Crítica: Planeta dos Macacos – A Guerra (2017) | Duas espécies colidem. Apenas uma sobrevive. Será mesmo?

A franquia de Planeta dos Macacos passou por poucas e boas no cinema. Partindo do surgimento da primeira versão de 1968 (que ganhou continuações até 1973), até a de 2001 estrelada por Mark Wahlberg, a cronologia da saga tem sido deveras distópica desde então. No entanto, por se tratar de uma ficção científica, tal linha do tempo esteve bem menos confusa que a de X-Men, por exemplo, pois a série, famosa por abordar questões políticas e sociais, voltou com tudo no reboot de 2011. Desse modo, Planeta dos Macacos – A Guerra, que já tem sido elogiado lá fora, acaba de entrar em circuito brasileiro. Então fique comigo e saiba o que esperar do último capítulo desta célebre trilogia!

Na trama, as ações de Koba (Toby Kebbell) iniciaram a guerra entre símios e humanos, e César (Andy Serkis) se torna um líder em tempo de guerra. Dois anos se passam desde O Confronto e a guerra é terrível para ambos os lados. César quer acabar com a matança, mas um coronel desequilibrado quer exterminar os símios a todo custo. Não querendo entrar em detalhes que acabem em spoilers, mas esse 3º longa tenta direcionar ainda mais a linha do tempo concisa para o que conhecemos desde o início de tudo, lá atrás, em 68 – época cujo avanço dos efeitos visuais não convém nem comparar com os de hoje.

Primeiro de tudo, é cabível ressaltar que por mais que os filmes recentes se preocuparem em criar uma mitologia coesa entre si, na verdade não existe uma linha cronológica óbvia se levarmos em conta os longas clássicos. Tanto que o antecessor amplia apenas o mundo apresentado no 1º e aborda questões interessantes, tais como a ascensão dos macacos como raça dominante, por exemplo. Em seguida, embora o diretor Matt Reeves queira chegar ao futuro visto no filme de 68, não fica claro como isso será feito, apesar do terceiro ato finalizar com alguns elementos que chegam bem perto da nostálgica trilogia. Além disso, outra distinção se dá com relação a não introdução de elementos de viagem no tempo, algo tão comum visto ao longo da franquia.

O que houve foram somente alguns flashbacks que não passam de sonhos alucinatórios durante as cenas mais tensas de César. Curioso mencionar ainda que no A Origem, o espectador fica sabendo, por meio de programas de TV, que a nave Ícaro existe e, de fato, se perdeu. Entretanto, essa nova fase da história só deve ocorrer após o encerramento do arco do líder símio César, interpretado por meio da captura de movimentos pelo sempre ótimo Andy Serkis. Por falar nisso, quanto ao CGI, é realmente extraordinário e de fascinar os olhos do público com tamanho capricho que foi feito. Palmas para à produção por imenso desempenho prestigiado!

Já a despeito das atuações, a fita carrega consigo belas atuações no elenco, exceto a de Woody Harrelson – que em minha opinião podia ter sido mais bem utilizado na história –, se vendendo aparentemente como um sci-fi épico dos épicos. Uma pena que não é bem assim que as coisas funcionaram aqui, pois ele está voltado mais para o lado emocional, do que o frenético propriamente dito. Percebemos, sobretudo como César, de fato, não é o inimigo a ser temido. Justo pelo contrário, a ameaça aqui é outra, visto que os macacos nada mais estão querendo do que viver em paz e harmonia com sua família, sem conflitos posteriores com a nossa civilização.

Todavia, pra variar, há sempre um tirano malvado querendo dar as caras e irritar a outra espécie, achando que tem o direito de fazer o que bem entende e, ainda por cima, se sair impune (vide o detalhe dos vilões da trama terem certo domínio sobre os gorilas, em particular). O que ele sabe, mas não espera (e fico grato do trailer ter escondido o infame segredo) é que o jogo está prestes a virar. Pasmem, no decorrer dos eventos um detalhe interessantíssimo é relevado quase na metade, cujo qual está relacionado ao vírus e fará o público se pegar entre a surpresa e a revolta! Não é à toa que daqui a alguns, ele possivelmente seja lembrado daqui como uma das melhores obras dos últimos tempos envolvendo guerras entre ser humano e primata.

Ademais, com uma trilha sonora perfeitamente sincronizada por Michael Giacchino e um roteiro consistente, temos espaço até pra um pouco de comédia que funciona ao ser aplicada nas horas certas, sem forçar a barra do contexto. Por conseguinte, tanto o plano-sequência inicial quanto o final é excepcional, e ambos nos fazem rir, emocionar e, sobretudo, geram um impacto colossal durante suas quase 2 horas e meia. Portanto, aconselho a, você, caro leitor, que o confira sem pretensão nenhuma e se deixe levar pelo que War for The Planet of the Apes tem a lhe mostrar, porque lá no fundo, ele nada mais, nada menos é do que uma mistura de sentimentos como desespero, esperança, raiva e, acima de tudo, o companheirismo. Não me surpreende caso ele termine por ser uma das grandes surpresas reservadas pelo ano, visto que fecha com chave de ouro essa icônica saga tão conhecida e respeitada por nós, fãs de ficções e amantes da sétima arte. Recomendo!

Título Original: War for the Planet of the Apes
Direção: Matt Reeves
Duração: 140 minutos
Nota:

Confira o trailer:

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