A saga de Todd – “Mundo em Caos”

Há alguns meses publiquei uma resenha aqui no site do livro “A Pergunta e a Resposta”, que é o segundo livro da saga “Mundo em Caos”. Na ocasião até comentei que uma adaptação cinematográfica do primeiro livro, “O Motivo” estava para ser lançada, recebendo o mesmo nome do livro e da saga.

Recentemente esse filme, que recebe o nome da saga, “Mundo em Caos”, que tem a texto de Patrick Ness adaptado em roteiro por Christopher Ford e direção de Doug Liman. entrou no catálogo nacional da Prime Video e eu fui conferir, para complementar as informações que li no livro.

Antes de continuar, essa colunista é meio confusa mesmo, lê a sequência sem ter lido o primeiro livro e ainda assiste o filme baseado no livro que não leu.

A trama se passa no futuro, décadas depois de os terráqueos terem buscado lar em um planeta distante, desde então lutam por sobrevivência. Eles se deparam com dois grandes obstáculos, que depois se ramificam em muitos outros: o “barulho” e os “spackles”.

O “barulho” é o fato de os pensamentos dos homens serem ouvidos em alto e bom som, logo, é preciso ter cuidado com o que se pensa. Os “spackles” são os nativos daquele planeta, que já travaram batalhas com os humanos exploradores.

Todd é um garoto um tanto quanto rebelde, o mais novo da principal vila de humanos, nunca conheceu a mãe e nenhuma outra mulher. Elas foram expulsas da vila porque não tinham o “barulho”, sendo consideradas perigosas por isso. Mas ele sonha em viver uma realidade diferente.

Esse sonho de Todd passa a ser palpável quando a nave de Viola cai perto de sua casa, ele tenta superar o impacto de ver uma garota pela primeira vez na vida para que, junto a ela, eles consigam contato com as outras naves e muitas outras respostas.

Embora eu só tenha lido o segundo livro, consegui ver que fizeram mudanças relevantes para a trama. A principal é o que liga o primeiro ao segundo livro, a deixa para que a história continue.

Não sei como termina o primeiro livro, mas o segundo começa com Todd gritando por Viola, ao acordar de um desmaio/coma, e ele relembra da perseguição que o Prefeito Prentiss lidera para capturar Viola e ele, o que de fato aconteceu. Por isso, suponho que o primeiro livro termina justamente nessa perseguição e captura, o que não acontece no filme.

É como se a produção quisesse realmente que tivesse só um filme, não a adaptação da saga inteira, o que faz perder boa parte da graça de toda a ação dentro da trama. 

O final do filme parece mais um conto de fadas, talvez simples demais para todo o universo que foi apresentado, mesmo que quem esteja assistindo não tenha lido nada sobre a saga. É um meio termo morno, que não empolga, embora tenha momentos bons.

Isso quebrou minha expectativa, porque o universo estendido no segundo livro me deu essa visão ampla. Expectativa essa que foi fortalecida pela apresentação do elenco, é uma pena ver tantos nomes interessantes em uma trama sem perspectiva.

Para vocês terem noção, o elenco conta com nomes como: Tom Holland, Daisy Ridley, David Oyelowo, Cynthia Erivo, Mads Mikkelsen e Nick Jonas.

Ok, Nick Jonas não é de supreender, ele sempre foi melhor cantando mesmo.

Mas, por exemplo, eu queria muito ver o Prefeito Prentiss de Mads Mikkelsen executando todo o poder que ele tem no segundo livro, afinal o caro sabe fazer um vilão psicopata como poucos (vide série “Hannibal”).

Cyntia Erivo foi indicada ao Oscar por ter personificado uma forte mulher que foge da escravidão e ajuda outros a fazer o mesmo (filme “Harriet”), algo muito semelhante ao que sua Hildy faz em “Mundo em Caos”, mas reduzida a pequenas cenas (alguns dos bons momentos).

Talvez se eu não tivesse lido a sequência eu teria aceitado melhor o filme digerido que é um filme só, não uma saga.

Até Mais!.

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