Tommy: A Ópera Rock Ao Vivo em 2019

Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje vamos falar de um clássico do cinema e a música, bem anterior a Bohemian Rhapsody (2018), já tivemos o namoro que dessas incríveis obras cinematográficas, e entre elas está Tommy: A Ópera Rock (1975) do diretor e roteirista britànico Ken Russel, famoso por seus trabalhos sobre compositores e música erudita.  

Tommy (1975): Direção Ken Russell, roteiro Ken Russell e Pete Townshend (guitarrista, compositor, escritor britânico e músico do The Who), elenco Roger Daltrey, Oliver Reed, Ann-Margret, Elton John e Tina Turner. Tommy é um filme musical baseado na “ópera rock” lançada em 1969 pelo The Who. Foi dirigido por Ken Russell e apresenta um elenco de estrelas da música, incluindo os próprios integrantes da banda. Ann-Margret foi premiada com um Globo de Ouro por sua atuação e indicada ao Oscar de Melhor Atriz.

Sinopse:Durante a II Guerra Mundial o Capitão Walker é considerado morto em batalha. Sua esposa Nora Walker descobre estar esperando um bebê e fica com a tarefa de cuidar sozinha de Tommy, filho recém-nascido do casal. Nora se envolve com Frank Hobbs, mas em 1951 seu antigo marido retorna no meio da noite e é morto por Frank. O garoto Tommy presencia tudo, mas sua mãe e seu padrasto insistem que ele não viu, ouviu e não vai falar nada a ninguém, e em consequência Tommy se torna cego, surdo e mudo. Já adolescente, Tommy se torna um campeão de pinball, trazendo fama e fortuna para sua família. Depois de curado, ele se torna uma espécie de figura messiânica e angaria um culto de seguidores, que no final rejeitam seus ensinamentos e o abandonam.

The Who (A Banda): The Who é uma banda de rock britânica surgida em 1964. A formação original era composta por Pete Townshend (guitarra), Roger Daltrey (vocais), John Entwistle (baixo) e Keith Moon (bateria). O grupo alcançou fama internacional, se tornou conhecido pelo dinamismo de suas apresentações e passou a ser considerado uma das maiores bandas de Rock and Roll de todos os tempos. Eles também são julgados pioneiros do estilo, popularizando entre outras coisas a ópera rock (principalmente com Tommy). No princípio de sua carreira a banda ficou famosa por arrebentar completamente seus instrumentos no final dos shows, especialmente Townshend, cuja destruição de guitarras tornar-se-ia um clichê do rock, e o alucinado Keith Moon, mandando seu kit de bateria pelos ares. Seus primeiros álbuns, repletos de canções pop curtas e agressivas, os distintos e poderosos acordes de Townshend e temas recorrentes de rebelião juvenil e confusão sentimental, foram influências primordiais no surgimento do punk rock e do power pop.

The Who surgiu a partir de um grupo anteriormente, The Detours, e estabeleceram-se como parte da pop art e do mod, ficaram conhecidos pela arte autodestrutiva, destruindo guitarras e baterias no palco. Em 1990, o Who foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll. A seção destinada a eles no Salão da Fama os descreve como um dos principais candidatos ao título de “A Maior Banda de Rock do Mundo”. Apenas os Beatles, o Led Zeppelin e os Rolling Stones receberam um tratamento similar no Salão da Fama.

Curiosidades da Adaptação da Ópera Rock: Musicalmente o álbum original é uma série de complexos arranjos pop-rock, geralmente baseados no violão de Townshend e construído com inúmeras adições pelos quatro integrantes da banda usando vários instrumentos, como baixo, guitarra, piano, órgão, bateria, gongo, trompete, harmonias e solos vocais. Apesar de sua riqueza instrumental, o som tende a ser bastante “duro”, especialmente se comparado aos trabalhos anteriores do grupo. Muitos dos instrumentos só aparecem de vez em quando, a instrumental de dez minutos “Underture” apresenta só um pequeno trecho de trompete e quando justapostos, muitos instrumentos foram mixados em níveis mais baixos, que requerem uma atenção cuidadosa para se perceber. Townshend mistura sua técnica no violão com seus acordes poderosos e cheios na guitarra, em momentos mais delicados soando quase como uma harpa. A bateria de Moon é controlada, com alguns momentos dramáticos; o baixo de Entwistle providencia suporte e efetivamente toma a liderança dos instrumentos vários vezes. Daltrey jacta-se no papel de vocalista principal, mas divide a função com os outros em um número surpreendente de faixas. O interesse posterior de Townshend pelo sintetizador pode ser antecipado aqui pelo seu uso de fitas tocadas ao contrário para criar efeitos sonoros em “Amazing Journey”.

As faixas “Pinball Wizard”, “I’m Free” e “See Me Feel Me/Listening To You” foram lançadas como compactos, obtendo espaço considerável nas rádios. “Pinball Wizard” alcançou o Top 20 nos EUA e o Top 5 no Reino Unido. Em 1998, “Tommy” seria incluído no Hall da Fama do Grammy. O tema do abuso infantil, que aparece tão proeminentemente durante a história, causou bastante polêmica quando o álbum foi lançado. Apesar das afirmações de que a idéia tenha sido tirada do álbum conceitual “S.F. Sorrow”, lançado pelo The Pretty Things em 1968, diversos precedentes de “Tommy” já podiam ser encontrados no próprio trabalho de Townshend, como em “Glow Girl” (1968), “Rael” (1967) e “A Quick One While He’s Away” (1966). Um ano antes do álbum ser lançado Townshend explicou suas idéias e aparentemente criou algumas sobre a estrutura da ópera durante uma famosa entrevista para a revista Rolling Stone. John Entwistle diria tempos depois que na verdade nunca parou para ouvir o disco, tão enjoado ficou do trabalho depois de intermináveis gravações e regravações das músicas.

Na adaptação do roteiro algumas mudanças foram feitas em relação à história original, entre elas, a ambientação, da I Guerra Mundial no original para a II Guerra no filme. No álbum o Capitão Walker mata o amante de sua esposa; no filme, ocorre o contrário. A composição de novas músicas, como “Prologue 1945”, “Bernie’s Holiday Camp”, “Champagne”, “Mother and Son” e “T.V. Studio”, que não constavam no álbum original. Outras canções, como “Pinball Wizard”, “Christmas” , “Amazing Journey” e “1921” tiveram seus versos alterados.

No elenco tivemos grandes representantes da música e nomes do cinema atuando no filme como Oliver Reed (Frank Hobbs), Ann-Margret (Nora Walker Hobbs), Roger Daltrey (Tommy Walker), Elton John (The Pinball Champion), Eric Clapton (The Preacher), John Entwistle (o próprio), Keith Moon (Uncle Ernie/ o próprio), Paul Nicholas (Cousin Kevin), Jack Nicholson (The Specialist), Robert Powell (Captain Walker) e Pete Townshend (o próprio).

Em 1975 a Polydor lançou em álbum duplo a trilha sonora original do filme, no primeiro disco com Overture From Tommy – The Who, Prologue 1945 – Pete Townshend/John Entwistle, Captain Walker/It’s A Boy – Pete Townshend, Bernie’s Holiday Camp – The Who, 1951/What About The Boy? – Ann-Margaret/Oliver Reed, Amazing Journey – Pete Townshend, Christmas – Ann-Margaret/Oliver Reed/Alison Dowling, Eyesight To The Blind – Eric Clapton, Acid Queen – Tina Turner e Do You Think It’s Alright (I) – Ann-Margaret/Oliver Reed. No segundo disco Champagne – The Who/Ann-Margaret/Roger Daltrey, There’s A Doctor – Ann-Margaret/Oliver Reed, Go To The Mirror – Ann-Margaret/Oliver Reed/Jack Nicholson/Roger Daltrey, Tommy Can You Hear Me? – Ann-Margaret, Smash The Mirror – Ann-Margaret, I’m Free – Roger Daltrey, Mother And Son – Pete Townshend, Sensation – Roger Daltrey, Miracle Cure – Simon Townshend, Sally Simpson – Pete Townshend/Roger Daltrey e We’re not gonna take it – Roger Daltrey.

Tommy: A Ópera Rock ao Vivo no Brasil – Em março de 2019, cidades brasileiras poderão assistir a ópera rock Tommy. São elas: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. O show contará com todos os personagens do filme. Dirigido pelo diretor musical Alan Veste, o show promete ter a banda ao vivo e projeções com o filme original para entreter quem conhece e quem é novato no Rock do século passado. A primeira metade do concerto é baseada no lendário show da banda The Who realizado em 1989 e depois de um intervalo, a segunda metade do show se transforma em uma apresentação de rock. Simplesmente imperdível.

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