Crítica: Dora e Cidade Perdida
No início dos anos 2000 o canal de Tv a cabo norte americano Nickelodeon começou a exibir um desenho de cunho educativo com a simpática menina latina Dora. A pequena garotinha vivia muitas aventuras nas florestas sempre acompanhada por Botas, seu fiel macaquinho. Contava também com ajuda da sua mochila roxa, artefato mágico onde carregava o que precisava pra se safar das mais incríveis empreitadas, sem esquecer o Mapa, seu fiel orientador e conselheiro. Dora e Botas, às vezes acompanhados do seu primo Diego, sempre tinham que se safar das armadilhas do Raposo, uma raposa mascarada que sempre roubava os itens chaves que Dora precisava para resolver os enigmas e as ciladas. No ínterim das aventuras, Dora ensinava as crianças a contar, a preservar a natureza e a falar inglês e espanhol (no Brasil). Suas educativas aventuras infantis duraram 8 temporadas em 15 anos de exibição além de ensinar muitas crianças a tentar falar línguas e resolver mistérios de ciências e matemática. O sucesso da série fez que em 2019, Dora – a Aventureira virasse filme, o live action: Dora e Cidade Perdida (Dora and the Lost City of Gold) de James Bobin.
Sinopse: Tendo passado a maior parte de sua vida explorando a floresta com seus pais, nada poderia preparar Dora (Isabela Moner) para a aventura mais perigosa de todos os tempos – o ensino médio. A aventureira Dora rapidamente se vê liderando o macaco Boots (seu melhor amigo), o primo Diego (Jeff Wahlberg), um misterioso habitante da selva (Eugenio Derbez), seus pais (Eva Longoria, Michael Peña) e um grupo de adolescentes em uma aventura para resolver um mistério impossível por trás de uma cidade perdida de ouro.
Elenco: Isabela Moner, Eva Longoria, Temuera Morrison, Benicio Del Toro, Michael Peña, Q´orianka Kilcher, Eugenio Derbez, Adriana Barraza, Madeleine Madden
Roteiro: Nicholas Stoller
Direção: James Bobin
O filme começa com Dora aos 6 anos filha de professores e exploradores, morando na floresta tendo que se separar de seu primo Diego, que vai morar na Califórnia. Passados 10 anos, Dora agora com seus 16 anos, recebe a notícia dos seus pais de que ela precisa passar um tempo com seu primo nos Estados Unidos, estudar em um colégio convencional e o principal: se socializar com gente de sua idade. Com a ida da filha para a civilização, seus pais (Eva Longoria e Michael Peña) poderiam com tranquilidade explorar e procurar Parapata, cidade inca que, segundo lendas, possui inúmeros tesouros banhados a ouro. Mesmo resignada e com saudades, Dora então recebe a aventura de sua vida: sobreviver ao ensino médio clássico nos Estados Unidos, logo ela, menina inocente, dócil e que não entende a frieza dos adolescentes da selva de pedra da cidade grande. Mas algo acontece com seus pais, e ela, seu primo Diego e dois colegas são sequestrados e param no meio da selva peruana, onde precisam achar os pais da Dora e encontrar a tão enigmática cidade dourada de Parapata.
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Dora e a Cidade Perdida é uma alegre e bem-humorada surpresa. A adaptação de uma animação para crianças entre 3 e 7 anos rendeu um divertido e eficiente filme (para todas as idades). A começar pela escolha de Isabela Moner que mostra na tela uma grande personificação da agora adolescente menina Dora. O seu excesso de bondade, otimismo e cantorias contagiam qualquer um. O mesmo não posso falar do trio de aventureiros adolescentes. Jeffrey Whalberg como seu primo Diego está um pouco distante do que poderia se esperar de um primo da Dora e Madeleine Madden (Sammy) e Nicholas Coombe (Randy) são um pouco estereotipados na pele da menina empoderada e do menino nerd tipicamente norte-americano. Mas nada que atrapalhe a aventura fantástica de Dora. Aliás, um dos méritos do filme é seu bom humor, brincando com os clichês do desenho animado de uma maneira extremamente divertida, às vezes até non sense, provocando boas risadas. Além, é claro, do seu ritmo de ação bem pontual, não apelando para grandes efeitos e frenetismos. As cenas de live action funcionam muito bem, o macaco Botas tem papel fundamental e divertido na história e tudo soa natural e sem exageros. Outro mérito do filme foi mostrar o universo inca amazônico de forma respeitosa, usando dialetos originais, ilustrando de forma pouco comum em produções do tipo, de uma maneira realista e nada caricata uma cultura diferente.