Sonho de Fora da Lei – “Dreamland”

A imagem glamourizada dos “fora da lei”, especialmente os assaltantes de banco, das estórias de faroeste e semelhantes, fizeram alguns jovens crescerem sonhando com uma vida cheia de adrenalina.

Eugene Evans/Baker é um exemplo fictício, ele é o protagonista de “Dreamland”, o novo thriller que chega ao Prime Video, escrito por Nicolaas Zwart e dirigido por Miles Joris-Peyrafitte. Há quem diga que tem um toque de romantismo também.

A família Baker foi uma das primeiras a chegarem numa localidade do deserto dos EUA que viria a ser tornar uma vila, eram os pais de Eugene. Isso acontece um pouco antes da chamada Grande Depressão, momento em que o país enfrenta problemas financeiros e, para completar, grandes tempestades de vendo atingem as regiões desérticas.

O momento difícil torna o desenvolvimento da cidade basicamente impossível, o pai de Eugene encara aquilo como uma punição divina, ele se perde em suas teorias e no alcoolismo, abandonando a família. Eugene tinha por volta dos 04 anos de idade. A única coisa que sabiam é que ele havia ido para o Novo México, onde ele conheceu o oceano.

Pouco tempo depois a mãe dele, Olivia, casa-se novamente, com o sub-delegado Evans, por isso o garoto deixa de assinar Baker. Ele ganha uma meia-irmã, Phoebe. A vida da vila não tem nenhuma novidade, é monótona durante muito tempo, a não ser pelas tempestades de vento.

Eugene, já com 17 anos, divide-se em aprontar com o amigo Joe Garza e ler as revistas com estórias dos fora da lei, as que têm a imagem glamourizada. Para alguém que queria mais emoção na vida e que tinha vontade de sair dali, conhecer o oceano talvez, o estilo de vida dos personagens que lia era a ideal.

A monotonia e aparente segurança é ameaçada quando uma ladra de bancos considerada perigosa, Allison Wells, é vista fugindo pela região, com recompensa alta para quem a encontrar. Eugene e Joe logo imaginam que poderiam ganhar a vida com o dinheiro da recompensa, tentam encontrar Allison pela cidade, mesmo sabendo que há poucos lugares em que ela poderia se esconder.

Para a surpresa de Eugene, Allison conseguiu se esconder no antigo galpão da fazenda da família, local pouco usado, uma vez que não havia mais plantação por lá. Ela está ferida, precisa usar um de seus melhores talentos para sair da situação e ganhar ajuda dele, a sedução. Allison é uma hábil ladra, mas não era só isso, ela sabia persuadir usado de sua beleza e poder de sedução. Unindo sua fama de fora da lei e esse talento, foi fácil conquistar Eugene, que faz de tudo para angariar tudo que ela precisava para fugir dali, mas com uma condição, que ele se unisse a ela. Não estava nos planos, especialmente porque ele ainda era um garoto de 17 anos, imaturo para basicamente tudo que a vida dela exige, mas ele vai com ela. Poucos são os momentos que eles vivem juntos, mas Eugene aprende algumas lições de vida.

Mesmo com toda violência aberta, o filme tem um tom poético desde a narração até a discussão final, que não é romântica da forma tradicional. A narração é feita pela irmãzinha de Eugene já adulta, que viu o irmão pela última vez quando tinha uns 8 anos, talvez a doçura, o amor e a admiração que ela tinha por ela ajuda nesse tom poético de toda a trama. Os diálogos não são longos, a narração e as imagens complementam todo o cenário da estória. O elenco precisava ser bem escolhido para que tudo isso realmente funcionasse, isso aconteceu.

Eugene Evans, ou Baker, é vivido por Finn Cole, famoso por ser Michael Grey, prime de Thommy Shelby (possivelmente o novo antagonista), marido de Gina Grey, filho de Poly Grey, em “Peaky Blinders”. Algo que eu vi dele na série se repete no filme e, para mim, é um dos diferenciais dele como ator, é a forma como ele consegue modular o olhar dele, passando de um adolescente imaturo para um adulto de sangue frio. É interessante fazer esse paralelo porque tanto Michael Grey quanto Eugene passam por essa transição silenciosa, marcada somente por esse “dote” do ator.

Ah, sempre brinco por aqui que os blinders me perseguem, sempre tem algum ator da série que está em séries e filmes sem eu perceber, mas dessa vez eu procurei esse blinder. Eu vi a divulgação do filme no perfil de Finn Cole no Instagram no ano passado, mas só recentemente chegou ao catálogo nacional da Prime Video.

Allison é vivida por Margot Robbie, famosa por “Eu, Tonya”, “Duas Rainhas”, “O Lobo de Wall Street” e “Era uma vez em … Hollywood”. Ela une a força da atuação e o poder da sedução, tudo que Allison precisa, mais uma vez dá um show de atuação. E foi um dos motivos de eu querer assistir um filme dito como thriller.

Phoebe Evans é vivida por duas atrizes. A pequena ruiva, fofíssima e com o olhar bem marcante, é Darby Camp, conhecida pela série “Big Little Lies”. A voz delicada que faz toda a narração de Phoebe já adulta é de Lola Kirke, conhecida pela série “Mozart in The Jungle”.

O padrasto de Eugene é vivido por Travis Fimmel, famoso pela série “Vikings”. A mãe, Olivia, é vivida por Kerry Codon, conhecida pela série “Better Call Saul” e filmes como “Três Anúncios para Um Crime”, mas sua voz talvez seja mais famosa, ela empresa a Friday, um dos trajes de Tony Stark nos últimos filmes da franquia da Marvel.

Allison não atuava sozinha, descobrimos em certo momento que ela tinha um parceiro no crime e no amor, Perry Montroy, vivido pelo ator Garrett Hedlound, conhecido por “Tron – O Legado”. “Mojave” e, mais recentemente, “Estados Unidos vs Billy Holliday”.

Até mais.

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