GP de Miami: McLaren supera Verstappen e domina com Piastri e Norris; Ferrari erra e vira coadjuvante

A Fórmula 1 viveu neste domingo (4/5) um dos momentos mais marcantes da temporada com o Grande Prêmio de Miami, que foi dominado pela McLaren, teve uma intensa batalha inicial entre Max Verstappen e os carros papaya, e mais um episódio de erros estratégicos por parte da Ferrari. Oscar Piastri venceu com autoridade, seguido por Lando Norris. Verstappen, que largou na pole, não resistiu ao ritmo da McLaren e ficou fora do pódio.

Desde a largada, a tensão entre Red Bull e McLaren ficou evidente. Verstappen saiu bem, mas cometeu um leve erro na freada da curva 1, o que abriu espaço para Lando Norris e Oscar Piastri. Norris chegou a dividir a curva com o tricampeão, mas perdeu tração e foi superado por Piastri e por Kimi Antonelli.

Piastri manteve um ritmo forte e, algumas voltas depois, ultrapassou a Mercedes de Antonelli e partiu para cima de Verstappen. O holandês acabou errando novamente, e o australiano aproveitou para assumir a liderança com uma manobra firme por fora — momento-chave da corrida. A partir daí, Piastri controlou o ritmo com perfeição.

Enquanto isso, Norris iniciou sua recuperação: superou as duas Mercedes e alcançou Verstappen, protagonizando com ele uma das disputas mais intensas da prova, com toques leves e trocas de posição. No fim, levou a melhor e garantiu a dobradinha para a McLaren.

Com os dois carros na liderança, a equipe de Woking administrou a corrida com precisão cirúrgica. Piastri chegou a abrir mais de oito segundos sobre Norris, que, mesmo em segundo, manteve Verstappen sob controle. A comunicação da equipe foi clara: os dois podiam disputar, mas sem assumir riscos.

No momento decisivo, um Virtual Safety Car permitiu à McLaren realizar um pit stop duplo perfeito. A operação rápida consolidou ainda mais a vantagem. A partir dali, a McLaren não foi mais ameaçada — nem mesmo Verstappen, com pneus novos, conseguiu se aproximar dos carros laranja.

Com a liderança estabelecida, o restante do grid lutava por posições e pontos. George Russell, da Mercedes, completou o pódio em terceiro, embora tenha cruzado a linha de chegada a mais de 37 segundos de Piastri — diferença que reforça o desempenho arrasador da McLaren em Miami.

Verstappen teve que se contentar com a quarta posição, mantendo uma estatística curiosa: nenhum pole position venceu o GP de Miami desde sua estreia no calendário da F1.

Logo atrás, Alexander Albon brilhou com uma performance impressionante pela Williams, terminando em quinto lugar — um resultado expressivo para a equipe, que demonstrou clara evolução, especialmente no ritmo de Albon na sprint e na gestão de pneus no domingo. Kimi Antonelli, em mais uma exibição sólida pela Mercedes, ficou em sexto.

A Ferrari, por outro lado, viveu mais um capítulo de sua já conhecida desorganização tática. Charles Leclerc e Lewis Hamilton terminaram em sétimo e oitavo após uma série de decisões confusas. Durante a prova, trocaram de posição duas vezes. Em determinado momento, Hamilton — com pneus médios e ritmo superior — pediu para trocar com Leclerc que vinha à frente e com isso tentar atacar Kimi Antonelli.

A equipe hesitou, prejudicando ambos. Quando a ordem finalmente veio, Leclerc aparentemente não entendeu ou discordou, mantendo-se à frente, porém Hamilton chegou a citar o GP da China, onde ele cedeu a posição para Leclerc, e com isso a troca foi realizada.

Porém, Hamilton não conseguiu impor um ritmo para alcançar a Mercedes e acabou prejudicando Leclerc, que por sua vez reclamou no rádio e novamente uma demora da Ferrari, que voltou e pediu para os pilotos trocarem novamente as posições.

Ambos os pilotos reclamaram bastante no rádio. Leclerc, visivelmente frustrado, disse: “Entendi tudo. Vamos conversar depois.” Já Hamilton ironizou ao ouvir do engenheiro o tempo de Carlos Sainz, que se aproximava: “Quer que eu deixe ele passar também?”. O resultado: os dois ficaram fora do top 5, mesmo com potencial de mais.

Carlos Sainz, agora na Williams, terminou em nono, mesmo após um toque com Hamilton nas voltas finais — incidente sob investigação pelos comissários. Yuki Tsunoda, da Racing Bulls, fechou a zona de pontuação com o décimo lugar, somando mais um ponto importante para a equipe.

Fora da zona de pontuação, Isack Hadjar foi o 11º, seguido por Esteban Ocon (Haas) e Pierre Gasly (Alpine), que também está sob investigação por possível infração sob bandeiras amarelas. Nico Hülkenberg (Kick Sauber) foi o 14º.

A Aston Martin teve um domingo desastroso: Fernando Alonso e Lance Stroll terminaram em 15º e 16º, sem ritmo para brigar nem mesmo com o pelotão intermediário.

A corrida teve quatro abandonos: Jack Doohan (Alpine) foi o primeiro a sair, após toque com Liam Lawson na volta 1. Lawson também abandonou pouco depois. Gabriel Bortoleto (Kick Sauber) e Ollie Bearman (Haas) deixaram a prova por falhas mecânicas, que provocaram os períodos de Virtual Safety Car.

A Fórmula 1 volta no dia 16 até dia 18 com o Grande Prêmio da Emilia-Romagna.