Por: Franz Lima.
Sejam bem-vindos a mais uma resenha de Breaking Bad. Segunda temporada, novas emoções… e muito mais tensão e violência.
Só para relembrar, eis o link para a análise da primeira temporada: Breaking Bad Season 1.
O que vocês verão é a exata sequência dos fatos da primeira temporada. A palavra correta seria “consequências”. Para cada ato, seja da dupla de desajeitados traficantes ou de Hank, Marie ou Skyler, não importa, haverá uma consequência. Acredito que a segunda temporada aborde, talvez propositalmente ou não, a consequência como uma lição, algo a ser aprendido, já que uma das leis da física é levada ao extremo em cada episódio: para cada ação, uma reação de igual intensidade.
Antes, contudo, uma observação que mostra o quanto a produção de Breaking Bad é apurada. Os episódios são iniciados com cenas que informam aos espectadores o que os aguarda no futuro. Como quase sempre não sabemos do que se trata, a tensão só aumenta. Nesta segunda temporada, o fantasma que nos acompanha – como se fosse o Natal Futuro – é um maldito urso de pelúcia com metade de seu corpo carbonizado. Então, preparem-se para agonizar até descobrir do que se trata. Mas, honestamente, essa espera é válida.
As continuidades são pontos altos da trama.
Esse é um ponto crucial da temporada: os vínculos entre personagens e os atos por eles tomados. O que é aparentemente aleatório acaba ganhando importância mais à frente, fato que deixa mais sólida a narrativa e evidencia o apuro do produtor e dos roteiristas. Esse zelo pelo espectador é algo a se acrescentar ao rol de elogios que a premiada série merece.
Até aqui, cada ponta que surge recebe sua contraparte para que o nó seja feito. Os lapsos de memória comuns em alguns roteiros mais fracos são, felizmente, inexistentes.
E como andam nossos amigos e suas aventuras pela série?
Walter e Jesse.
Esse dois são moldados episódio por episódio. A vida de Walter ganha ares de desgraça por ter dinheiro para seu tratamento, ainda que seja dinheiro oriundo do tráfico. Para piorar, Walter Jr, agora Flynn, encontra um meio de arrecadar grana para seu pai e isso, acreditem, castiga a consciência de Walter a cada segundo.
E isso é apenas o começo das desgraças na vida de Walter.
Walter ainda tem que lidar Walter Jr, agora chamado de Flynn, interpretado pelo ator R J Mitte. Os esforços de Flynn para ajudar o pai são verdadeiros socos no estomago do pai que não sabe lidar com a situação e tem vergonha de seus atos quando comparados com os de Flynn. Ele é um ponto de apoio para o químico, mas também serve como uma constante acusação de seus atos errados, um lembrete.
Skyler é outra confusão de sentimentos. Fruto direto dos erros da primeira temporada, sua confiança em Walter só tem diminuído. Mas ela é uma boa mulher e isso pode pender a favor de White. A pergunta é: até quando ele conseguirá manter as mentiras longe de sua família?
Definitivamente, é hora de sacrifícios.
P.S.: se não conhecem Krysten Ritter, basta dizer que ela é a Jessica Jones do seriado homônimo.
A temática das drogas.
Apesar de serem temas comuns, a venda e o uso de drogas ainda dão fôlego à narrativa. Aliás, vale evidenciar, são as nuances desse mercado negro que dão fôlego a alguns episódios. Afinal, ser traficante não é apenas vender drogas. É preciso estabelecer e ampliar territórios, criar uma rede de distribuição, prever possíveis baixas e novas “contratações” e, sobretudo, ter um bom advogado para cuidar das peculiaridades da lei.
Bem, esse é outro ponto alto da segunda temporada. Apresento-lhes Saul Goodman.
A participação desse advogado sem escrúpulos foi tão boa em Breaking Bad que acabou lhe rendendo uma série só sua. Preparem-se para uma falta de escrúpulos absurda e, ainda, corrupção, manipulação da lei, lavagem de dinheiro e tudo mais que um “bom” advogado sabe lidar. Saul é um personagem inesquecível, assim como seu slogan: “Better call Saul”.
Descida da montanha-russa.
Walter e Jesse se deparam com os frutos de seus atos. Suas vidas são sacudidas de forma brutal e impiedosa e eles descobrirão, do jeito mais doloroso, que lidar com drogas e mentiras é muito mais difícil do que parece. E o que é pior, o preço sempre será cobrado.
Volto a afirmar que Breaking Bad é uma série que merece ser vista por suas inúmeras qualidades e, sobretudo, pela coragem em abordar o lado humano (e nem por isso inocente) do tráfico de drogas.
Há outros fatos nessa temporada. Não vou expô-los para não estragar os muitos pontos interessantes e importantes da trama.
Músicas.
A trilha sonora da série é um universo à parte. Agora, nessa segunda temporada, o destaque ficou pela música de entrada (um videoclip) do episódio 7. Confiram o clip e estejam preparados para nunca mais esquecer a canção.
Lista de episódios: