Crítica – O Macaco

Nessa semana estreia nos cinemas brasileiros um dos mais esperados filmes de terror do ano (e isso que estamos em março). Juntando o cultuado diretor Oz Perkins, um conto de Stephen King, produção de James Wan e muita violência explícita, O Macaco (The Monkey, 2025), falando curto e grosso, simplesmente tem tudo pra decepcionar quem espera um terror dos bons, mas pode agradar quem curte um filme nonsense, com mortes bizarras e humor que não faz rir.
Enfim, vamos para a trama. Um dia os irmãos gêmeos, o insuportável Bill e o perdedor Hal, encontram um macaco de brinquedo que tem uma espécie de pandeiro, que estava guardado faz muito tempo e que pertencia ao pai deles. A partir dali, mortes sinistras e sem explicação lógica começam a acontecer com quem está perto dos meninos, tendo apenas o badalar dos címbalos do instrumento do brinquedo como sinal das matanças. Os dois decidem se livrar do brinquedo. Algum tempo depois, Hal, já adulto e pai de um garoto, descobre que novas mortes absurdas em sequência começam a perturbar uma cidade, o que faz com que Hal tenha que se encontrar com seu irmão Bill novamente, além de ter que deter o macaco, tem que enfrentar seus traumas do sinistro passado.

Para início de conversa, o peixe do filme foi vendido como um filme de terror. Quem apenas olha, vê o cartaz e procura pouco saber sobre, imaginava um macaco assassino com uma história de dar medo. Mas não, Oz Perkins decide adaptar um conto do mestre Stephen King de 1980 e nos apresenta uma comédia de absurdos. Humor ácido e muito sangue, violência explicita e piadas sem graça são o mote do superestimado diretor.
Oz, que pegou um certo cartaz com o chato Longless ano passado, filme venerado por muitos, mas que não passa de uma miscelânea de monte de fórmulas boas do cinema de terror, e no caso dele, ficou uma marca sonolenta, nos apresenta um filme que tenta ser engraçado, não consegue, se tenta chocar, não choca e o pior: é tão insosso que corre o risco de ser esquecido ao fim da sessão. Falta história, temos personagens sem empatia, atuações no pior estilo blasé de interpretação. No passado tivemos filmes memoráveis como os Palhaços Assassinos com suas matanças sem freio, mas com muita diversão. Em O Macaco temos apena suma sucessão de mortes como decapitação por faca de sushi, cavalos atropelando um saco de dormir, cabeças queimando, entre outras, em que parece que o diretor só quis explorar ao máximo várias maneiras de sair matando em um filme sem roteiro e sem pé nem cabeça.

Inclusive, o macaco do filme que só serve como anunciante das mortes, não tem graça alguma, não provoca medo e jamais suja as mãos nas bizarrices fatais da película. Na parte final até tenta dar um certo grau de profundidade, como se os dois manos tivessem que enfrentar seus traumas do trágico passado e tendo o macaco como arma de vingança, mas tudo soa tão superfical e jamais criamos empatia pelos aborrecidos irmãos gêmeos.
Gêmeos que são interpretados pelo mesmo Theo James que até tenta dividir as personalidades do atormentado Hal, em comparação ao excêntrico Bill, mas acaba fazendo os dois papeis com uma preguiça tão grande que não simpatizamos por nenhum deles.

Oz Perkins cria uma laboratório de mortes absurdas com direito a muito sangue, tripas, vísceras, cabeças cortadas, corpos explodindo, misturado a muito humor ácido, onde o roteiro é apenas um mero detalhe, num terrir sem muita explicação, e que ainda bem, tem apenas 90 minutos de duração. Irá agradar aqueles que vão considerar o filme moderno, frenético e anticonvencional, mas ao menos para mim vai entrar na prateleira do fundo com direito a bilhete, para reassistir só em último caso…
