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13 Reasons Why: Motivos que Importam!

13 Reasons Why: Motivos que Importam!
  • Publishedabril 12, 2017

Aprender que compartilhar a sua dor não é ser fraco(a) é um dos maiores desafios da vida, seja lá qual foi a sua idade. Eu sei, eu não aprendi essa lição completamente, mas tenho tido sorte, o que não acontece todo mundo.

A série “13 Reasons Why” é um grito de alerta para todos. Para aqueles que não conseguem falar sobre sua dor ela diz que não há nada de errado fazer isso, quando na hora certa pode até salvar a sua vida. Para aqueles que não têm problemas com isso mostra que o problema existe, por isso não diminuam aqueles que enfrentam o problema..

https://www.youtube.com/watch?v=yB5JQr8jw7w

Na série, que é baseada no livro de mesmo nome, a adolescente Hannah Baker enfrenta algumas situações que não consegue superar sozinha, são coisas que foram se acumulando de forma a tirar a sua alegria de viver, por isso ela chega ao extremo, tira a própria vida. Antes de morrer ela grava 7 fitas cassetes, nelas ela conta 13 motivos para sua morte, cada um “representado” por alguém de seu convívio.

Essas fitas devem ser ouvidas pelas pessoas que estão nelas, passando para a próxima quando terminar. Hannah deixou cópias com um amigo de confiança, alguém que poderia fazer com que as regras fossem seguidas. Qual é a regra mais importante? Escute todas as fitas na íntegra, senão seus conteúdos serão divulgados.

O próprio conteúdo das fitas já faz com que alguns dos envolvidos seguir as regras bem direitinho, porque são segredos que envolvem homossexualidade que não deseja ser revelada, comportamentos reprováveis e até crimes, como assédio moral e estupro.

O foco é mostrar quando o décimo primeiro motivo tem que ouvir as fitas. Ele é Clay, talvez o único que não teria nada a perder e o que mais se choca. Ele era apaixonado por Hannah, trabalhava com ela e é o demora mais para ouvir tudo, porque para ele aquilo é tudo muito real, ouvir a voz dela o faz ter ataques de pânico e pesadelos.

13 Reasons Why

Apesar de ser aqueles típicos nerds, Clay põe medo nos demais, porque quer fazer justiça para Hannah, ou melhor, que vingança contra aqueles que fizeram mal a ela. Por isso tentam fazer com que ele pare, alguns tentaram o convencer dizendo que Hannah era mentirosa (já para proteger o motivo décimo segundo). O amigo “guardião” das fitas, Tony, foi quem conseguiu acalmar Clay, mostrando que era necessário escutar tudo para poder pensar no que fazer.

Apesar de ser uma série viciante, não é fácil de assistir. São situações fortes, são sentimentos poderosos e nós, telespectadores, ficamos tentando imaginar como salvar aquela menina. Ou pior, fica imaginando quantos momentos você se achou tão fraca e não conseguiu nem falar, dói pensar que ela não foi ouvida ou não escolheu as pessoas certas para estar ao lado dela, como muitos de nós podemos passar.

Ao ver a ficha técnica dessa série é possível entender o poder da mensagem passada. Duas produtoras executivas são símbolos, Selena Gomez e sua mãe. Não é porque é Selena Gomez que a série é estilo Disney, é completamente o oposto das séries da Disney.

Para quem não sabe, Selena teve um episódio grave de depressão no ano passado, não sei se os motivos dela era parecidos como os de Hannah, mas ela venceu a doença e quer mostrar que o suicídio não é uma opção. Além disso, ela é uma figura pública muito influenciadora, logo a mensagem pode ser levada a mais pessoas que precisam a ouvir.

Gostei também da escolha do elenco, alguns deles estão no primeiro trabalho, como a Katherine Langford, que “dar vida” a Hannah, ou são frequentes em participações especiais, como Dylan Minnette (cópia de David Henrie), o Clay, e Cristian Navarro (outro sósia, agora de Wilmer Valderrama), o Tony.

13 Reasons Why

Algo que me chamou atenção. Esse elenco foi escolhido a dedo (ao meu ver) em termos de estereótipos, você tem a asiática perfeitinha, as cheerleaders populares, os jogadores “bonitões” e causadores de bullying, o riquinho que compra a amizade de todos, entre outros. Porém, no decorrer das fitas, podemos ver que muito daquilo era fachada, caindo alguns desses estereótipos e mostrando as batalhas que cada um enfrentava.

O elenco adulto trouxe duas surpresas para mim. A primeira é a mãe de HannahOlívia Baker que é interpretada por Kate Walsh. Sim, você conhece esse nome, ela era Dra. Addison Montgomery de “Grey’s Anatomy” e de “Private Practice”. Ela é uma mulher linda, tem aquele “quê” poderoso, não passa desapercebida, mas ela conseguiu passar a imagem de um mãe desesperada buscando a voz da filha morta. Já gostava dela antes, mas ela me surpreendeu de verdade.

A segunda é a professora da aula de Comunicação da escola, que teve alguma importância positiva para Hannah, em algum momento da vida dela aquela aula era a única forma de ter contato humano de verdade, falar sobre sentimentos verdadeiros. Ela é a típica professora, por isso somente na última participação dela na temporada que eu fui perceber que ela é interpretada por Keiko Agena, a amiga rebelde com causa e roqueira de Rory Gilmore, de “Gilmore Girls”. Nunca havia a assistido fora de GG, mas foi incrível a ver de uma forma diferente.

O final da série é mais do que imaginava porque abre espaço para mais questionamentos. Espero que tenha uma segunda temporada para mostrar essas outras razões.

Tem duas coisas muito legais envolvendo essa série que deve ser visto. Primeiro é um documentário com entrevistas do elenco e dos produtores falando sobre bullying e suas consequências, tudo isso se liga a um projeto que ajuda aqueles que, como Hannah, não conseguem compartilhar sobre seus problemas. Infelizmente não tenho todas as informações, mas pelo o que entendi é uma equipe de apoio para evitar o suicídio e outras consequências nocivas disso tudo.

Depois a divulgação brasileira da série. Inteligentemente fizeram um clipe no estilo da gravação da série em que quatro pessoas falam das batalhas que passaram durante o ensino médio, dois deles famosos, o blogueiro das estrelas, Hugo Gloss, e a rainha do snapchat, Thaynara OG. Essa “mistura” faz com a gente se sinta normal, que todo mundo pode passar por isso.

Gente, não quero que essa coluna pare aqui, vamos conversar sobre isso, comentem por aqui, pelo Facebook, pelo Instagram, enfim, essa série precisa ser comentada!

Aguardo vocês nas redes sociais, beijinhos.

Written By
Nivia Xaxa

Advogada, focada no Direito da Moda (Fashion Law), bailarina amadora (clássico e jazz) e apaixonada por cultura pop. Amo escrever, ainda mais quando se trata de livros, filmes e séries.

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