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CRÍTICAS

Ela Dança, Eu Danço: Vamos dançar?

Ela Dança, Eu Danço: Vamos dançar?
  • Publishedfevereiro 10, 2017

Vocês sabiam que isso iria acontecer em algum momento, não é? Um convite meu para vocês dançarem!
Na verdade quero que, por alguns minutos, pensemos em uma franquia que tinha tudo para ser maravilhosa, que, aliás, começou maravilhosa, mas acabando caindo em clichês, é a franquia “Step up” ou “Ela Dança, Eu Danço”.

Começou em 2006, contando a história de um cara “das ruas”, Tyler, que, só por pirraça mesmo, fez vandalismo numa escola de artes, tendo que fazer trabalho comunitário para pagar pelo o que fez. Ele sempre teve uns passinhos de hip hop, mas acaba ajudando em uma coreografia de ballet.
Esse primeiro filme tem um roteiro bonito, apesar de ser basicamente o que se conta em filmes de dança: menina(o) com sonho de viver da dança, frequenta escolha de dança, mas precisa provar seu talento para alguém. A história é bem contada e costurada, é um dos meus filmes preferidos, inclusive.

Foi nesse filme que Channing Tatum aprendeu a dançar e conheceu a atual esposa, Jena Dewan. Então, queridas fãs de “Magic Mike”, agradeçam a “Step Up” por toda essa desenvoltura kkkkkk.

O filme foi um sucesso, Channing Tatum foi aclamado e tal, com isso lançaram o segundo filme, em 2008, “Step Up 2: The Streets” (Ela Dança, Eu Danço 2). Seguiu basicamente a mesma lógica, mas com personagens invertidos, quem já frequentava uma escola de dança e já previa uma carreira nisso era ele, ela, Andie, vinha das mesmas origens de Tyler.

Nesse segundo filme o público é apresentado ao melhor personagem da franquia inteira, Moose. Ele é aquele garoto que se dá bem com todo mundo, mas, até então, subestimam seu talento. A partir daí ele passa a ser a “cola” que une todas as tramas.
Introduz uma noção mais clara dos duelos de dança, que são aquelas competições entre grupos de dança, geralmente de hip hop e passadas em boates ou clubes. Nos filmes seguintes se tornam mais frequentes, sendo, inclusive, modo de competição para ganhar contratos profissionais, coisas do tipo.
Ok, outro filme bem feito, com ótimas sequências de dança e um roteiro bem conduzido, com personagens que prendem a sua atenção. Logo lançam, em 2010, o terceiro filme, “Step Up 3D” (Ela Dança, Eu Danço 3).

O melhor desse filme é que começa focado em Moose entrando na faculdade. Nesse momento Moose precisa se concentrar no futuro como “uma pessoa normal”, ou seja, esquece dança e estuda alguma coisa parecida com engenharia (acho que se compararia com Ciência e Tecnologia aqui no Brasil, mas não tenho certeza). Mas Moose atrai dança, logo conhece Luke. Luke é um sonhador com objetivos bem claros, viver da dança. Ele faz algo muito lindo, abriga pessoas que compartilham do mesmo sonho. Como sustenta tudo? Com os poucos lucros da boate que funciona embaixo do apartamento. É basicamente uma grande república.

Os sonhos de Luke se juntam com as habilidades de Moose e eles vão competir em um duelo de dança que vale muitos prêmios.
Nesse terceiro filme os exageros começam. Eles saem do ambiente da escola de artes apresentada no primeiro filme, o que seria uma boa ideia, mas acabam se perdendo um pouquinho, apesar de ter sequências de dança impressionantes, do tipo que você fica tentando entender como é que se faz aquilo. Digo que eles se perdem porque colocam o casal principal como um tipo de Romeo e Julieta, já que ela é irmã do líder de um outro grupo de dança, que ele fazia parte e acabou se desentendendo. Enfim, ideia clichê que deu para engolir por esse filme. O problema é que levaram para o quarto filme, “Step Up Revolution” (Ela Dança, Eu Danço 4), de 2012.Saem todos os personagens vagamente conhecidos, até Moose, que aparece bem menos, e entra um grupo de dança que faz flash mobs sociais em Miami. A história é de Emily, que sonha em viver de dança, que conhece Sean, o líder dos flash mobs.
Os flash mobs são sociais porque têm o objetivo, além de apresentarem a dança da equipe, protestar contra de uma empresa que tenta acabar com o bairro deles (equipe, amigos e família de Sean) em nome do progresso. O dono da empresa é pai de Emily, daí o romance proibido.
Aqui, para mim, os exageros têm a sua vez. Ainda há um roteiro aceitável, dá para entender a lógica, mas tem cenas estranhas, ligações que não ligam muita coisa. De todo modo, eram para ter para aí, porque ainda tinha alguma qualidade.

Mas não fizeram isso, em 2014 fizeram o quinto filme, o pior de todos! É o “Step Up All In” (Ela Dança, Eu Danço: Tudo ou Nada). Consiste em unir Sean, do quarto filme, com Andie, do segundo filmes, Moose e mais uma galera de filmes anteriores (personagens secudários).
O objetivo? Participar de uma competição de dança em Las Vegas, concorrendo a um contrato de três anos para um programa de televisão. Coisa mais bizarra, a propaganda do tal concurso parece produção de filme besteirol sabe, uma cantora que era para ser dançarina também, mas que num dançava nada! Para mim esse quinto filme não teve um roteiro certo, foi mais uma historinha para dar base às sequências de dança, que foram muitas ao longo do filme.

O ponto positivo foi o resgate de personagens secundários que dava graça em filmes anteriores, especificamente Jenny Kido, uma chinesa que aparece no segundo e terceiro filme como a louquinha e esquisita que todo mundo gosta. No quinto filme Jenny teve sua chance de brilhar no duelo final, saindo um pouco do estereotipo.

Uma coisa que me incomoda em três dos filmes é como lidam com a personagem Camille. Quem a interpreta é Alyson Stoner, ex estrelinha da Disney, que já até brilhou nas telonas ao lado de Steve Martin. Camille é a irmã do Tyler do primeiro filme, aí ela era mesmo uma personagem com pouca aparição, aceitável até então. No terceiro filme ela volta como a melhor amiga de Moose, apesar de não deixarem explícito a ligação dela com Tyler, mostram que ela dança, mas, ainda assim, somente no final do filme, quando estão em busca de alguém para dançar, é que lembram dela, quase que para tampar buraco. O mesmo acontece no quinto filme.

A atriz é boa, sabe dançar, mas colocaram a personagem dela de lado, como a chatinha, que só se relacionava com Moose, poderiam explorado um pouco mais, até porque havia espaço para isso.

“Por duas semanas consecutivas reclamando?”. Pois é, tentei evitar, assisti o último filme essa semana, pensando que seria bom e poderia falar bem de filmes de dança, mas fazer o que, meu olhar ficou crítico!
Se vocês concordam, discordam ou só querem conversam sobre filmes nesse estilo, podem comentar por aqui.
Beijinhos e até a próxima.

Written By
Nivia Xaxa

Advogada, focada no Direito da Moda (Fashion Law), bailarina amadora (clássico e jazz) e apaixonada por cultura pop. Amo escrever, ainda mais quando se trata de livros, filmes e séries.

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