Vencedor do Nobel de Literatura em 1997, Dario Fo, morre aos 90 anos
Morre aos 90 anos, o escritor, dramaturgo e ator italiano Dario Fo, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1997. Dario estava internado em um hospital de Milão, na Itália, por conta de problemas respiratórios.
Durante toda a carreira de Dario Fo, sua esposa, a atriz Franca Rame, sempre o acompanhou, ela faleceu em 2013. Eles formaram uma grande parceria consagrada especialmente no teatro político e satírico, onde narravam problemas da sociedade de seu tempo.
Na longa trajetória de Dario Fo, ele escreveu mais de 100 obras teatrais, que ele mesmo interpretava, além de vários livros. O último foi publicado em setembro e falava sobre o cientista Charles Robert Darwin, onde há diversas perguntas sobre a origem da vida e todo ilustrado com seus desenhos.
Em 1969 ele lançou uma de suas obras teatrais mais aplaudidas e influentes, “Mistero Buffo“, onde se apresenta como um jogral contemporâneo, retratando a relação do homem com a religião e suas contradições. É um libelo contra a injustiça social e a burocracia da Igreja
Dario Fo criou a organização “Soccorso Rosso Militante” para proporcionar assistência legal aos militantes da esquerda presos, entre os anos 1970 e 1980. Em 1990, estreou “Il papa e la strega“, obra que representa onde defendia a liberação da droga, o controle da natalidade e o retorno da Igreja à pobreza. Nos anos dos governos de Silvio Berlusconi, os espetáculos monólogos de Dario Fo estavam dirigidos a ridicularizar o mandatário com seu habitual sarcasmo.
Dario Fo apresentou outra de suas obras-primas, “Morte acidental de um anarquista“, em cena, um louco encontra diversas figuras de autoridade. Com muita lábia, o insano homem engana a todos, se passando por um juiz responsável pela sentença do suposto assassinato, ou suicídio, de um anarquista. No processo, ludibria a polícia e até os dedicados jornalistas em busca da verdade, se passando por vários outros personagens durante a história.
Uma comédia do italiano Dario Fo quem tem vínculos com a realidade. Referências aos dias de hoje, principalmente, à Operação Lava-Jato, mas os atores explicam que tudo ali é um teatro livre.
Um espetáculo com muita interação entre artista e publico. A apresentação de boas vindas nos deixa com sentimento que já fazemos parte do espetáculo. Para o quem gosta de interagir e fazer parte da festa é uma completa diversão.
Seria muita pretensão da minha pessoa dizer que os atores são bons, eles são ótimos, e falo isso em uma forma de dizer que valeu cada minuto assistir a peça. Um espetáculo baseado em uma situação real, aonde questionamos sobre as autoridades e as injustiças que ocorrem diante aos nossos olhos todos os dias. É cômico, mas contestador sobre a ótica de justiça e a busca da verdade.
Uma forma suave e brilhante de se colocar numa situação real e olhar os pontos de vistas não como espectador, mas como ator principal.
Direção de Hugo Coelho. Com Dan Stulbach, Henrique Stroeter, Riba Carlovich, Marcelo Castro Fractons, Maira Chasseraux, Rodrigo Bella Dona – https://www.facebook.com/MorteAcidentalDeUmAnarquista/…
Teatro Folha: Reestreou dia 30 de Setembro de 2016 – Temporada: até 18 de dezembro