Crítica: Morando com o Crush, uma farofa adolescente com pitadas de romance e confusão

Se você está em busca de uma comédia romântica leve, divertida e com um toque adolescente, “Morando com o Crush” é a pedida perfeita. Este filme brasileiro, dirigido por Hsu Chien Hsin, é estrelado por Giulia Benite e Vitor Figueiredo, que brilham como Luana e Hugo, dois jovens que se veem em uma situação inusitada e cheia de reviravoltas.

Enredo Cativante

A trama começa quando Luana, secretamente apaixonada por Hugo, descobre que seu pai, Fábio (Marcos Pasquim), está namorando a mãe de Hugo, Antônia (Carina Sacchelli). Para complicar ainda mais, os pais decidem se mudar para uma cidadezinha do interior e morarem todos juntos, o que obriga Luana e Hugo a reprimirem seus sentimentos, já que agora são vistos como irmãos.

Apesar do clichê da “situação atípica que une casal”, o filme traz uma abordagem criativa. Em vez de se apaixonarem ao longo das peripécias, Luana e Hugo já nutrem sentimentos um pelo outro desde o início, o que adiciona uma camada de profundidade ao desenvolvimento de seus personagens e ao próprio romance.

Química e Performances

Giulia Benite e Vitor Figueiredo mostram uma química incrível, carregando o filme com sua presença carismática. Giulia, conhecida por seu papel em “Turma da Mônica – Laços”, exibe uma performance cativante, enquanto Vitor complementa com um charme natural. Juntos, eles garantem que o público se mantenha envolvido, mesmo quando o roteiro enfrenta tropeços.

O elenco adulto também merece destaque. Marcos Pasquim e Carina Sacchelli entregam atuações sólidas, trazendo leveza e autenticidade aos seus papéis. Ed Gama, com uma participação simpática, adiciona um toque de humor que ajuda a manter o tom descontraído da narrativa.

Problemas Técnicos e Narrativos

No entanto, “Morando com o Crush” não está livre de falhas. A direção de Hsu Chien Hsin peca em consistência, com escolhas de enquadramento e decupagem que muitas vezes parecem desconexas. A montagem, por sua vez, é um ponto fraco, prejudicando o ritmo do filme e a fluidez das piadas.

O roteiro de Sylvio Gonçalves tem boas ideias e personagens bem construídos, mas sofre com a falta de coesão. As cenas frequentemente se apresentam como esquetes isoladas, sem uma ligação orgânica que mantenha a narrativa contínua. Essa abordagem fragmentada pode frustrar espectadores que buscam uma experiência mais integrada.

Estética e Cenografia

Apesar das falhas narrativas, a equipe de arte faz um trabalho notável. A cenografia, os figurinos e os objetos cênicos são vibrantes e cheios de vida, contribuindo para a atmosfera solar e juvenil do filme. As cores e os estilos ajudam a amenizar a seriedade imposta pela decupagem e montagem.

Infelizmente, a fotografia de Alexandre Berra deixa a desejar em alguns momentos, com problemas de iluminação que resultam em sombras indesejadas ou luz estourada nos rostos dos atores. Pequenos ajustes poderiam ter melhorado significativamente a qualidade visual do filme.

Uma Experiência Agridoce

“Morando com o Crush” é um filme com altos e baixos. As performances encantadoras de Giulia Benite e Vitor Figueiredo, junto com a química evidente entre eles, são os pontos altos que mantêm o público envolvido. No entanto, a direção inconsistente e a montagem problemática impedem que o filme atinja todo o seu potencial.

Ainda assim, para os jovens e românticos de plantão, a história oferece momentos agradáveis e divertidos, sendo uma boa escolha para uma tarde descontraída. Em meio a erros amadores, a empatia pelos personagens e o carisma do casal principal fazem de “Morando com o Crush” uma experiência que, apesar das falhas, consegue ser prazerosa.

Elenco

Giulia Benite
Vitor Figueiredo
Marcos Pasquim
Carina Sacchelli
Juliana Alves
Roberto Ríos
Júlia Olliver
Narjara Turetta
Ryancarlos de Oliveira
Jennifer Ramos
Ed Gama

Direção

Hsu Chien Hsin

Roteiro

Sylvio Gonçalves

Produção

Trailer oficial do filme