Close
CRÍTICAS

Crítica: Moana 2

Crítica: Moana 2
  • Publicado em: novembro 27, 2024

No cinema, aquela máxima de tudo que faz sucesso, o segredo de mais sucesso é fazer de novo, cai como uma luva em Moana 2. O simpático filme de 2016, em que conhecemos  Moana, uma corajosa menina aventureira da Polinésia, que com ajuda do semideus Maui, precisa enfrentar mares e oceanos para salvar seu povo das ameaças dos deuses e da natureza, foi um tremendo sucesso, e até que demorou para ter a óbvia continuação. Moana 2 (idem, 2024), com direção de Dave Derrick Jr., a sequência da animação de sucesso depois de 8 anos, é uma das aguardadas estreias nesta semana nos cinemas.

Moana hoje é quase uma popstar na sua Terra. Mais madura e idolatrada por seu povo, sempre segue pensando em fazer o bem para os seus. Um dia recebe um chamado dos ancestrais, de que precisa enfrentar os deuses das tempestades e tirar do fundo do mar a ilha de Motu Fetu, que era uma espécie de ligação entres os povos polinésios, e hoje está submersa. Moana, então, monta um time de peso para tal missão, juntando um fazendeiro mal-humorado, Kele, Moni, um grande amigo e fã de Moana e de Maui, e Loto, uma construtora de barcos que serve como orientadora da embarcação. Juntos se encontram com o divertido semideus Maui para enfrentar novamente os Kakamora e a perigosa deusa Matangi, que fará de tudo para atrapalhar a missão dos intrépidos aventureiros do oceano.

Mais uma vez aquela pergunta que não cala, fora a grana (que ingenuidade…) qual a serventia de uma continuação de Moana? O primeiro filme foi uma gratíssima surpresa nos apresentando ao mundo a simpática heroína da Polinésia, mas a tardia continuação, 8 anos depois, serve apenas para faturar mesmo. Não temos quase nada de novo no filme, a história é praticamente a mesma do primeiro filme, uma epopeia de superação, aventura e com uma causa nobre, de unificar os povos dos mares. Moana segue cantando, enfrentando os perigos do oceano. A sua heterogênea equipe, juntamente com o frango e o porco, são responsáveis pela alta dose de humor do filme. A continuação aposta mais que o original em momentos cômicos. O velhote resmungão Kele e o atrapalhado e divertido Moni são responsáveis diretos por esses momentos, e é claro, Maui, o semideus mais simpático da mitologia da região, abusa das piadas, principalmente com os pobres Pua e Heihei.

Se a história não nos apresenta novidades, além de nos fazer rir um pouco mais, mais uma vez a equipe da animação nos dá um show de imagens, para ser apreciado sem moderação e de preferência nos cinemas. Efeitos maravilhosos, num 3D vibrante, com aqueles personagens esbanjando expressões na tela, um oceano de azul vivo, dando uma cor, imagens caprichadas de todo aquele universo das tradições dos povos polinésios e a importância do mar na sua cultura. No quesito canções, se no primeiro filme tínhamos refrões fáceis de cantarolar, na sequência, a qualidade pop das canções cai um pouco de conceito, mas nada que não vá  fazer a molecada ao menos assoviar as melodias.

Moana 2, apesar dos pesares e a falta de um desenvolvimento mais profundo na personagem e novidades quase zero no enredo, ainda consegue alcançar um dos seus intuitos: emocionar a plateia. Se perde em inovação, a história da menina que é um ícone nos mares e exemplo para seu isolado povo, continua com a chama acesa em uma história curta e grossa (abençoados 100 minutos) em que o requinte visual dos efeitos e a aventura ainda são o convite maior para assistir o filme. E mesmo sem o frescor surpreendente e criativo do primeiro filme, acredito que fará sucesso e uma nova geração (sim, 8 anos nos dias de hoje é quase uma geração) pode se afeiçoar à personagem e ainda mergulhar de cabeça no mundo de Moana. E quem esfrega as mãos é a empresa do ratinho Mickey, só esperando os lucros com mais um sucesso garantido, ainda mais em ano de Divertida Mente 2, o filme a ser superado.

Written By
Lauro Roth