Cazuza (O Tempo não Para) e Renato Russo (Somos tão Jovens): Filmes sobre O Rock Nacional.

Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje falamos de dois filmes bibliográficos sobre as maiores estrelas do rock nacional.

 

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Cazuza – O Tempo não Para (2004): Direção Sandra Werneck e Walter Carvalho, roteiro Fernando Bonassi e Victor Navas, elenco Daniel de Oliveira, Marieta Severo, Débora Falabella, Leandra Leal, Reginaldo Faria e Andréa, baseado na vida do cantor e compositor Cazuza e no livro Cazuza, Só As Mães São Felizes, escrito pela mãe do cantor, Lucinha Araújo, e pela jornalista Regina Echeverria.

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Sinopse: O filme retrata a vida do compositor e cantor Cazuza desde quando começou a carreira, atuando na peça Para Quedas do Coração, no Circo Voador, o sucesso com o Barão Vermelho e sua carreira solo, até sua morte em 1990, em decorrência de complicações causadas pela AIDS.

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Crítica: Sem um roteiro realmente ousado, muito na verdade puritano com cenas apenas como referência da vida do cantor, a direção de Werneck e Carvalho é muito acovardado, criando um conto de fadas da vida do polêmico cantor de Rock dos anos 80 e 90 que mudou a cabeça de uma geração. Longe do maravilhoso The Doors do mega diretor Oliver Stone onde se arrisca na geração do álcool e drogas, com um Val Kilmer ensandecido na pele de Jim Morrison, a dupla de diretores nacionais se prende mais em um bom drama familiar de água com açúcar, típico de Sessão da Tarde Global. Só que o filme é bom justamente porque Daniel de Oliveira (Cazuza), Marieta Severo (Mãe) e Reginaldo Faria (Pai) roubam a cena e levam o filme nas costas, principalmente Daniel de Oliveira e Marieta Severo com uma química de se fazer chorar, principalmente na fase AIDS do cantor, e por eles vale a pena se arriscar a ver o filme. O filme é tão banal que o momento do Rock Nacional e a influência de Ney Matogrosso na banda, na época namorado de Cazuza, são deixados de lado e nem mencionados no filme. A única parte que realmente me toquei que Frejat fazia parte da vida do cantor foi na última gravação do disco solo, pois fora isso, passou só como um colega de banda. Uma pena que um mito como Cazuza e sua influência para o Rock Nacional deveria ter uma homenagem que o colocasse na referência do que foi Freddy Mercury e Jim Morrison para Rock Mundial. Viva Cazuza.

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Somos tão Jovens (2013): Somos tão Jovens é um filme de drama musical brasileiro, uma obra biográfica sobre a juventude do cantor Renato Russo. O longa foi produzido por Canto Claro Produções Artísticas, dirigido por Antonio Carlos da Fontoura, escrito por Marcos Bernstein e estrelado por Thiago Mendonça, Laila Zaid, Sandra Corveloni, Marcos Breda, Bianca Comparato e Bruno Torres.

RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL - NOV 22: Forum Dia 02 - CRio 2012 - Pier Maua (Foto: Eduardo Sarmento)

Sinopse: Em 1973, logo após sua família se mudar para Brasília, Renato Manfredini Júnior, de apenas 16 anos, fica preso por uma doença degenerativa numa cama. Sem muito a fazer, o jovem começa a compor poesias e sonha em se tornar o líder de uma grande banda de rock. Depois de algum tempo, é curado, descobre em sua cidade o movimento punk, adota o nome de Renato Russo e forma com amigos da Turma da Colina a banda Aborto Elétrico, época em que compõe as músicas “Que País É Este?”, “Música Urbana” e “Geração Coca-Cola”. Com a falta de repercussão de seu trabalho e aos conflitos com o restante dos integrantes da banda, ele resolve deixar o grupo e seguir em carreira solo, agora como “O Trovador Solitário”, época em que cria canções mais narrativas, tais como “Eduardo e Mônica” e “Faroeste Caboclo”. Em 1982, apesar da rejeição de suas novas canções, consegue despertar a atenção em outros círculos e retoma seu sonho de criar uma grande banda, convidando Marcelo Bonfá (Conrado Godoy) e Dado Villa-Lobos (Nicolau Villa-Lobos) para formar a Legião Urbana. Na primeira apresentação, em Minas Gerais, a banda consegue conquistar o público jovem, porém é detida por sua atitude contestadora. De volta a Brasília a banda conquista mais fãs, até deixar a cidade para se apresentar em 1982 no Rio de Janeiro, iniciando a trajetória que a tornaria umas das maiores bandas do rock brasileiro.

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Crítica: Em entrevista, o ator Thiago Mendonça descreveu o roteiro como sendo “o prefácio de uma grande história desconhecida do público, em que se define uma personalidade e começa a desabrochar o artista, com suas influências e inspirações”. Com um orçamento de apenas R$ 6.400 milhões, Somos Tão Jovens foi um filme polêmico, que irritou a maioria dos fãs da Legião Urbana e seu resultado de bilheteria explica bem o porquê o filme é ruim, atingindo a receita de apenas R$ 18.253 milhões, que para um ídolo nacional, é muito pouco. Lembro-me de pessoas vaiando no final do filme, de muita gente se perguntando: acabou? Infelizmente é essa a sensação que o filme passa ao falar do chato e aborrecido Renato Manfredini Júnior, uma pessoa difícil de lidar, aborrecido com sua própria existência, sua escolha sexual e principalmente, com um Thiago Mendonça que não brilha no papel, diferente de emocionante Daniel de Oliveira que leva o público as lágrimas com seu Cazuza, Mendonça dá sono com sua interpretação engessada de um Nerd sem graça que quer virar um ídolo, indo contra todas as influências que sua geração. O personagem até quase o final não é bem visto por ninguém, ninguém o suporta, ninguém o segue como referência, difícil acreditar que apenas um show fez a diferença, mas mesmo que isso seja verdade, o filme não dá esta credibilidade.  Talvez, muito da culpa disso venha da direção de Antonio Carlos da Fontoura e da opção de roteiro de Marcos Bernstein que se foca em um drama familiar mal direcionado, mas que não empolga em nenhum momento com cenas retas e sem criatividade. Opção dada pela produção, ao envolver toda a família do Renato na produção, o que não ocorreu em clássicos como The Doors, onde Stone fez um contrato com todos envolvidos de Morrison para não reclamarem do resultado final do filme.  Não há delírio no filme, acho que só realmente me empolguei na parte referente ao Rock Garagem que crescia na geração de Brasília dos anos 80, mas fora isso o filme é bem passável e provavelmente será bem parecido como o novo filme do Freddy Mercury, que já perdeu diretor e elenco por diferenças ideológicas de interpretação do personagem principal. Não perca seu tempo aqui, é bola fora em final de campeonato.

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