Close
CRÍTICAS FILMES

Um pouco de magia – “A Extraordinária Garota Chamada Estrela”

Um pouco de magia – “A Extraordinária Garota Chamada Estrela”
  • Publicado em: fevereiro 3, 2021

Você acredita em magia? E se pararmos para pensar que magia é aquilo que não vemos acontecer, os detalhes que, por vezes, ficam nos bastidores da rotina de cada um de nós?

Estranho, né?

Também é estranho conhecer alguém completamente diferente do padrão, começando pelo nome, Estrela (ou Stargirl, em inglês), mas quase nunca é negativo.

Leo descobre isso no novo filmes da Disney, “a Extraordinária Garota Chamada Estrela” (Stargirl), de 2020, baseado no livro de mesmo nome de Jerry Spinelli, cujo texto foi transformado em roteiro por Kristin Hahn, Jordan Horowitz e Julia Hart, que também dirige o longa, disponível no catálogo nacional da Disney+.

Essa é a nova aposta da Disney+ para nos fazer sorrir e refletir com o simples.

Leo Borlock cresceu somente com a mãe, porque seu pai faleceu ele ainda era pequeno. Desde o perdeu Leo passou a usar a gravata que o pai usava todos os dias, passou a ser um conforto para ele, ele só parou quando se mudou com a mãe para Mica, no Arizona, lugar onde nada acontece e que nada se destaca.

No momento em que Leo se destacou, sendo a novidade, ele foi atingido pelos “normais”, que cortaram a gravata do pai. A partir desse dia ele meio que desapareceu na multidão, sendo o padrão da cidade, mas tinha um segredo. Em todos os seus aniversários ele ganhava uma gravata diferente, no estilo daquela do pai, mas nem sabia quem dava (não vinha com bilhete) nem a usada, guardava como se fosse seu tesouro pessoal.

Chegando aos 16 anos, Leo ainda não se destacava, mas tinha amigos e até se saia bem socialmente, mas ainda naquela dinâmica do “nada acontece”. Mas algo aconteceu, uma garota nova chegou à escola, Estrela, alguém de espírito muito livre, nada dentro dos padrões.

Estrela era colorida, andava com um ukele, cantava músicas espontaneamente, inclusive para Leo, “adivinhando” que era o aniversário dele. De início ela causou estranhamento, depois ganhou a confiança de todos, cantando para o time de futebol, dando a animação que precisavam para ganhar o primeiro jogo em décadas.

Sua história com Leo era mais antiga do que ele pensava, eles frequentavam uma aula particular que, aparentemente, só eles se interessavam, mas em horários diferentes. Era com o arqueólogo Archie, alguém que se tornou uma figura de tio e conselheiro de Leo. Foi mais ou menos por aí que Estrela soube quem era Leo, mas não foi só por isso que se aproximaram.

Eles sentiram realmente uma conexão, tanto por fatos incontestáveis, como o fato de crescerem seu os respectivos pais, mas coisas que um precisaria ensinar ao outro. Estrela cresceu na estrada, com uma mãe artista, figurinista de peças, sem raízes em canto nenhum, o que a fez ter uma noção do que era importante na vida que não são exatamente materiais, tornando-a muito mais filosófica e “estranha” do que Mica estava preparada.

Leo sabia que algo precisaria acontecer, fosse com a dinâmica da escola ou com sua vida, descobrir o que queria dizer ao mundo, vê-se além daquilo que estava acostumado a ver e a ser. Cantar a plenos pulmões, como quando fazia há muitos anos, com seu pai.

Bom, o jeitinho de Estrela começou a ser demais para a escola, especialmente quando ela resolver ajudar um jogador adversário que estava machucado, pelo simples fato de ele estar sozinho ali no campo, quando todos estavam comemorando. Ela foi julgada mais uma vez como estranha e foi excluída socialmente.

Ela tentou só uma vez se encaixar, para representar a escola em uma competição de debate estadual, o qual ela ganhou. Mas só ganhou porque na hora de falar ela lembrou de seus princípios, de quem era e do que havia aprendido na vida, fazendo um discurso completamente espontâneo ao falar da rapidez da vida atual, da magia que as pessoas tanto procuram, da estranheza naquilo que demora e requer atenção.

O discurso termina com a frase: da próxima vez que você ver uma flor se projetando para fora do solo ou de um vaso, lembrem-se que parte do que faz isso ser bonito é o tempo que demorou para ela crescer (tradução livre da frase original).

A vitória de Estrela foi a primeira na história da escola, sua boa energia fez o baile de inverno ser inesquecível, mas ainda assim ela sumiu, foi embora. O que ela deixou foi a semente do pensar diferente, do ser gentil e de ser feliz no caminho de ser você mesmo.

Ah, Leo voltou a usar suas gravatas diferentonas todo santo dia.

Mas a ausência de Estrela faz todos pensaram exatamente o que Leo pensou na primeira vez a que viu: ela é mágica?

Ele até tinha feito essa pergunta a Archie na época, que respondeu com algo ainda mais reflexivo: o que você define como mágica/magia?

A sinopse do filme parece ser muito simplória e não atrair muita atenção, parece ser mais uma dramédia adolescente com figurino estranho, mas ao assistir você começa a entender a ideia por trás da história e até o figurino faz todo sentido.

Ao entrar naquela escola em tons pastéis e sem muito o que celebrar, aparentemente, Estrela se mostra solar, colorida e alegre por simplesmente está ali. Aliás, ela chega até a dizer, em um momento triste: as pessoas não são felizes porque ganham, elas ganham porque são felizes.

De repente um filme “besta” de adolescente faz todo sentido, transmitindo boas energias e novas perspectivas de uma vida adulta.

O elenco é formado por:

Grace VanderWaal como Estrela, sendo essa a sua estreia como atriz, mas ela já vem trabalhando nas trilhas sonoras. À propósito, ela mesma cantou e tocou as músicas que Estrela, sendo a última, “Today and Tomorrow”, escrita por ela mesma.

Graham Verchere como Leo. O ator já é conhecido pelo público pelas séries “Supergirl” e “The Good Doctor”, fazendo as versões jovens de personagens em destaque, como o Dr. Shaun.

Leo é o responsável pela narrativa do filme, que é um elemento muito importante para a condução da história, dando o tom certo para cada momento!

Os amigos e colegas de Leo e Estrela foram interpretados por jovens atores que ainda não são conhecidos, como Collin Blackford, Juliocesar Chavez, Artemis, Julia Flores, Gabriella Surodjawan, Shelby Simmons, John Apolinar e Alex James. Também tem duas estreantes, Annacheska Brown e Allison Wentworth.

Somente um dos amigos se destaca, o que interpreta Kevin, o primeiro amigo de Leo, que é interpretado por Karan Brar, conhecido por ser um dos filhos da família Ross em “Jessie”, série da Disney com Debby Ryan e Cameron Boyce.

Archie, o professor de arqueologia, tio e conselheiro de Leo e Estrela, é vivido Giancarlo Esposito, famoso por séries como “Breaking Bad”, “Once Upon a Time”, “Better Call Saul”, “Dear White People” e “The Mandalorian”, além de muitos trabalhos como produtor e diretor. Ele é uma das grandes referências do ramo.

Espero que essa galerinha novata tenha aproveitado cada momento que tiveram como Giancarlo Esposito, absorvido tudo que puderam para se tornarem grandes profissionais como ele.

Stargirl – Julia Hart

Leo Borlock, é um estudante mediano da Mica High School. Ele tira notas decentes, é membro da banda marcial da escola e sempre se contentou a voar abaixo do radar. Mas tudo isso muda quando ele conhece Estrela Caraway, uma aluna nova confiante e colorida com uma predileção pelo ukulele, que se destaca da multidão. Ela é doce, enxerga magia nas coisas comuns e toca a vida de todos com os gestos mais simples. Suas excentricidades e personalidade contagiante encantam Leo e o corpo estudantil, e ela rapidamente deixa de ser ignorada e ridicularizada para ser aceita e aclamada, e o inverso outra vez, colocando Leo em uma montanha-russa de emoções.

Roteiro: Kristin Hahn

Elenco: Grace VanderWaal, Graham Verchere, Karan Brar, Maximiliano Hernández, Darby Stanchfield, Giancarlo Esposito, Collin Blackford, Annacheska Brown, Shelby Simmons, Allison Wentworth, Juliocesar Chavez, Artemis, Julia Flores, Gabriella Surodjawan, John Apolinar, Alex James, Enzo De Angelis, Cayman Guay, Sara Arrington, Lucinda Marker

Até mais!

Written By
Nivia Xaxa

Advogada, focada no Direito da Moda (Fashion Law), bailarina amadora (clássico e jazz) e apaixonada por cultura pop. Amo escrever, ainda mais quando se trata de livros, filmes e séries.