Batman: o retorno da dupla dinâmica. Review da animação.

É inegável que a série da década de 1960 que teve Adam West e Burt Ward respectivamente como o Batman e Robin foi um sucesso. Também não podemos negar que há inúmeros haters dessa obra, mas o que permanece é sua influência e importância na revitalização do personagem e sua mitologia. Nomes foram imortalizados e conceitos evoluíram para o que hoje temos como pedra fundamental da mitologia do personagem.

A Panini lançou há algum tempo uma série de edições (obviamente publicadas antes no exterior) com histórias em quadrinhos baseada nessa série do Batman. O sucesso foi tal que a Warner Bros e a DC Entertainment pegaram o gancho para criar a animação e comemorar os 50 anos de criação das série televisiva (exibida de 1966 a 1968 oficialmente, mas é possível vê-la até hoje em canais pagos, youtube, etc.).

Batman – O retorno da Dupla Dinâmica é uma homenagem que irá empolgar os fãs da antiga série. Todos os elementos clássicos estão nessa animação: a inocência típica da época, as armadilhas que mais parecem piada, as onomatopeias para as brigas, os capangas que só servem para apanhar, as lições moralistas embutidas no roteiro, diálogos dramáticos frente à câmera e o usual clima cômico da trama.

Claro que a presença na dublagem original de Adam West, Burt Ward e Julie Newmar dá um charme a mais à obra. Tê-los dando vida novamente a seus personagens é algo tão grandioso quanto a volta de Mark Hammill ao papel de Luke Skywalker, apenas para comparar. Porém a dublagem em português não fica para trás. Márcio Seixas foi convocado para ser o Batman novamente e ele se encaixou perfeitamente ao papel do Morcegão da década de 60 com sua voz grave e suas frases formais. Perfeito. Marcio substitui o dublador original, Gervásio Marques, falecido.

Parabéns também aos demais dubladores que deram voz e charme aos outros personagens. A Mulher-Gato está sedutora e é uma pena não termos a voz do saudoso Rodney Gomes. Fica nítida a dificuldade em termos as vozes originais em função dos 50 anos passados.

Alguns pontos da trama só estarão acessíveis para quem for realmente fã da série. A cena, por exemplo, onde o Batman sofre uma pancada e enxerga três mulheres-gato (cada uma representando uma atriz que interpretou o papel) só será compreendida por quem viu o seriado, buscou pelo Google ou está lendo essa resenha.

Aliás, essa animação é primorosa nesse aspecto: captar o humor usado na série televisiva e reproduzi-lo de igual modo. Batman e Robin iniciam a história em busca do quarteto de vilões formado por Coringa, Pinguim, Mulher-Gato e Charada. A perseguição se estende, literalmente, até o espaço. Nesse ínterim, em uma das absurdas e engraçadas armadilhas, valendo-se dos discursos que os vilões antigos usavam, a Mulher-Gato tenta trazer o Batman para o lado do mal injetando nele um soro. Sem efeito, a dupla – como sempre – foge da armadilha e segue no encalço dos vilões. Mas nem tudo deu errado no plano de Selina. O soro age lentamente na personalidade de Bruce que vai se tornar de forma gradual e assustadora um megalomaníaco.  Vamos acrescentar a isso uma arma capaz de duplicar qualquer coisa, inclusive um Batman malvadão que deseja dominar Gotham.

Há partes que são puro pastelão… e daí? Esse é o espírito da série. 

A aparição de vilões clássicos, além dos quatro já citados, dá um tom de nostalgia ainda maior a essa animação. Tudo remete aos anos de 1960.

O fechamento da história é bem legal e mostra o confronto entre os principais vilões e a dupla de heróis (com uma ajuda extra). A entonação das vozes, a ambientação… tudo é muito divertido. Isso sem falar que a qualidade da animação (dos desenhos, profundidade, arte-final, colorização) dá de 10 a 0 na versão animada de Batman – A Piada Mortal (qualidade na animação, não no roteiro, óbvio).

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