The Umbrella Academy: Dark Horse, Social Comics e Netflix

Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje vamos falar de uma das melhores adaptações de heróis sombrios para a TV, superando de longe séries da Marvel Comics, DC Comics e outras pelo conteúdo com drama e viagens temporais alucinantes. Mais uma vez a Netflix surpreende e acho uma pena que pessoas como o “Grande Diretor de Cinema” Spielberg, de quem sou fã, queiram tirar a Netflix da festa do Oscar, mas não vou me estender no assunto. Esta boa produção, assim como outras originais da empresa servem de resposta a quem se sente ameaçado e acha dono do mercado cinematográfico e suas premiações: “Façam melhor e concorram.”

The Umbrella Academy (HQs)

The Umbrella Academy é uma HQ escrita por Gerard Way e ilustrada por Gabriel Bá, vencedora do Eisner Award de “Melhor Minissérie” em 2008. O enredo acompanha um grupo de seis crianças dotadas de super-poderes, que foram adotadas por um milionário e criadas como super-heróis. A série já teve dois volumes lançados pela editora Dark Horse e o escritor manifestou a intenção de escrever pelo menos mais dois volumes. No Brasil, foi lançado pela editora Devir, além de estar disponível na plataforma de streaming Social Comics.

Sinopse da HQ: The Umbrella Academy se passa em um universo alternativo onde o Presidente Kennedy não foi assassinado. A equipe principal é descrita como uma “família disfuncional de super-heróis”. Em meados do século XX, em um inexplicável evento, quarenta e três crianças foram geradas espontaneamente por mulheres que não apresentavam sinais de gravidez. Das quais sete são adotadas por Sir. Reginald Hargreeves “O Monóculo”, um alienígena mascarado de empresário, que pretende treiná-las para salvar o mundo de ameaças desconhecidas. Na edição “Suite do Apocalipse”, a equipe se separa por um tempo até terem noticias sobre a morte de Hargreeves, e em seqüência eles reformam a equipe após um deles se tornar um super-vilão. O Monóculo adotou no nascimento crianças que inclui Spaceboy (Luther Hargreeves), Kraken (Diego Hargreeves), Rumor (Allison Hargreeves), Séance (Klaus Hargreeves), Número Cinco (The Boy), Horror (Ben Hargreeves), e Violino Branco (Vanya Hargreeves). As histórias são dividias em volumes que na ordem representam o Volume 1: A Suite do Apocalipse e Volume 2: Dallas.

Em 2009 na San Diego Comic-Con, Gerard Way anunciou o terceiro volume seria intitulado de The Umbrella Academy: Hotel Oblivion. Rumores dizem que esse pode ser o retorno do Dr. Terminal, como referenciado pelo Spaceboy na frase “ninguém pode escapar do Hotel” na edição #3 da Suite do Apocalipse. A Dark Horse havia anunciado que Hotel Oblivion poderia ser lançado em 2010, mas isso não aconteceu. Em 2017, durante o painel da Dark Horse na San Diego Comic-Con, foi confirmada a seqüência intitulada Hotel Oblivion, para lançamento em 2018, contando com a mesma equipe criativa.

Uma versão para o cinema de The Umbrella Academy foi pedida pela Universal Studios. Que tinha como roteirista, Mark Bomback, porém em 2010 foi anunciado sua substituição por Rawson Marshall Thurber, que estava reescrevendo o roteiro. Desde então, não houve novas informações sobre o desenvolvimento do filme. Numa entrevista em dezembro de 2012, Way declarou: “Eu diria que está saindo um pouco. De vez em quando, há uma explosão de movimento e é como eu reparei que Hollywood trabalha. Há uma explosão de movimento e depois uma explosão de nada. Nós na verdade pegamos um roteiro recentemente e é realmente ótimo, então eu acho que é apenas uma questão de esperar pela Universal Studios querer correr o risco nisso.”

The Umbrella Academy: Netflix

Baseado em The Umbrella Academy de Gerard Way, produtores executivos Steve Blackman, Mike Richardson, Keith Goldberg e Gerard Way, distribuída por Netflix. Roteirista Jeremy Slater, elenco Ellen Page, Tom Hopper, Emmy Raver-Lampman, David Castañeda, Robert Sheehan, Aidan Gallagher, Mary J. Blige, Cameron Britton, Colm Feore, Adam Godley e John Magaro. Empresas de produção Universal Cable Productions e Dark Horse Entertainment, emissora de televisão original Netflix, transmissão original em 15 de fevereiro de 2019.

Sinopse: No ano de 1989 o misterioso nascimento de 11 crianças de mães que não estavam inicialmente grávidas chama a atenção de um excêntrico milionário, Sir Reginald Hargreeves, que busca adotar quantas puder, ele consegue sete delas, dedica suas infâncias à treinamento de combate ao crime, o que os torna emocionalmente distantes da própria família e posteriormente os afasta, anos mais tarde o evento da morte do pai os reaproxima com as misteriosas circunstancias de seu falecimento. O que não esperavam era o retorno de um irmão desaparecido há 17 anos, que traz com ele a notícia da iminência do apocalipse, o que os obriga a lidar com suas diferenças e trabalhar juntos.

Crítica: Espetacular, é assim que podemos descrever os dez capítulos da primeira temporada de Umbrella Academy, já disponíveis na Netflix, A série mistura HQs e Cinema em doses ótimas de terror, Scy Fy, suspense, policial, drama e comédia na medida certa. Seu roteiro quase não deixa lacunas ou buracos na história, e o pouco que existe não incomoda tanto, principalmente nos capítulos finais, devido ao difícil trabalho de mostrar em toda a série as linhas temporais de maneira crível, além da química do elenco bem trabalhado, que só aumenta o mérito de produção e ritmo da história. Umbrella é daquele tipo de série que você já questiona assim que acaba: “Quando sai a próxima temporada?”

O ambiente soturno, apocalíptico e com doses de decadência social não é novidade para os fãs de HQs e a série nos apresenta a Academia, seu professor e alunos, uma deliciosa mistura de X-Men, Patrulha Destino e Hellboy, com a pitada de e Volta para o Futuro (1985) e Alta Freqüência (2000), que lutam contra uma linha do tempo que não pode ser mudado. É claro que o roteiro não é inédito e imediatamente me veio a cabeça filmes como em Hellboy (2004) X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (2014) e X-Men: Fenix Negra (2019) e na minha opinião essas referências são propositais e positivas tanto no roteiro quando na escolha do elenco , pois falamos de heróis desajustados, falíveis e humanos, que tomam decisões erradas e pagam o preço das mesmas. Nossos heróis não são invencíveis, pelo contrário, apanham bastante até conseguir aquela união tão esperada, como em A Liga Extraordinárias (2003).

Do elenco Robert Sheehan (Klaus Hargreeves) rouba a cena com seus divertidíssimos poderes, vícios  e presença de cena. Sheehan é o centro das atenções mesmo que seja um dos menos poderosos heróis da Academia. Klaus é mais do que um personagem de alívio cômico, mas um crescente personagem que entrega o drama com uma qualidade impressionante, mesmo que em certos momentos a cena não peça isso. O ator pode ser reconhecido, se você for um cinéfilo de primeira, por suas atuações em grandes projetos para virar Blockbusters cinematográficos e franquias, mas com fracasso de bilheterias como Caça as Bruxas (2011), Os Instrumentos Mortais (2013) e Máquinas Mortais (2018).  Você leu que eu citei algumas vezes HQs aqui e vamos agora a alguns atores conhecidos por papéis no ramo. Ellen Page (Vanya Hargreeves), com um dos papéis mais difíceis, pois propositalmente passa quase desapercebida no início, por motivos que depois se explicam,  é mais conhecida por seus papéis em filmes da Marvel dos X-Men (2006 e 2013).

A série brinca com vários tipos de vilões, muito comuns para o cinema e de modo a nos levar a alguns sub-tramas para que no final, até que interessante, você mate a charada temporal. Só para mim, o verdadeiro vilão, o cara que odiei o tempo todo e não perdoei nem no final, foi o personagem do ótimo ator Colm Feore (Sir Reginald Hargreeves / The Monocle), o pai adotivo da Academia Umbrella. Feorfe é um daqueles atores que entregam o que se pede, mesmo em uma ponta, e é facilmente lembrado por seus papéis em filmes como Thor (2011), A Batalha de Riddick (2004) e em Amazing Spider Man (2014), O roteiro nos leva o tempo todo a odiar as decisões de Hargreeves, mesmo que explique suas motivações, mas não sua postura com as crianças. O fato de ser um alienígena nas HQs não foi explorado aqui, apesar de ter um Macaco como mordomo e um andróide como babá das crianças ser algo demais para nós, mas que aqui neste universo que não é o nosso acerta bem. O personagem me lembrou muito a mistura de Charles Xavier (X-Men) e Dr. Niles Caudler Patrulha Destino) com suas decisões polêmicas e que afetam a todos a sua volta. Para quem não acompanha os X-Men, foi Xavier que apagou os poderes de Jean Grey na infancia e escondeu de Scott a morte do seu irmão do meio, ambos através de uma “lavagem cerebral” feita pelo Professor X.

Outro personagem intrigante da série é o Número Cinco, interpretado pelo novato ator Aidan Gallagher. Número Cinco é a melhor referencias de De Volta para o Futuro e MIB que já vi nos cinemas, sendo um dos irmãos que vai para o futuro e passa anos lá, mas volta na sua forma de criança e precisa sozinho ou usando os irmãos, parar o apocalipse. O número Cinco tem uma grande semelhança com o Noturno, personagem dos X-Men da Marvel com seus poderes de teletransporte e seu raciocíneo lógico. Umbrella Academy tem o tom correto de uma produção e eu diria que até homenageia vários filmes e HQs ao invés de simplesmente copiar e colar, fazendo um belíssimo trabalho Live Action provinda de HQs, com uma interessante química entre os atores e uma boa direção.

Eu teria realmente muito mais linhas para escrever sobre a série e seus easter eggs, mas vou deixar um espaço para que vocês olhem e me digam o que vocês viram que eu não vi. Para mim só resta agora aguardar a Netflix liberar a segunda temporada.

 

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