Você voltaria no tempo para corrigir alguns erros do seu relacionamento? Será que isso tornaria o seu relacionamento perfeito? Melhor ainda, será que o relacionamento perfeito é aquele que não tem erros?
O gênio das exatas Stillman fez exatamente isso criando seu própria “TIme Freak”. Ele é daqueles garotos certinhos, tem plano para tudo e ama a vida metódica da faculdade de matemática, sem muitos dotes sociais nem de paquera, mas teve que aprender para conquistar Debbie.
Debbie era o oposto, sem planos, só sonhos abstratos, nem sequer para a faculdade ela estava pensando em voltar, queria conhecer o mundo e só. Trabalhava como bargirl de um bar que Stillman frequentava com o único amigo, Evan.
Evan foi essencial para esse romance. Ele não levava a faculdade muito a sério, jogava frescobol e vivia chapado, mas era aquele braço direito que todo mundo precisa, fosse na hora dos conselhos (por incrível que pareça ele dava bons conselhos) fosse na hora de dar risada.
Stillman e Debbie namoraram por um ano, mas ela quis terminar porque disse que ele era muito rígido. Ele ainda tentou concertar, mas não deu muito certo, ele nunca conseguiu entender direito essa razão. Usando a sua genialidade e a dor de cotovelo do término, Stillman se concentrou nos momentos marcantes do seu relacionamento, os bons e os ruins, culminando na maior invenção do mundo: a máquina do tempo.
Carregando Evan do lado (porque ele precisava daquele apoio moral), Stillman voltou para o passado, para os momentos ruins, tentando entender o que deu de errado e concertar o que fosse possível. E as tentativas não foram poucas, a primeira mancada foi a noite em que ele fez os amigos dela e ela assistirem “Star Trek”, mas ninguém gosta e ele dar esporro em todo mundo… Essa noite foi repetida umas 15 vezes, pelo menos, até ele superar o fato de que nem todo mundo gostava daquele filme (mesmo sendo o favorito dele).
Enquanto isso Evan só queria mais uma chance para vencer a liga de frescobol, o que o fez conhecer a garota de laço azul (ele nem pergunta o nome, só vai dar em cima dela). Na verdade ele quer refazer o ano dele, para conseguir ser mais produtivo, estudar mais e ficar menos chapado.
O projeto teve um percalço, de tanto refazer algumas cenas a máquina (que era controlada por um aplicativo no celular) travou, não voltaria mais, só andaria para frente. Isso o fez se tremer de medo, porque o último obstáculo era o final de semana em um acampamento, mas ele conseguiu corrigir sem nenhuma outra tentativa. E o resultado que ele queria foi alcançado, depois de tudo, quando ele voltou para o presente, as coisas foram dando certo, ela não tinha terminado com ele.
A máquina não mais existia, porque ele não tinha ficado com dor de cotovelo, logo não tinha a criado.
O relacionamento foi se crescendo, apesar de novos erros, e era isso que continuava a preocupar Stillman. O que ele fez? Recriou a máquina do tempo e voltava toda vez que achava que tinha feito alguma besteira ou quando Debbie ficava chateada, podendo ser com ele ou não.
Resultado? Eles não brigavam e isso causava estranheza para Debbie, que já não se sentia ela mesma, parecia que não ligava mais para nada.
Bom, ela descobriu tudo quando Stillman tenta destruir a máquina. O plano dele é voltar ao tempo, com Evan (lógico), até o ponto em que começou a paquerar com ela, agora eles deveriam não se apaixonar, assim eles não namorariam, nem teriam dificuldades, logo ele não teria criado a máquina.
Dá errado, lógico, Debbie volta ao tempo também e propõe começar tudo de novo, agora enfrentando as dificuldades e não tentando acabar com todas, como se nunca existisse.
Tentador, né? Voltar ao tempo assim e refazer as coisas que você acha que error. Mas aí te pergunto: como é que nós iriamos aprender a viver, lidar com dificuldades, se tivéssemos essa vida perfeita? Foi porque o relacionamento não estava dando certo que Stillman usou o intelecto para criar a máquina do tempo, ou seja, para tudo há seu lado positivo.
Lógico que não devemos romantizar os erros, mas não podemos também negar os ensinamento nos momento ruins.
A forma com tudo isso é abordado é com aquela forma antiga, mas certeira, de um bom filme de comédia romântica. Há fatos científicos e há momentos dramáticos, mas dá para dar boas risadas, especialmente com as falas de Evan, melhores conselhos e maiores viagens.
O casal são aqueles opostos gostosos de ver, as diferenças sendo complementadas, o amor nos pequenos detalhes e as reviravoltas são emocionantes. Também é gostoso de ver o quão ele aprende com todas as tentativas e com o resultado, que foi o desejado, mas não teve o gosto que ele imaginou que teria, ele de fato cresceu.
Alguém que vive somente sob suas regras e que não é exposto a outro estilo de vida tende a viver em uma bolha, quando Stillman se arrisca a namorar com Debbie, com gostos e vida totalmente diferente dele, ele tem a escolha de crescer e continuar com ela ou se manter daquela forma e aprisionar na visão dele. Ele ver o que acontece com a segunda alternativa e não é o melhor para os dois.
O elenco se contra nestes três personagens, Stillman, Debbie e Evan, contando com grandes nomes.
Stillman é vivido por Asa Butterfiel, meu eterno Hugo Cabret, do filme “Hugo”, também foi Jake, de “O Orfanato da da Sra. Peregrine para Crianças Peculiares”, e Bruno, de “O Menino do Pijama Listrado”, atualmente está na série “Sex Education”. Preciso nem dizer o quão maravilhoso é esse moço, né? Já fiz duas resenhas de filmes com ele, sou fã dele, fez perfeitamente esse nerd com muito poder nas mãos. Maravilhoso!!
Debbie é interpretada por Sophia Turner, a Sansa Stark de “Game Of Thrones” e Jean Grey da nova série de filmes “X-Men”. Honestamente não conhecia muito essa atriz, vi pouca coisa da série e só vi algumas cenas de “X-Men: Apocalypse”, exatamente o momento de glória de Sophia, mas gostei de a ver em um papel mais leve, mais acessível e palpável. Sansa a fez ser famosa, mas agora mais pessoas podem se identificar com ela, conhecer outros trabalhos.
Evan é Skyler Gisondo, que tem como maiores sucessos “O Espetacular Homem Aranha” (1 e 2) e a série “Santa Clarita Diet”. Todo mundo precisa de um amigo como Evan, nem que seja para levantar o astral (o que já é muito), isso tudo com sardinhas lindas e um sorriso fofo. Não conheço esses outros trabalhos dele, mas estou disposta a conhecer, ele rouba a cena em alguns momentos, vai muito além do alívio cômico.
Ah, sonhando ainda com esse filme, uma delícia de assistir e ainda tem aquela reflexão top.
Beijinhos e até mais.