Crítica: Annabelle 2: A Criação do Mal | O início de tudo

Depois do lançamento de Annabelle (2014) em que os espectadores e críticos tinham certa expectativa com o filme individual da boneca, mas se decepcionaram diante de um longa-metragem resumiu em: sustos, cenas demoníacas grotescas e, para piorar, protagonistas pouco convincentes. Por mais que Annabelle tenha chamado tanta atenção em Invocação do Mal (2013), o seu primeiro filme solo não agradou nem ao grande publico e por isso as expectativas para Annabelle 2: A Criação do Mal, não estão muito boas. Mas já dá para adiantar que essa sequencia está muito boa!

O intuito do filme é mostrar o inicio de tudo, como esse mal teve origem e assombrou tanta gente. Em um lugar isolado vive a família Mullins: Samuel (Anthony LaPaglia), Esther (Miranda Otto) e Annabelle (Samara Lee), pai, mãe e filha, respectivamente. O Sr. Mullins vive da fabricação de bonecas de sua fábrica denominada ‘Mullins Fábrica de Brinquedos’ onde ele cria a boneca que mais tarde vai tirar muitas noites de sono, inclusive as dele. A abertura do filme é a produção da boneca, cena que lembrou muito o processo de fabricação de outro boneco muito conhecido: Chucky (Brinquedo Assassino).

A principio a boneca era um presente para sua filha, mas Samuel e Esther acabam perdendo sua pequena abelinha (apelido carinhoso que davam a ela) em um acidente de carro. Diante da dor da perda, uma entidade demoníaca usa isso como manobra para entrar na vida deles.  Inicialmente aparecendo na forma do espírito da filha, depois manifestando-se através da boneca até o momento que os pais percebem que não estão lidando com o espírito da filha, mas sim uma força sobrenatural e maligna. Eles recorrem à igreja, então aprisionam a boneca e todo o seu mal dentro de um armário revestido de páginas da bíblia, água benta e crucifixos (sim, o filme tem uma pegada muito religiosa e simbológica).

Passam doze anos e os Mullins resolvem oferecer o lar para abrigar meninas de um orfanato. Essa sacada de fazer o filme girar em torno das meninas lembra Invocação do Mal que tem uma família com cinco meninas, neste são seis, ou seja, um prato cheio para as assombrações de modo geral. Dirigido por David F. Sandberg, diretor sueco que ficou popular depois do curta Lights Out que virou o longa-metragem Quando as luzes se apagam (em português), também dirigido por ele e foi um sucesso. Sua técnica de usar o silêncio e escuridão nos momentos de tensão foi algo que deu muito certo no filme e deu até uma cara nova, se comparar com o seu antecessor.

No roteiro Gary Dauberman, que também comanda o roteiro de outra grande estreia de terror do ano: It – A Coisa.  Ele não nos apresenta nada de inovador, mas dá para notar suas semelhanças com Invocação do Mal que foi um sucesso como já dito anteriormente, possui muitos clichês, mas a tiradas finais do filme pra quem vem acompanhando toda a trajetória deles (filmes baseados nos casos de Ed e Lorraine) vai ficar fissurado, pois ele conseguiu unir todas as histórias, inclusive, as que ainda estão por vir. Annabelle 2 conta ainda com a produção de James Wan, que assume a direção de grandes títulos de terror, inclusive os seus antecessores Invocação do Mal e Invocação do Mal 2, além de ser o criador de Jogos Mortais. Resumindo, o cara sabe como causar medo e aqueles mais atentos às referências notarão as semelhanças não só com os títulos de Invocaçaõ, mas também com Sobrenatural, também dirigido por ele.

Para aqueles que não esperavam muita coisa de Annabelle serão surpreendidos; para aqueles que já são fãs do gênero, ficarão agraciados. O filme pode até pecar nos clichês, mas tem muita tensão, muitos sustos, horror e uma narrativa interessante, partindo da premissa que conta como tudo isso começou e, além disso, conectando-se com as outras histórias praticamente criando um universo de contos dos Warren. Importante destacar também as referências tanto dos filmes citados acima como: Invocação do Mal, Sobrenatural, Brinquedo Assassino e Quando as luzes se apagam. Duvido alguém não se lembrar de ‘O Chamado’ com a cena do poço e não lembrar de ‘Mama’ com a cena da mãe vendo o espírito da filha com a boneca. Se você quer levar uns bons sustos e que ficar assombrado ao menos de leve pode ir conferir Annabelle 2, com medo.

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