MIS – SP expõe José Oiticica Filho, um dos mais importantes e revolucionários fotógrafos brasileiros
O Museu da Imagem e do Som de São Paulo, MIS-SP apresenta a obra pioneira de José Oiticica Filho (1906 – 1964), marco na fotografia moderna brasileira. Dentre sua produção se destacam as microfotografias científicas feitas durante seu trabalho como entomologista, a forte atuação nos movimentos cineclubistas, a quebra com o pictorialismo, os experimentos com a abstração, as composições geométricas e as recriações fotográficas a partir de manipulação de negativos.
José Oiticica Filho (1906-1964) contribuiu para a inovação da fotografia brasileira entre os anos 1940 e início dos 1960 do século XX. Ao lado de Geraldo de Barros e outros expoentes da fotografia modernista brasileira, na década de 1950, tirou a fotografia do pictorialismo que ainda reinava entre os trabalhos fotográficos brasileiros.
Sua vasta produção pode ser vista nesta exposição, que apresenta uma seleção de 167 fotografias feitas entre 1942 e 1964.
A exposição tem curadoria Carlo Cirenza e César Oiticica Filho.
Fotógrafo e cientista
José Oiticica Filho (1906 – 1964) não foi apenas um dos melhores e mais revolucionários fotógrafos brasileiros a unir arte e fotografia. Ele criou uma linguagem que o coloca na vanguarda da fotografia mundial. É um dos mais importantes e desconhecidos fotógrafos brasileiros, pioneiro na arte fotográfica.
José Oiticica Filho – JOC era também um cientista de renome, especializado em insetos: em 1947, ganhou uma bolsa da Fundação Guggenheim para continuidade de seus estudos como entomólogo nos Estados Unidos da América e trabalhou no Museu Nacional de Washington até 1950.
Contudo, manteve suas atividades como fotógrafo e foi eleito por unanimidade “Associate” da “National Photographic Society”, de Washington, D.C. em 1949. E esteve sempre presente na lista dos melhores fotógrafos do mundo.
José Oiticica Filho é um marco na história da fotografia no Brasil. Participou ativamente do movimento fotoclubístico brasileiro, foi membro do Foto Clube Brasileiro e da Associação Brasileira de Arte Fotográfica, no Rio de Janeiro, e do Foto Cine Clube Bandeirante, em São Paulo. Foi reconhecido internacionalmente, fazendo exposições e recebendo prêmios. Em 1956 constou como sétimo expositor mundial na lista da Féderation Internationale d”Art Photographique – FIAP, com 178 fotos em 84 salões internacionais.
A arte fotográfica de JOF figura entre as que mais se valorizaram nos últimos dez anos. Estão expostos 167 trabalhos desde fotógrafo que, entre 1942 e 1964, levou a fotografia brasileira ao cenário internacional.
Reconhecidas pelos críticos em função de seu alto valor estético, as fotos de José Oiticica Filho estão avaliadas entre US$10.000 e US$30.000.
Alguns prêmios
A qualidade estética e inovadora do trabalho de JOF tem reconhecimento internacional. Estes são alguns dos prêmios que recebeu.
1946
− Mención Honrosa, por suas fotos O Kiosque e Anoitecer no Rio
Xº Salão do Clube Fotografico de Chile – Chile;
1947
− Melhor Obra Estrangeira e 5º Prêmio com a foto O Kiosque –
Concurso Fotográfico da Bilioteca Pública Sarmiento -Tres
Arroyos, Argentina.
1948
− Diplôme D’Honneur, pour la haute qualité de sua produção
fotográfica apresentada no IIIème Salon International d’Art Photographique de Luxembourg;
− Honorable Mention com as fotos Remamber, Em Repouso e
Chuva de Prata – Northwest Photographic Salon – Washington, DC; Honor Award – Fine Arts Camera Club – Evansville, Indiana.
1949
− 3º Prêmio, com a foto Painel Decorative – The Camera
Monthly Contest – Estados Unidos; Honra ao Mérito com a foto Painel Decorativo – First Washington, D.C. International Salon;
− Honorable Mention – Third Annual International Salon
Photography In Science, Smithsonian Institution –
Washington, D.C;
− Diplome D’Honneur – Salon International d”Art
Photographique – Bruxelas.
Uma família que se destacou
O pai de José Oiticica Filho era um reconhecido pensador anarquista e filólogo, que viveu entre 1882 e 1957, e teve entre os frequentadores de sua casa personagens como Coelho Neto, Viriato Correia e Monteiro Lobato. Foi professor de língua e literatura de figuras ilustres, como Antônio Houaiss, Antônio de Pádua e Manuel Bandeira. E, por sua ferrenha oposição política, era comum encontrá-lo na cadeia.
Ele foi pai do artista Hélio Oiticica, uma referência na vanguarda da arte contemporânea mundial nas décadas de 50 e 60. O carioca Hélio Oiticica(1937-1979) viveu em Londres e Nova York e pôde sintetizar em seu trabalho um espírito popular e os mais puros conceitos das vanguardas artísticas internacionais de sua época.
Seu neto, César Oiticica Filho, arquiteto, pintor, cineasta e curados de exposições de fotos eartes plásticas, nasceu em 1968, e foi apontado pela revista francesa Photo como um dos novos talentos artísticos brasileiros em 2005. Ele criou uma técnica entre pintura e fotografia apresentada na exposição A Dança da Luz (2004). Realizou o filme Cosmocápsula (2003) e o curta Invenção da Cor (2010). Sobrinho de Hélio Oiticica, e curador do seu acervo há 15 anos, lançou inúmeras e premiadas exposições e livros sobre o artista.
FICHA TÉCNICA
EXPOSIÇÃO DO FOTÓGRAFO JOSÉ OITICICA FILHO
21 DE ABRIL A 17 DE JUNHO DE 2018
HORÁRIOS
TERÇA A SÁBADO: 12H-21H
DOMINGOS E FERIADOS: 11H-20H
A BILHETERIA FECHA UMA HORA ANTES DO HORÁRIO FINAL
INGRESSOS
R$10 (INTEIRA) E R$5 (MEIA)
GRATUITO ÀS TERÇAS
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DE SÃO PAULO / MIS-SP
- EUROPA, 158
ESPAÇO EXPOSITIVO: 1º ANDAR