Social Comics. Kurt Cobain – a rebelde infância de um mito.

Conheci o Nirvana nos idos anos de 1990 pela MTV (talvez em 1991 ou 1992). Naquela época, um dos sucessos que mais aparecia na programação da emissora era Smells Like Teen Spirit, hoje um dos hinos da banda (clipe ao final do post).
Logo outras músicas deles ganharam destaque e o Nirvana já estava consolidado como uma das melhores bandas “grunge” do mundo. Na mesma época, Pearl Jam já era outro destaque dentro desse gênero do rock. O Soundgarden já estava estabelecido e também havia o Alice In Chains, apesar de o grunge não ser seu único estilo de som.

O músico Kurt Cobain, que morreu aos 27 anos – Márcia Foletto / O Globo (20.01.1993)

Mas era inegável que o sucesso do Nirvana estava focado em seu controverso vocalista, Kurt Cobain. Kurt era a alma da banda e tinha uma performance ótima no palco, porém ele vivenciava muito daquilo que as letras de suas canções diziam.
Em meio à fama, drogas e uma depressão profunda, ele não resistiu e cometeu o suicídio em 1994, pondo fim a uma das mais amadas e competentes bandas de rock da história. Seu baterista, Dave Grohl, formou a icônica banda Foo Fighters atuante até os dias atuais.
Após a morte de Kurt, muitos materiais foram publicados. Desde novos álbuns até biografias. Entretanto, jamais pensei que haveria uma biografia em HQ abordando o passado do cantor.
Kurt Cobain: Quando eu era um Alien (2013, escrita por Danillo Deninotti e ilustrada por Toni Bruno, sendo lançada em 2015 pela Conrad) é a biografia do polêmico vocalista e mostra uma infância de rebeldia e música.  Agora, finalmente podemos lê-la através da Social Comics.

Infância e juventude – Kurt conviveu com a separação de seus pais, algo bastante ruim na vida de uma criança, mas ele – segundo a graphic novel – sempre se mostrou rebelde. Muitas cenas dão claro destaque à absoluta falta de respeito por seus pais, fato que prosseguiu após a separação, quando ele passou a morar só com o pai (que se casou depois e constituiu nova família).

A história faz uma brincadeira com o fato de o jovem Kurt não se sentir à vontade com seus pais e amigos ao incluir cenas onde o garoto se vê como um alienígena. Essas cenas sempre se repetirão em todas as ocasiões nas quais ele se sente isolado ou incomodado. Há cenas onde ele também se identifica com as pessoas que, para ele, também são alienígenas na aparência. Daí o subtítulo “Quando eu era um Alien”.

Mas a rebeldia não era o único ponto característico da infância e juventude de Kurt. Ele era também um apreciador de rock, além de ir aos poucos se transformando em um excelente guitarrista. As influências dele no meio musical eram Kiss, Black Sabbath, Aerosmith, Beatles, Clash… até o momento em que ele resolveu criar sua própria banda.

Outras bandas se destacaram na playlist de Kurt, mas é inegável a influência e a importância da banda local The Melvins.

A graphic novel destaca a transição entre a garage band e a banda que se transformaria no sucesso conhecido como Nirvana. Entre mudanças de bateristas e a experimentação de nomes para o grupo, chegamos ao que se consagrou como uma das melhores bandas de grunge de Seattle e do mundo, mas a HQ pouco soma ao que já conhecíamos através de biografias e sites, isso sem contar que a linha narrativa é muito acelerada e deixa a sensação de vazio em certas passagens. Talvez mais algumas páginas e o enfoque explicativo mais detalhado seriam suficientes para melhorar essa graphic que, na minha opinião, cabe apenas a fãs do cantor, pois quase nada do Nirvana é mostrado.

Ponto positivo para uma breve biografia dos personagens que surgem durante a trama.

P.S.: Teen Spirit era um desodorante famoso na época e muito usado por garotas. Kathleen Hanna, vocalista do Bikini Kill, pichou assim sobre Cobain: KURT SMELLS LIKE TEEN SPIRIT.

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