stefani Reyes é uma estudante que anda tendo pesadelos com uma enorme tragédia no passado, quando um restaurante, no alto de uma torre, acabou matando muita gente. Com os sonhos ficando frequentes, ela acaba largando a faculdade e volta para casa para entender o porquê disso tudo e qual a ligação com sua avó. Na sua família, a avó Íris é considerada uma perturbada mulher, que vive isolada tentando se defender da morte. Através do seu tio Bobby, já que sua mãe abandonara a família, ela descobre que Íris esteve nesse tal restaurante e salvou a todos, devido à premonição de que todos iriam morrer. Com o tempo, todos os sobreviventes desse evitado acidente passaram a morrer de forma inusitada, por décadas, juntamente com seus descendentes. Stefani então descobre que seus familiares serão os próximos da lista e tem que tentar de tudo para quebrar essa corrente da morte e salvar sua família.

Confesso que estava com saudades de Premonição. Dos cinco primeiros filmes, uns melhores que outros, ao menos todos foram sinônimos de noventa minutos de diversão garantida. Além de criar uma marca, em que as tais premonições no início do filme, uma tragédia avassaladora, sempre dá as caras, virou uma marca registrada ao estilo James Bond, que sempre tem uma grande cena de ação antes do filme começar mesmo. Na sexta Premonição, os diretores Adam Stein e Zach Lipovsky mantêm a fórmula básica de toda a série, com algumas mortes criativas, outras nem tanto, criando uma atmosfera de suspense competente e dessa vez chutando o pau da barraca, com muita ênfase no humor. Boas tiradas, em piadas certeiras, fazem a volta da franquia ser um agradável passatempo. 

Confesso que a cena inicial, onde ocorre a tragédia no alto do restaurante torre, começa muito bem, cria todo um clímax , faz uma homenagem digna aos filmes de cinema catástrofe, como Inferno na Torre e Destino do Poseidon, mas a quantidade de CGI faz parecer a cena um pálido jogo de videogame, incomodando aos olhos, tamanho excesso de efeitos em artificiais mortes (o mesmo já tinha ocorrido no quinto filme da série). Mas no decorrer do filme, podemos nos deleitar com mais um leque de fatalidades criativas, nos dando o prazer de escolher a mais divertida. Eu gostei muito da cena com o aparelho de ressonância magnética, o que pode causar mais um pesadelo em quem já tem certo medo daquela geringonça ao fazer exames. 

No mais, o filme tem um roteiro padrão, só que dessa vez utiliza a família Campbell como vítima da perseguição da morte, usando a descendência genealógica como sentença mortal aos herdeiros dos sobreviventes da tragédia que não ocorreu no restaurante da torre.

Destaco nas atuações Kaitlyn Santa Juana, como Stefani, que manda bem naquele papel clássico da mocinha que tem que evitar o inevitável curso da morte, Richard Harmon, que tem o papel mais divertido, como o primo de Stefani, que sempre descrente na maldição, tem algumas das melhores tiradas do filme envolvendo seu corpo minado de piercings. Também é o último filme de Tony Todt, como William Bludworth, o legista sinistro que aparece em todos os filmes, que muitos confundem com a morte, inclusive mostrando sua origem no filme. Infelizmente o ator faleceu no fim do ano passado.

Premonição 6 – Laços de Sangue, se nada acrescenta à série (ainda bem), não se leva à serio, entrega um filme divertido, com os requintes clássicos da franquia, com as mortes inventivas em situações inusitadas, boas piadas, efeitos especiais competentes (com exceção do exagerado CGI na tragédia que abre o filme), usa a trilha sonora de maneira sempre precisa, beirando o hilário, como a cena do estúdio de tatuagem e a da festa de família, e entrega o que o público quer, o mais do mesmo, num grato  retorno da franquia.  Um filme para ser apreciado com pipoca e refrigerante e de preferência num cinema com salas IMAX.

Written By
Lauro Roth