Crítica: A Morte te dá Parabéns (2017) | Oscilando entre a comédia e o terror.

O conceito de viagens e/ou loops no tempo tem sido bem frequente ultimamente. Sendo abordado tanto em ficções (No Limite do Amanhã), quanto em comédias românticas (Questão de Tempo) e dramas (Antes Que Eu Vá), desta vez, o mesmo caiu nas mãos de A Morte te dá Parabéns. Dirigido por Christopher Landon (Como Sobreviver a um Ataque Zumbi), trata-se do novo thriller com estreia prevista pra essa semana (que aliás, inclui a sexta-feira 13), e que questiona a ideia de uma pessoa vivendo determinada situação, até que, geralmente após um momento de impacto, acorda e se encontra presa no tempo. Quer saber se essa proposta de reviver o mesmo dia funcionou neste novo gênero? Então fique comigo e descubra um pouco mais sobre este longa que é, no mínimo, um curioso “terrir”!

A história acompanha Tree Gelbman, uma mulher que é assassinada e fica presa em um ciclo vicioso entre vida e morte. Ela deve resolver o mistério de seu próprio assassinato, ressuscitando várias vezes até descobrir quem foi o responsável pelo crime. Só quando ela compreender o que causou sua morte, pode conseguir escapar de seu destino trágico.

Primeiro de tudo, posso afirmar que o filme felizmente atendeu a todas as minhas expectativas. Por se tratar de uma dita mistura de terror e comédia, o espectador se vê diante de uma salada de gêneros presentes (incluindo drama). Não é à toa que em meio aos instantes mais tensos, os telespectadores ainda dão risada do que acontece ali, sem que isso se torne um ponto negativo. Afinal, por mais que a história utilize o loop do tempo (recurso bem conhecido do público, cuja referência a um clássico Bill Murray é clara aos entendedores), sua premissa é ótima, a trilha sonora  está bacana – temos tanto músicas pops animadas quanto aquelas faixas típicas de filmes de terror –, os poucos sustos criados pela atmosfera intensa não são tão previsíveis, as reviravoltas foram bem boladas e a trama prende a nossa atenção do primeiro ao último minuto (pelo menos, comigo assim o fez) de projeção, que dura pouco mais de 1 hora e meia.

Ademais, é óbvio que todo filme contém seus exageros, e aqui houve aspectos que impediram que o filme tirasse um 10 – como quase toda película de terror –, porém são meras falhas, ou como melhor classificaria: “facões”. Quanto ao elenco, o mesmo está na média, com performances aceitáveis e cômicas, onde principalmente a atriz Jessica Rothe (La La Land – Cantando Estações) trabalha convincentemente em cima de sua intérprete. Os demais, como Carter Davis (Israel Broussard), Rachel Matthews (Danielle Bouseman), Gregory Butler (Charles Aitken), Lori (Ruby Modine) e Jason Bayle (David Gelbman) também têm sua relevância no enredo, surpreendendo (ou indignando) as pessoas de acordo com cada mistério revelado sobre suas personalidades. Inclusive, diria até que a produção economizou no trash/gore, o que também é um ponto forte a ressaltar: o fato de ele não ter sido tão violento assim.

Logo, desde a forma como o diretor trabalha o terror, os personagens, e até mesmo as façanhas do serial killer, que no decorrer dos eventos apanha e corre no melhor estilo Ghostface, A Morte te dá Parabéns acaba sendo uma bela mescla, repleta de easter eggs, onde simultaneamente homenageia os telespectadores com a sagacidade de seu roteiro. Enquanto a série de TV Scream divide opiniões entre os internautas, creio que o filme tem grandes chances de trazer de volta o espírito da franquia Pânico, de Wes Craven, agora evoluído e avigorado! Portanto, indico-o especialmente aos cinéfilos que curtem terrores descompromissados, cujos quais são de gêneros híbridos e pouco se levam a sério, uma vez que carregam uma clara inspiração em longas semelhantes; vale a pena assistir no feriado e se divertir no cinema. Fica a minha dica!

Título Original: Happy Death Day
Direção: Christopher Landon
Duração: 96 minutos

Nota:

Veja o trailer:

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