O criador do velho ditado brasileiro com certeza tinha a mesma crise que atinge toda rapaziada nessa idade. O que esse pessoal fazia antes dessa idade? O diretor, roteirista e ator Guillaume Canet tira graça disso em seu terceiro filme ao assumir as três funções.
Tudo começa quando no meio de uma filmagem em que Guillaume tem um papel de um cara certinho, ele é entrevistado por uma jornalista a respeito da sua indicação ao Prêmio Cesar de Melhor Ator ao lado de jovens atores como Pierre Niney interprete de Yves Saint Laurent no filme biográfico do estilista. Nisso, ele percebe que com o passar dos anos seus papéis ficaram limitados. Aos 42, hipista praticante, casado com a atriz premiada e de reconhecimento internacional Marion Cotillard, com filho, uma rotina regrada e papéis de perfil especifico. Será o incidente incitante para voltar aos tempos da juventude de sexo, drogas e rock n ´roll totalmente diferente da geração atual.
Assim ele une veracidade e ficção para escrever uma paródia de si e de todos ao redor inclusive da própria indústria cinematográfica francesa que estava se rendendo aos padrões hollywoodianos. Todos no elenco são chamados por seu nome de batismo, ninguém interpreta uma personagem. Lá eles são uma paródia de si mesmo. Menos o ator-mirim interprete do seu filho.
A trilha sonora, apesar do título, é bem eclética. Tem Quand je t’aime de Demis Roussos, Marion Cotillard na pele de Celine Dion cantando Pour que tu m’aimes encore e Yodelice cantando os melhores hits do ritmo musical.
E essa é a sensação que o filme transmite ao público, uma comédia hollywoodiana com final fácil sobre a crise dos 40 no formato de falso documentário. Assistam sem problemas. Rapaziada abaixo dos quarenta saberão o que os aguarda e os de 40 e tantos irão se identificar com os desejos do personagem.
Título Original: Rock n’ Roll
Direção: Guillaume Canet
Roteiro: Guillaume Canet, Rodolphe Lauga, Philippe Lefebvre
Elenco: Guillaume Canet, Marion Cotillard, Gilles Lellouche,