Guia do Medo: Os 16 Filmes de Terror da História do Cinema
O terror é um gênero que explora os medos e o pavor nas pessoas de uma forma mais provocativa. Historicamente, a literatura gótica inglesa deu vida cinematográfica à adaptações como Frankenstein, O Médico e o Monstro e Drácula. Porém, foi o Expressionismo alemão, nos anos 20, que realmente se apropriou desse gênero e criou obras memoráveis que influenciaram a história do cinema.
Atualmente, pode-se dizer que ele é o que contém os elementos mais populares perante o publico, e por serem tão facilmente reconhecíveis, geram, com isto, os clichês. Alguns filmes conseguiram contorná-los e trazer inovações, alguns abraçaram as obviedades para denunciá-las e, assim, garantir o entretenimento. Outros, no entanto, foram inexitosos, resultando em verdadeiros desastres.
Para este Halloween, selecionamos os 16 filmes que marcaram de alguma forma a história do cinema. Eles não são somente indicações desta autora, mas igualmente levam em conta a opinião da maioria da crítica especializada.
- O Gabinete do Dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari, 1920)
Para quem é cinéfilo de carteirinha e se interessa por história do cinema, este filme é obrigatório. A estética gótica, os objetos geométricos deformados são elementos que não somente intensificaram o ambiente sombrio, mas também influenciaram o estilo de inúmeros diretores, como Tim Burton, sendo este filme uma referência para o gênero. Dirigido por Robert Wiene e roteirizado por Carl Mayer e Hans Janowitz. A história gira em torno do hipnotizador Dr. Caligari e o homem Cesare, o qual estaria adormecido por 23 anos. Quando ele desperta, o sonâmbulo prevê que um de seus espectadores, Alan, irá morrer brevemente. Com a concretização desta previsão, o seu amigo Francis decide investigar a situação. Com um final chocante, o filme é tensão desde o começo.
- A Hora do Lobo (Vargtimmen, 1968)
Roteirizado e dirigido pelo célebre Ingmar Bergman, a trama segue a linha expressionista e explora o tema que mais este diretor sabe fazer: a psicanálise humana. E o nível de tormento e de loucura pode incomodar. Em um jogo de altos contrastes, iluminação em uma brilhante fotografia, a história é sobre um pintor e sua grávida esposa que se mudam para uma ilha , porém, ao buscar uma vida de sossego, se deparam com habitantes…estranhos.
- Nosferatu (Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens, 1922)
Dirigido pelo famoso Friedrich Wilhelm Murnau, Nosferatu é uma das figuras pioneiras do cinema ao retratar o vampiro. Unhas cumpridas, orelhas pontiagudas, aspecto pálido e magro, Nosferatu é o produto de uma competente direção de arte que aterroriza até os dias atuais. Nele, Hutter, um agente imobiliário, viaja até o Mar Báltico, para visitar um cliente, o Conde Orlok, que deseja expandir suas propriedades…e espalhar o medo.
- Tubarão (Jaws, 1975)
O medo do invisível. É incrível como Tubarão se consolidou como o clássico do terror, pelo fato de que a ameaça quase não aparece em tela, tornando o perigo imprevisível. Dirigido pelo talentosíssimo Steven Spielberg, e baseado no livro homônimo de Peter Benchley, o filme se passa em uma pequena ilha, a qual deve lidar com os ataques de tubarão na praia.
- Alien – O 8º Passageiro (Alien, 1979)
Dirigido por Ridley Scott e roteiro de Dan O`Bannen, Alien se consolidou dentre os maiores sucessos do cinema, aclamado pela critica, principalmente pela estética e efeitos visuais impressionantes e muito criativos. Em uma fusão de gêneros de terror e ficção científica, a trama inicia quando a tripulação da nave Nostromo, encontra, em um planeta estrangeiro, restos de uma criatura alienígena desconhecida. Ao acreditar estar morta, a equipe dá sequencia à sua jornada, até que estranhos eventos retornam a acontecer.
- O Bebê de Rosemary (Rosemary`s Baby, 1968)
Roteiro e direção de Roman Polanski, o Bebê de Rosemery se tornou um dos melhores filmes de terror psicológico já existentes. Ambiente sombrio, competente cinematografia e sólidas atuações de seus atores, a narrativa é cada vez mais perturbadora na medida em que avança, por abordar os rituais satânicos. Nele, a personagem recém-casada, Rosemary engravida de seu marido. Porém, ela suspeita da forma pela qual o bebê foi concebido.
- O Silêncio dos Inocentes (Silence of the Lambs, 1991)
Anthony Hopkins dá vida a um dos maiores serial killers da história: um psicopata que pratica o canibalismo. E o ator sustenta a personalidade desta figura de uma forma bastante sofisticada, tornando-o memorável. A inteligente narrativa e fotografia igualmente traz momentos icônicos: um deles sendo a confrontação entre o personagem e a agente do FBI, Clarice, interpretada por Jordie Foster, escalada para entrevistar o assassino. O filme levou o prêmio do Oscar nas categorias de: melhor filme, melhor atriz, melhor ator, melhor diretor e melhor roteiro adaptado e ainda foi eleito um dos 100 melhores filmes pelo American Film Institute.
- Halloween (1978)
Não é possível mencionar o gênero de terror sem citar o diretor John Carpenter. Consagrado pela critica, fã de Hitchock, Halloween lembra muito bem Psicose. A faca neste filme, por si só, já é uma grande referência. Optando por uma abordagem mais simples de direção e filmagem, o diretor faz prova de que os poucos recursos ainda demonstram ser efetivos, inclusive para um filme de terror. A trama conta a história de Michael Myers, o qual assassina sua irmã apenas aos seis anos. Anos mais tarde, ele escapa do hospício, causando terror na cidade.
- Psicose (Psycho, 1960)
E por falar em Psicose, não podemos de deixar de mencionar este filme. Dirigido pelo Mestre do Suspense: Alfred Hitchcock. Devo confessar que me incomoda o fato de que esta obra ofuscou os demais trabalhos do diretor, os quais são, não somente são tão competentes quanto, mas são muito mais impactantes, como Os Pássaros, Pacto Sinistro, Festim Diabólico, entre outros. No entanto, ele é mesmo assim importante para o gênero. Responsável por uma das trilhas mais famosas do cinema, a trama é bastante eficaz. Marion Cane é uma secretária que rouba uma quantia significativa de dinheiro de seu chefe e foge para começar uma nova vida. No caminho, a forte tempestade a obrigou passar a noite em um motel, administrado por Norman Bates, um jovem bastante devoto à sua mãe.
- Poltergeist (1982)
Dirigido por Tobe Hooper, não é a toa que Poltergeist contou a produção e a colaboração de Steven Spielberg no roteiro, resultando em mais um clássico da historia. Nele, o ambiente envolvente de amor e carinho na rotina da família Freeling foi, principalmente, importante para a credibilidade do filme. A história dá início quando estranhos fenômenos paranormais tomam conta da casa e espíritos capturam a filha caçula Carol Anne através da televisão da sala.
- O Exorcista (The Exorcist, 1973)
É incrível como a ótima combinação de uma competente direção e fotografia consegue produzir imagens icônicas. Mesmo se você não tenha realmente visto este filme, é possível reconhecê-lo apenas pelas imagens. O tom realístico usado na trama para a exploração do sobrenatural é o que faz se destacar. Utilização de lindos efeitos especiais e um ritmo cuidadoso para a construção da narrativa, levaram O Exorcista ser um dos mais importantes da história, e nos dias de hoje continua a ser uma referência para inúmeros outros filmes. Dirigido por William Friedkin e roteirizado por William Petter Blatty, conhecemos a menina Regan que mora com sua mãe e encontra-se possuída por um demônio.
- A Corrente do Mal (It Follows, 2015)
Dificilmente os filmes de terror atuais conseguem ser tão evocativos a ponto de causar um impacto como este, e de acordo com a maioria da opinião da crítica ele já é considerado como um potencial clássico. Trazendo de volta a linha de terrores psicológicos, A Corrente do Mal trata de uma menina, que depois de ter um encontro sexual, ela passa a ser atormentada por visões e ameaças. Sim, a história parece pouco interessante quando a descrevemos, mas ele é um filme muito assustador. Criando a sensação de terror pela própria atmosfera, o espírito maligno funciona como uma entidade que brinca com a realidade das pessoas, podendo levá-las à insanidade.
- O Iluminado (The Shinnig, 1980)
O Iluminado é daqueles filmes que como, Psicose, identificam um diretor. Conhecido por ser completamente perfeccionista, Stanley Kubrick foi um dos poucos diretores a conseguir executar maravilhosamente bem um dos clássicos livros de Stephen King. Isto, sem contar a famosa atuação de Jack Nicholson, cujo personagem coube como uma luva para o ator. O resultado, é que Kubrick colocou um nível bem alto a ser atingido dentro do gênero. Na história, conhecemos Jack Torrance e sua família. Eles se mudam para o hotel Overlook, quando Jack é contratado como zelador para cuidar do local durante a baixa temporada. Coberto pela neve, o isolamento do local se intensifica, podendo causar alguns… distúrbios.
- O Labirinto do Fauno (El Laberinto del Fauno, 2006)
Onde a fantasia se mistura com o real. Até pode-se presumir que o filme poderia ser feito para crianças, haja vista envolver criaturas e uma abordagem do imaginário, que lembra um pouco Alice no País das Maravilhas. Mas não se deixe enganar: não levem os pequenos para assistir este filme. Trabalho formidável de direção e roteiro pelo mexicano Guillermo del Toro, a história conta a vida da menina Ofélia, que se mudou com sua mãe para a mansão de seu padrasto logo após a Guerra Civil. Lá, ela descobre um labirinto que abre as portas para um mundo de fantasias. Aterrorizante, o filme ainda consegue trazer um pensamento crítico sobre guerra e política.
Dirigido e roteirizado por Robert Eggers, A Bruxa traz questionamentos como a cegueira religiosa, o pecado, o empoderamento feminino, por meio de uma entidade que assume diferentes formas e espelha o terror contaminando a mente das pessoas. Assim, o medo é pelo o que é sugerido, e não pelo o que é mostrado em tela. A história ocorre em 1630 na Nova Inglaterra. Após a família de Thomasin – mãe, pai e seus 4 irmãos -ser expulsa de um vilarejo devido a divergências religiosas, eles passam a morar à beira de um bosque. Certo dia, quando seu irmão recém-nascido desaparece e a escassez de comida começa a surgir, todos passam a tentar achar uma explicação para o ocorrido.
- Babadook (2014)
Ganhador do prémio New York Film Critics Circle Award de Melhor Filme, Babadook consta na lista dos 10 melhores filmes de terror no termômetro oficial da crítica Rotten Tomatoes. Ele foi parar direto na Netflix, sem previsão para lançamento nas telas do cinema brasileiro. Dirigido e roteirizado Jennifer Kent, a diretora australiana foi uma revelação pela sua ótima abordagem psicológica sobre as relações familiares. O filme conta a história de uma mãe que, após seis anos, ainda não superou a morte trágica do marido e tem dificuldades para amar o filho. O menino, por sua vez, encontra um livro infantil “Mr. Babadook” um dia e, consequentemente, acaba liberando uma entidade maligna.