Unbreakable Kimmy Schmidt: Divertidamente Inquebrável!

Que devemos apreciar nossa liberdade todos sabemos, ou deveríamos saber, mas nem sempre isso se torna claro. Imagina passar toda a sua adolescência dentro de um contêiner gigante debaixo da terra? Isso te faria valorizar mais a sua liberdade?

Até agora está parecendo conversa de doido, então vamos começar pelo começo. Estou falando da série original da Netflix “Unbreakable Kimmy Schimidt”, lançado em 2015, mas que já está na sua terceira temporada.

Kimmy era uma adolescente de, mais ou menos, 15 anos, do interior de Indiana, quando foi raptada pelo Reverendo Richard Wayne. Ele fez isso com mais duas meninas, Cyndee e Gretchen, e uma senhora, Dona Maria. A coisa toda foi arquitetada pelo tal Reverendo, que dizia que o mundo iria se acabar e que Deus havia escolhido essas quatro mulheres para que ele salvasse.

Na verdade, só Kimmy foi raptada, as demais realmente acreditaram em toda a história do Reverendo, por isso mesmo ela era a mais arredia de todas, sempre contestava o que ele falava. Elas passaram 15 anos dentro desse bunker, como chamam na série, até que certo dia a CIA encontrou o bunker e as libertou. E é aí que a série realmente começa.

Depois de toda a divulgação das “Mole Women”, ou “Mulheres Toupeiras”, Kimmy decide que não quer voltar para sua cidade, onde foi raptada, e não quer viver com esse rótulo, quer um recomeço. Decide morar em Nova Iorque e conhecer esse mundo novo, que se desenvolveu enquanto ela estava presa, e planeja não contar nada sobre seu passado.

Obviamente o passado dela não pode ser ocultado por muito tempo, nem para todo mundo, ela é uma mulher de 29 anos em Nova Iorque que não tem um celular, não sabe o que é internet (como se usa hoje), não tem nem o Ensino Médio completo e só usa referências dos anos 90!

Como ela não tem muita noção disso, encara tudo com muito entusiasmo. Vai procurar um apartamento (ela recebeu um dinheiro por causa da história das “Mulheres Toupeiras”), acha um num bairro bem perigoso e ainda tem que dividir com uma pessoa, no mínimo, estranho, mas primeiro tem que encontrar um emprego. Como tudo na vida das séries pode ser fácil, ela encontra um emprego de “secretária-babá-faz tudo” de uma família riquíssima de Nova Iorque.

O melhor de tudo é ver que Kimmy consegue transitar entre esses dois mundos completamente opostos e ainda os fazer interagir. Seu colega de apartamento é Tituss, um homem negro, gay e que deseja ser ator de musical, a dona do prédio em que mora, Lillian, é uma velha louca, sua patroa é Jacquelline, uma mulher loira, mas não de nascimento, que subiu na vida por causa de um bom casamento, mas, ainda assim, eles completam a vida de Kimmy perfeitamente.

Essa série é uma daquelas que precisamos depois de um dia cheio de trabalho, problemas e obstáculos da vida, quando a gente jura que nada pode piorar ou que a gente não sobreviverá. Isso por duas razões igualmente maravilhosas:

1- Kimmy é o retrato de alguém que poderia morrer na depressão, além de toda a história do bunker, a mãe nunca se importou com ela, então ela nem família de verdade tem para dar apoio, mas tem um entusiasmo de vencer na vida que é contagiante. Não tem como você achar que é impossível de acontecer, dá aquele ânimo; e

2- É uma comédia como poucas. Tem aquela pegada de besteirol americano, mas não é apelativo, é realmente engraçado;

Tem mais um motivo para você assistir, mesmo que tenha uma vida muito corrida, os episódios só têm 30 minutos, às vezes nem isso, dá para assistir uma temporada toda  (13 episódios) no final de semana. Até agora só assisti a primeira, mas a segunda já está disponível e acredito que em breve a terceira também estará. Aproveitem, vale a pena.

Toda essa comédia tem um alicerce muito competente, uma das produtoras é nada mais, nada menos, do que Tina Fey, que também faz participação como atriz em alguns episódios. Ela é mais conhecida como atriz, em especial no humorístico “Saturday Night Live”, mas tem outros bons filmes na filmografia, meu preferido é, sem dúvida alguma, “Mean Girls” (“Meninas Malvadas” – 2004).

Kimmy é interpretada por Ellie Kemper, que fez parte do elenco da série “The Office” entre 2009 e 2013 e esteve no elenco do aclamado “Braidesmaids” (“Missão Madrinha de Casamento” – 2011).

Tituss, o amigo gay maravilhoso de Kimmy, é interpretado por quase que praticamente ele mesmo, pelo menos o nome é o mesmo, Tituss Burgess. Ele esteve no elenco de “30 Rock”, que também contava coma presença de Tina Fey, entre 2011 e 2012, mas além disso não encontrei nenhum trabalho mais aclamado. De toda forma, ele lacra!

A dona do prédio, Lillian, que é amiga de Tituss, quase um madrinha dele, é vivida por Carol Kane. Eu nem sabia, mas essa mulher fez parte da minha infância, ela foi a vovó (Granny) da “Família Addams” de 1993. Só para me fazer amas ainda mais, ela interpreta a mãe do vilão Pinguim na série “Gotham”. Quer comédia com toque psicodélico? Ela é a escolha!

A patroa, Jacqueline, é Jane Krakowski, também colega de Tina Fey em “30 Rock”, mas ficou famosa pela série dos anos 90 “Ally McBeal” e fez parte do elenco do filme “Alfie” (2004), com Jude Law.

O Reverendo Wayne é vivido por John Ham. Sim o ganhador do Globo de Ouro por “Mad Man! Ele também esteve em “30 Rock” e “Saturday Night Live”. Eu jurava que esse homem era sério, mas esse Reverendo dele é o oposto disso. Dica pra deixar gostinho: sequência de cenas do julgamento!

Por hoje é só, fiquem se deliciando por essa comédia maravilhosa e depois venham dizer se é ou num é animadora!

Beijinhos e até mais.

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