Crítica 2: Mãe! (2017) | Uma obra de arte bizarra e terrivelmente brilhante.

Darren Aronofsky. Um gênio. Um prodígio. Um diretor que é mestre naquilo que realiza, principalmente quando a intenção é fazer com que o espectador fique perturbado, mas, ao mesmo tempo, surpreendido ao sair da sessão de seus filmes. Após obras aclamadas como Réquiem Para um SonhoCisne Negro, Darren retorna às telas nos prestigiando com seu mais novo feito: Mãe!. Estrelado por Jennifer Lawrence e Javier Bardem, o longa ainda conta com Michelle Pfeiffer e Ed Harris, e está prestes a estrear nos cinemas de todo o Brasil. Mas o que será que um dos suspenses mais esperados do ano nos reserva? Fique comigo e saiba mais!

Na trama, acompanhamos a vida de um casal que se muda para uma casa nova. Até que um dia, visitantes não esperados chegam à sua casa e atrapalham a tranquilidade da família. Não demora muito pra que a relação dos dois seja testada e uma terrível verdade venha à tona. Um suspense psicológico sobre amor, devoção e sacrifício.

Loucura! Loucura! Loucura! Que filme nefasto, meus amigos! Do meu ponto de vista, achei a nova película do cineasta fantástica, com um roteiro bem trabalhado ao longo da trama e que não chega nem perto do clichê. É Aronofsky sendo Aronofsky, uma vez que o diretor crava a sua marca e cola o seu estilo em praticamente toda a parte artística da fita, com um 3º ato que com certeza vai dividir opiniões. Afinal, a sequência que se estende da metade até o último minuto tende a declinar ou causar estranhamento do público. Ele ainda aborda questões religiosas, um embate entre a ficção e a realidade, alegorias religiosas um tanto subjetivas, metáforas bíblicas (e deveras alternativas) e simbolismos malucos. Sem contar as atuações, que são um show à parte. Quem carrega o filme nas costas certamente é a Jennifer Lawrence, queridinha de Hollywood, que muitos dizem ser superestimada, mas isso é o de menos, não acham? Comparada com Kristen Stewart, por exemplo, Lawrence arrasou como protagonista da franquia Jogos Vorazes, e temo que seu futuro reserve muitas surpresas, rendendo bons frutos que só aperfeiçoem a sua carreira.

Ademais, todos sabem que quando se trata de um trabalho comandado pelo “Aronofsky”, que, aliás, também é seu marido na vida real (sim, eles começaram a namorar no início das filmagens do filme) a atriz logo tratou de superar seu desempenho em cada expressão facial vista. Já Javier Bardem tem uma performance monstra, que está o tempo inteiro na suspeita, à espreita. E quanto à Michelle Pfeiffer e Ed Harris, foram outros atores que a todo o momento deixam o telespectador com a pulga atrás da orelha, pois seus personagens além de duvidosos e bem desenvolvidos, contribuem com a macabra reviravolta que a trama sofre da metade pro final. Um aspecto interessante inclusive é que os personagens não têm nome próprio, contendo apenas substantivos como “a mãe”, “Ele”, a “mulher”, o “Homem”, “o filho mais velho” e “o filho mais novo”.

Em suma, é um filme tenso, ousado, perturbador, com ausência de trilha sonora (fico pensando se foi uma sagaz estratégia ou dita tolice) e uma fotografia incrível (impressionante como a câmera acompanha cada movimento de Jennifer, ainda que basicamente em um único cenário, onde ocorre uma guerra, literalmente). Todavia, em meio a 2 horas de projeção deste “pesadelo” propriamente dito, ele há de prender a atenção de muitos, como também dar sono em outros (mesmo que falemos de terror psicológico), o que o torna o tipo de filme que não faz o gosto de qualquer um. Logo, a fantasia é tanta que só mesmo assistindo pra saber do que estou falando. Então confira-o de mente aberta, sem acreditar no marketing enganoso (exceto a aguardada alusão à O Bebê de Rosemary, nada demais), que está vendendo Mother! como um terror sobrenatural; justo pelo contrário, o que nos é apresentado é outra coisa, totalmente diferente, bizarra, mas que ainda assim não envolve nada sinistramente explícito, apenas alguns elementos que subentendem tal conteúdo entregue em mãos. E infelizmente, não posso comentar mais nada a vocês, porque senão acabarei entregando detalhes cruciais da história. Sendo assim, fica realmente a seu critério, caro leitor. Só não se engane, pois a verdade sobre Mãe! está nas entrelinhas.

Título Original: Mother!
Direção: Darren Aronofsky
Duração: 121 minutos
Nota: 

Confira o macabro trailer:

Participei do debate no Canal “Queimando Filme”, sobre o filme!

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