MÚSICA

Vanessa da Mata apresenta “Todas Elas”, um mergulho sonoro nas muitas faces da mulher brasileira

Vanessa da Mata apresenta “Todas Elas”, um mergulho sonoro nas muitas faces da mulher brasileira
Imagem: Priscila Prade/Divulgação
  • Publishedmaio 14, 2025

Com lançamento marcado para o próximo dia 12, Vanessa da Mata estreia seu novo trabalho de estúdio, “Todas Elas”, um álbum autoral com 11 faixas que reúne sonoridade, maturidade e sensibilidade em uma ode à pluralidade feminina. O projeto conta com colaborações especiais de João Gomes, Robert Glasper e Jota.pê, em canções que ampliam os diálogos musicais e emocionais que a artista propõe ao longo do disco.

“Esse trabalho é como um espelho que reflete várias versões de mim — e, por consequência, de muitas mulheres. São nuances de sonhos, encantamentos e também decepções. É um álbum feito de fragmentos reais e simbólicos das mulheres que me habitam”, explica Vanessa.

Parcerias que ampliam horizontes

Entre os destaques, está a faixa “Demorou”, um dueto envolvente com João Gomes, onde a mistura da voz grave do cantor com o estilo inconfundível de Vanessa resulta em um reggae íntimo e marcante. Já em “Troco Tudo”, a artista une forças com Jota.pê em uma crítica poética às aparências enganosas nas redes sociais. “A música nasceu de forma muito fluida. Ele me enviou uma parte da melodia e, rapidamente, compusemos juntos o restante da canção”, revela.

Outro momento especial do álbum é a sofisticada “Um Passeio com Robert Glasper pelo Brasil”, que une a musicalidade brasileira ao jazz contemporâneo do premiado pianista norte-americano. O encontro entre os dois artistas foi natural: “Enviei algumas ideias para ele depois de um show em São Paulo. Ele curtiu e começamos a criar juntos. Foi uma troca riquíssima”, conta Vanessa.

Produção autoral e identidade sonora

Seguindo o caminho iniciado em seu álbum anterior, Vanessa assina a produção musical de “Todas Elas”, ao lado de músicos experientes como Marcelo Costa (bateria), Maurício Pacheco (guitarras e violões) e Rafael Rocha (trombone). O álbum foi gravado e mixado no estúdio Visom Digital, no Rio de Janeiro, e traz como faixa principal a dançante “É Por Isso Que Eu Danço”, que sintetiza a leveza e a força da artista.

Olhar feminino, maduro e transformador

Em “Todas Elas”, Vanessa transita entre o pessoal e o universal, dando voz a histórias que muitas mulheres podem se reconhecer. Canções como “Esperança” expressam a maturidade emocional de quem já aprendeu com a dor e hoje valoriza o presente com sabedoria. Já “Maria Sem Vergonha”, que abre o disco, desafia padrões sociais impostos sobre o comportamento feminino, com irreverência e coragem.

Outras faixas, como “Me Adora, Mas” e “Quem Mandou”, exploram relações afetivas complexas, com personagens femininas que ora resistem, ora se libertam, sempre com dignidade e autoafirmação. Em “Ciranda”, Vanessa exalta a mulher brasileira que luta, mas não perde o compasso da alegria e da dança.

Compromisso com a cultura e a espiritualidade

O álbum também traz faixas de forte teor social e espiritual, como “Eu Te Apoio em Sua Fé”, uma denúncia lírica à intolerância religiosa e à manipulação da fé por interesses obscuros. “É um manifesto contra o uso da religião para espalhar medo e opressão. A espiritualidade verdadeira acolhe, não exclui”, declara a cantora.

Um disco de muitas mulheres para todas nós

“Todas Elas” é um trabalho que dialoga com o feminino em suas diversas formas — forte, sensível, rebelde, espiritual, dançante. É também uma afirmação da identidade artística de Vanessa da Mata, que reafirma sua autenticidade com um repertório que mescla ritmos brasileiros, letras inteligentes e uma produção que valoriza a emoção.

Ao longo das faixas, a cantora convida o ouvinte a refletir, sentir e dançar, sempre com a certeza de que há muitas formas de ser mulher — e todas são legítimas. Um disco necessário, atual e feito para tocar fundo na alma.

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Redação