xXx: Reativado

xXx: Reativado, ou “O retorno de Xander Cage”, traz de volta o astro dos filmes de ação Vin Diesel completamente à vontade como macho-alfa/herói/o-cara em uma franquia despretensiosa e assumidamente exagerada. Alás, “exagero” é a palavra-chave que melhor define este terceiro filme. Quando você acha que os absurdos e loucuras atingiram um limite, Hollywood te prova o contrário.

Vin Diesel afirmou em uma entrevista que aceitou voltar a xXx para se divertir. A julgar pelo resultado da obra, muito provavelmente ele se divertiu bastante… Já o público vai ter que ter a mente muito aberta (ou melhor, completamente desligada) para conseguir acompanhar a história (“história” mesmo é aquela coisa só pra dizer que existe um motivo para justificar os tiros, perseguições e demais loucuras). Pra não dizer que não tem roteiro: O ex-atleta/agente Xander Cage está dado como morto a muitos anos. Mas quando um grupo de terroristas com habilidades parecidas rouba um objeto chamado “Caixa de Pandora”, capaz de derrubar satélites e matar milhares de pessoas, e provavelmente com pessoas importantes envolvidas neste roubo, e após receber notícias de seu recrutador Gibbons (Samuel L. Jackson, provando a teoria em “Ted 2”), Xander resolve contribuir com o governo, mas para isso ele exige recrutar sua própria equipe. E a uma certa altura, esta missão acaba se tornando uma guerra entre os dois grupos como uma competição pra provar quem é o vencedor da gincana.

Isso quer dizer que o filme é ruim? Não necessariamente. É tão sem noção que tem momentos que fica até bom! Mas faz as franquias de Duro de Matar e 007 serem simples filmes certinhos e realistas. Por aí você tira uma pequena noção das insanidades cometidas nas cenas de ação. É como se a equipe de atores e roteiristas tivessem assumido um desafio de incluir no filme tudo o que nunca apareceu em sequências de ação ou que eram consideradas impossíveis de acontecer. Como, por exemplo, surfar com direito a um “tubo” em uma moto equipada com esquis ou usar motos como luvas de boxe…

Eu sei bem separar os tipos de filmes, e é óbvio que ninguém vai (ou deveria) assistir Triplo X querendo aumentar seu nível cultural ou esperando se emocionar no cinema. Então é o tipo de filme que você já deve ter uma noção do que vai acontecer, e com a obrigatoriedade de desligar seu cérebro e apenas curtir a adrenalina. Mas, como já citado anteriormente, em alguns momentos eu só conseguia pensar na frase “tudo tem limite!” Ou não!??! O melhor é esquecer que o filme tem uma “trama” e ser um expectador das cenas de ação alienadas e bombadas (nos canais de esportes e documentários você não vai ver cenas de ski, skate ou paraquedismo misturada com bombas, granadas e tiros, então aproveita).

Além do Vin Diesel, o elenco é bem diversificado, e temos alguns bons personagens (como também outros detestáveis). Meus destaques são para Nina Dobrev como a agente nerd Becky (a melhor personagem do filme), a indiana Deepika Padukome como Serena e Donnie Yen como Xiang (“Eu estou com a força e a força está comigo“). Também gostei da Ruby Rose e do Andrey Ivchenko, um maluco que está o tempo todo com um mordedor na boca. Os personagens são apresentados com fichas de forma praticamente idêntica a “Esquadrão Suicida”. As cenas que envolvem o herói jogador Neymar Jr. (7×1) são tão sem noção que acabam se tornando engraçadas.

 

E uma franquia não pode ser chamada assim se não “honrar” seus filmes anteriores. Além de Vin Diesel temos outros elementos e surpresas que remetem ao primeiro (2002) e ao segundo filme (2005). Se o filme acaba sendo uma grande brincadeira consigo mesmo, por que não estender a zoeira ao seu próprio histórico? Esse é o tom do filme. Quase uma paródia de filmes de ação/esportes, errando um pouquinho na dose de exagero, talvez, mas entregando o que o público queria voltar a ver nesta franquia.

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