Review: Call of Duty Modern Warfare

Chegou a hora de falarmos de um dos reboots mais esperados, a saga Modern Warfare da franquia Call of Duty. Sem duvidas nenhuma seu anuncio causou um hype enorme tendo em mente que essa foi a saga mais consagrada e aclamada de toda a franquia, que já a tempos vinha sofrendo para emplacar outros jogos da franquia no cenário gamer após a trilogia Modern Warfare. Outra duvida começou a pairar no ar, será que vão abordar os mesmos temas e seguir fiel a trilogia original ou recriar a saga com um contexto novo e atualizado para os dias de hoje? Isso vocês conferem agora com a analise que nós da NoSet preparamos para vocês.

Campanha

A Infinity Ward optou por recriar o universo abordado pela saga, com uma historia totalmente renovada e meticulosamente criada, Modern Warfare apresenta uma trama muito ligada aos dramas que uma guerra pode ocasionar a população mas é claro sem deixar de lado o apelo a ação frenética, marca registrada da franquia.

A historia do jogo se passa em um pais fictício chamado Urzequistão, que se encontra em uma guerra civil contra uma organização terrorista denominada Al-Quatala, porem se engana quem pensa que esses são os reais vilões, e novamente a saga traz a Rússia como o vilão por traz de todo o confronto armamentista que ocorre no país fictício. Apesar de parecer algo clichê a historia é muito bem construída e nos faz pensar em algumas atitudes que tomamos durante o jogo, e todos os males que um confronto pode ocasionar, como quando você mata um soldado e vê a sua família chorando pela morte do mesmo e você precisa executar a sua esposa também pois a mesma pega uma arma e tenta se vingar da morte de seu amado. São alguns detalhes que realmente mexe com o jogador e nos faz repensar sobre as nossas atitudes durante a campanha. Porem nem tudo são flores e nos reparamos com momentos em que essas narrativas poderiam ser exploradas mais profundamente e não ocorre, passando a sensação de que a história está rasa,  acredito eu que talvez possa ser medo de polemizar e sofrer retaliação com seu público, tendo em mente que hoje em dia está cada vez mais complicado lidar com temas polêmicos devido a voz ativa que as pessoas tem nas redes sociais e o movimento do politicamente correto, que ao invés de ajudar acaba que por muitas vezes prejudicando ideias que poderiam trazer algo interessante e profundo, mas sem ter o intuito de chocar e constranger ou ofender as pessoas ou determinadas culturas. Vale ressaltar que um de seus designer havia dito que a ideia seria criar entretimento e não passar uma mensagem, isso explicaria o motivo da escolha em não se aprofundar em temas sensíveis e políticos.

A construção dos personagens como de praxe foi excepcional, todos com extrema relevância e envolvidos na trama do jogo, um destaque sem duvidas é a Farah Karim, líder da Força de Libertação Urzikstã, sem dúvidas nenhuma foi uma novidade bem vinda, pois eles abordaram por completo a personagem, demonstrando toda dor e sofrimento sofrida pela personagem devido a guerra em que sua terra natal se encontra. Acredito que ela poderia ser melhor utilizada, e confesso que as vezes passava uma sensação de jogada para escanteio para focar nos personagens Alex e Kyle, isso não deveria ocorre já que para mim ela é a peça central da trama. E não poderíamos esquecer da volta do personagem mais icônico da franquia, capitão Price, sem dúvida nenhuma o personagem toma todos os holofotes para si devido a marca deixada em seus fãs nos jogos anteriores da saga original. A campanha do jogo conta com um tempo estimado em torno de aproximadamente 6 horas de jogatina, duração padrão para os jogos da saga que não são de se estender muito.

Multiplayer

Se tratando de multiplayer finalmente o jogo volta as raízes e faz com que os jogadores conquistem suas habilidades e melhorias de equipamentos através de suas habilidade e capacidades, e não se aproveitando do uso de personagens com habilidades únicas e especifica. As clássicas Perks e Killstreaks voltam com força total e agrada não somente aos fãs clássicos como também aos novatos, desde que tenham a habilidade para conseguir se manter vivo e matar as quantidades necessárias para a ativação dos equipamentos especiais. Como de costume o jogo apresenta diversos modos multiplayer, como o bom e velho mata-mata e mata-mata em equipes. Talvez o único incomodo seja com alguns mapas que acabam não conseguindo cativar e animar para jogar nos mesmos, e a ausência da opção de pular o mapa só piora tudo, o que acaba nos obrigando a jogar em mapas ruins.

Agora falando do modo cooperativo, Spec Ops talvez a única cartada ruim do jogo, nos transmite uma experiencia extremamente repetitiva e cansativa, essa sensação infelizmente ocorre nos dois tipos de missões, tanto sobrevivência quanto conquista. Vale ressaltar que pela primeira vez na franquia o jogo é cross play, ou seja, você pode jogar com amigos e adversários de plataformas diferentes, rompendo a barreira que anteriormente nos limitava de jogar amigos que não possuíam o mesmo console ou simplesmente são PC gamers.

Jogabilidade

Como de costume a jogabilidade do jogo se mantem responsivo e bem construído e entrega uma experiencia sensacional para um jogo de tiro em primeira pessoa. Se analisarmos o conjunto completo definitivamente esse é o melhor jogo da franquia em termos técnicos, pois não somente os comandos estão bons, como também a ambientação, efeitos sonoros, iluminação e física dos personagens e inimigos.

Em matéria de realismo Modern Warfare marca a franquia como o jogo em que mais é possível notar esse cuidado, pois a sensação de estar realmente em um campo de batalha é absurdo, isso também fica mais nítido quando jogamos no modo realismo, novidade da franquia, onde é possível obter a experiencia máxima do jogo, inimigos na dificuldade já conhecida como Veterano, porém com o acréscimo de que as já de costumes informações na tela removidas (HUD), isso aumenta as chances de se morrer com maior facilidade, principalmente se andar pelo jogo descuidado, podendo morrer facilmente para um arremesso de granada. Tudo isso agrega para observarmos detalhes de uma forma mais minuciosa, ouvir o ambiente, se atentar ao entrar em uma nova área, até mesmo se aproveitar das sombras dos inimigos garante uma maior chance de abate-lo sem sofrer uma morte. Vale ressaltar que essa edição consta com uma adição bem interessante e útil que é a opção de encostar em uma parede ou canto de um objeto e pressionando o botão R3 é possível atirar com um ângulo melhor, pois o personagem mira em diagonal, que aumenta as chances de um abate sem causar a própria morte.

 

Visual

Sem duvida nenhuma essa é a parte em que melhor podemos ver o grau de cuidado que foi dedicado, pois visualmente o jogo está fantástico, com gráficos incríveis super realista, que definitivamente permite uma maior imersão da experiencia do jogador.

Esse é o primeiro jogo com a nova engine que a franquia desenvolveu, é possível notar as melhorias que ela traz, texturas muito bem projetadas e detalhadas, sistema de iluminação impecável, os efeitos sonoros também sofreram uma mudança drástica que só agrega mais para combinar com todo o trabalho técnico do jogo. Finalmente a física dos personagens parece algo realista, sem piruetas dignas de filmes de ação hollywoodiano, o jogo mostra maturidade e entrega uma experiencia real de um abate, dependendo de como foi alvejado ou atingido. Essa física se mostra muito eficaz principalmente na captura facial dos personagens, muito mais humanizados, o que garante cutscenes de tirar o folego. Sem duvida nenhuma todo esse trabalho técnico demonstra a maturidade que o estúdio vem apresentando em resolver questões muito criticadas em jogos anteriores e só tem a melhorar cada vez mais.

 

Prós

Cross-play decente

Jogabilidade fenomenal

Trabalho técnico impecável, desde o visual até o sonoro

Jogo muito bem otimizado para todas as plataformas

 

Contras

Modo Spec Ops muito cansativo e repetitivo

Remoção do modo realismo do multiplayer

Não ter aproveitado melhor a personagem Farah

 

Conclusão Final

Call of Duty Modern Warfare vem estabelecer um novo patamar aos jogos de tiro em primeira pessoa, com uma experiencia incrivelmente realista e desenvolvimento técnico de altíssimo nível. Uma campanha bem estruturada, evitando cair em polemicas, mas mesmo assim prendendo o jogador para buscar entender o desfecho final. A Infinity Ward marca um novo passo em uma saga já consagrada com maestria, e mostra que você pode sim melhorar algo que já era incrível. Recomendo de olhos fechados para que vocês adquiram o jogo e experimentem esse jogo que foi criado com muito cuidado e apreço.

Call of Duty Modern Warfare está disponível para as plataformas Xbox One, Playstation e PC (Battle.Net), sua data de lançamento oficial é dia 23 de agosto de 2019. Confira abaixo o trailer de lançamento do jogo.

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