Durante muito tempo Ellie Arroway (Jodie Foster) tentou manter contato com vidas extraterrestres inteligentes. Deixou de lado sua vida particular e até mesmo o amor do teólogo Palmer Joss (Matthew McConaughey). Depois de anos seu sonho se tornou realidade. Com origem na distante estrela Vega, chega à Terra uma informação cifrada e Ellie é a primeira pessoa á captá-la e a única disposta a seguir cegamente a mensagem alienígena. Esta é a sua grande chance de fazer contato, mesmo que para isso tenha que correr risco de vida.
O filme conta a história da Dra. Ellie Arroway (Jodie Foster), que desde criança se questiona sobre a existência de vida fora do planeta Terra. Ellie trabalha em um centro de pesquisa que tem como finalidade localizar vida extra-terrestre através de alguma mensagem de contato captadas por antenas de altíssima capacidade. Ellie é a primeira a receber e interpretar uma mensagem de contato da estrela Vega.
Após a descoberta ser compartilhada por todos, um consórcio de países resolvem seguir as instruções vindas de Vega e dão início a construção de uma máquina que possa levar um passageiro até a estrela. Próxima pergunta: se você foi a pessoa que lutou e acreditou no projeto, deu a vida por essa pesquisa e fosse a primeira a receber sinais de contato, você acha que teria direito de ser a escolhida? Ellie vai descobrir que apenas isso não é o suficiente.
A partir daqui ficam mais evidentes as questões políticas, militares e religiosas que citei no início. Ellie não acredita em Deus. Em uma sociedade composta por 85% de pessoas que acreditam em Deus, é correto enviar como representante uma representante de uma minoria que não compartilha essa crença?
O filme aborda com muita profundidade essa questão da existência de Deus. É certo que muitos cientistas (não todos, deixo bem claro) consideram sua existência como um mito, já que eles se baseiam em fatos e provas concretas. Nesse ponto, achei fantástico o diálogo entre Ellie e o reverendo Palmer Joss (Matthew McConaughey):
– Você ama seu pai?
– Sim, amo.
– Então prove!
Aliás, uma das coisas que mais gosto desse filme são os diálogos. Aquelas frases de efeito que fazem com que naquele instante você pare pra pensar sobre o assunto. Uma das frases que mais marca o filme (dita mais de uma vez) é mais ou menos assim: “No céu existem bilhões de estrelas, milhões de planetas e muitas galáxias. Se nós realmente estamos sós, seria um grande desperdício de espaço.” Outra frase interessante: “Vocês são uma espécie interessante, uma mistura interessante. Vocês são capazes de terem sonhos tão lindos e também horríveis pesadelos. Vocês se sentem tão perdidos, tão solitários, mas não estão.”
Mas essas não são as únicas “polêmicas” abordadas. O fato dos militares tomarem conta do projeto e ocultarem informações faz com que a gente se lembre de episódios recentes (como Roswell nos EUA e até mesmo a nossa famosa Varginha) que reforcem a teoria de que “Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia”. E isso reflete em outra questão importante: Será que as pessoas estão prontas para encarar essa realidade? Como explicar a teoria da evolução e criação da humanidade? Fanáticos religiosos, seitas, suicídios coletivos, falsos profetas, comércio religioso, fé cega e mesmo a modificação de importantes partes de livros sagrados como a Bíblia são alguns dos exemplos do impacto que tais verdades podem causar.
”Contato” é baseado no único livro de ficção de mesmo nome escrito por Carl Sagan em 1985, famoso e popular astrônomo da TV. Sagan morreu em dezembro de 1996, antes de ver o filme pronto. O filme é dirigido por Robert Zemeckis, que também dirigiu “De volta para o futuro” e “Forrest Gump – o contador de histórias”. Portanto, se você viu o presidente Bill Clinton interagindo com os atores e teve uma sensação de déjà-vu, está explicado.
Finalizando, é um filme longo (150 minutos). Alguns acham o ritmo arrastado. Não concordo! Outros acham que é um filme tendencioso para o lado cético ou religioso. Também não concordo! É um filme muito complexo, que expõe diferentes pontos de vista de uma maneira realista. Tão complexo que foi tema de artigos científicos. Para amantes de matemática, física e astronomia e para amantes de filmes com conteúdo. Mais uma vez reforço: é um filme de ficção. Mas e se não fosse?