O melhor ladrão de artes – “Alerta Vermelho”

A receita de “agente federal procurando o melhor ladrão do mundo, mas que no fundo se tornam amigos” é bem conhecida, seja com fundo dramático ou cômico, mas ainda não saturada (pelo menos não para mim).

Foi apostando nesse contexto e unindo nomes de peso que “Alerta Vermelho” se tornou uma das estreias mais surpreendentes da Netflix em 2021, apesar de algumas críticas. O longa tem a direção e roteiro assinados por Rawson Marshall Thurber.

O agente da FBI John Hartley, especializado em crimes envolvendo obras de arte, tem a chance de finalmente prender o maior ladrão de artes, Nolan Booth, quando ele quase consegue roubar um dos tesouros de Cleópatra, em um dos principais museus de Roma. E ele consegue com ajuda da agente Das, da Interpol, e com as dicas do Bispo, um famoso informante.

Mas nada seria tão fácil assim. Quando Booth é preso o tal tesouro some novamente e o principal suspeito do novo roubo é Hartley, porque estava sob a responsabilidade dele. Ele acaba preso no mesmo local que Booth, dentro da mesma cela que ele, em uma prisão de alta segurança na Rússia.

Ainda por lá eles recebem a visita do Bispo, que, na verdade, é uma mulher (perfeito disfarce). Ela faz uma oferta para os dois, que é recusada na hora, mas não esquecida.

O tal tesouro de Cleópatra são 03 ovos de ouro, dois deles são conhecidos, um estava em Roma, o segundo havia sido roubado e estava na mansão de um terceiro ladrão de artes, conhecido por ser excêntrico, e o terceiro nunca ninguém havia encontrado, alguns afirmam que ele sequer existe.

A proposta seria roubar o segundo ovo de ouro desse colega excêntrico, mas não agrada o orgulho de Booth, que é chamado de o segundo melhor ladrão de artes. Porém, se Booth e Hartley conseguirem escapar daquela prisão e agirem por eles mesmos, Hartley poderia capturar “o Bispo” e ter sua inocência provada e Booth poderia ter sua fama de “melhor ladrão de artes do mundo” restaurada.

É basicamente um caso de limpar os respectivos nomes, mas de perspectivas diferentes.

A “sorte” é que Booth tem a habilidade de fugir de qualquer prisão e, mesmo atazanando o juízo de Hartley, eles conseguem sair dali e se infiltrarem na festa na mansão onde o tal segundo ovo está guardado. Até que o plano segue direitinho, até que são capturados pelo colega, dono da mansão, que recebia ajuda da informante que se dizia “o Bispo”.

O próximo passo seria torturar a dupla para descobrir onde está o terceiro ovo de ouro, porque, supostamente, Booth teria essa informação. E ele sabe, mas dá a informação errada para ela.

A informação certa ele compartilha com Hartley, assim que conseguem sair do local onde estavam presos. A história era antiga, envolvia o fato de o pai de Booth, que era agente federal, passar a vida inteira atrás do bendito terceiro ovo de ouro, negligenciando a relação com o filho.

Essa parte do tesouro havia sido roubada pelos nazistas, quando a Segunda Guerra Mundial acabou e os agentes do governo precisaram correr, escondendo seus tesouros pessoais, um deles conseguiu transportar um bunker inteiro para um local remoto na Argentina. Entre os itens estava o terceiro ovo de Cleópatra.

A questão é, eles acabaram deixando rastros, tanto o Bispo quanto a agente Das os encontram no bunker nazista. O ovo foi encontrado, mas houve perseguição e um novo plot twist, que não vou revelar, só para deixar o gostinho de mistério.

Dizer que “Alerta Vermelho” se tornará um clássico do gênero é exagero, mas o filme entrega o que promete, tem perseguição, tem tiroteio, tem cena de briga e até de tortura,  mas também tem piadas de vários tipos, zoação entre os atores, um roteiro que prende atenção e paisagens lindas. O fundo da trama conta com detalhes sérios, mas o filme em si é cômico, então tem um bom equilíbrio entre ação e comédia.

Falei no início que o filme une três nomes famosos, são eles: Dwayne Johnson (o The Rock), Ryan Reynolds e Gal Gadot.

Em um primeiro momento parece uma estranha junção, mas, pensando bem, faz sentido. São três atores que transitam bem nos gêneros da ação, da comédia e do drama, eles têm estilos próprios diferentes, personas únicas, mas se encaixaram direitinho no contexto do filme.

Isso sem contar que eles já se encontraram em cena, em diferentes filmes da saga de “Velozes e Furiosos”, The Rock vive Hobbs desde o sexto filme, Gal Gadot interpretou Gisele em três dos filmes (o último foi o sétimo) e Reynolds participou do oitavo filme. Ah, eles também vivem diferentes herois de HQ: Gal Gadot é a Mulher Maravilha, Ryan Reynolds é o Deadpool e The Rock o Adão Negro (o filme ainda não foi lançado).

Confiem, essa junção foi sucesso. Gal Gadot foi perfeita sendo a “vilã”, The Rock aparece mais uma vez uma aventura na floresta e Ryan Reynolds faz as tais piadinhas, que incluiu até Vin Diesel (que tem um rixa com The Rock).

E, só para dar uma graça a mais, ainda incluíram Ed Sheeran cantando “Perfect” em um casamento, sendo preso por defender a noiva e tentando se defender dizer que fez “Game of Thrones”. O jeito que esse ruivinho ri dele mesmo é diferente e eu amo.

Até Mais!

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