Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje falamos de mais uma franquia de terror (Slacher) cheio de atores promissores com a assinatura do mestre Wes Craven.
Scream (Pânico) é uma franquia cinematográfica americana iniciada em 1996, do subgênero slasher, escrito por Kevin Williamson e dirigido por Wes Craven. É estrelado por Neve Campbell, David Arquette, Courteney Cox, Matthew Lillard, Skeet Ulrich, Rose McGowan, Drew Barrymore, e Jamie Kennedy. O enredo gira em torno de Sidney Prescott (Campbell), uma estudante do ensino médio da cidade fictícia de Woodsboro, Califórnia, que se torna o alvo de um assassino misterioso conhecido como Ghostface. Outros personagens principais incluem a melhor amiga de Sidney, Tatum Riley (McGowan), o namorado de Sidney, Billy Loomis (Ulrich), o melhor amigo de Billy, Stu Macher (Lillard), Randy Meeks (Kennedy), o vice-xerife Dewey Riley (Arquette) e a repórter de notícias Gale Weathers (Cox). O filme revitalizou o gênero nos anos 1990, utilizando um conceito que combinava cenas assustadoras com diálogos que satirizavam os clichês dos filmes de terror e foi considerado o único no momento da sua estreia em que os personagens estavam cientes de filmes de terror no mundo real.
Scream (1996):
Direção Wes Craven, produção Cathy Konrad e Cary Woods, roteiro Kevin Williamson, elenco Neve Campbell, David Arquette, Courteney Cox, Matthew Lillard, Skeet Ulrich, Rose McGowan, Drew Barrymore, Jamie Kennedy e Roger L. Jackson. Do gênero slasher, música Marco Beltrami, direção de fotografia Mark Irwin, direção de arte Bruce Alan Miller e figurino Cynthia Bergstrom. Companhia produtora Woods Entertainment, distribuição Dimension Films e Buena Vista International. Com lançamento em 18 de dezembro de 1996 (Los Angeles) e 20 de dezembro de 1996 (Estados Unidos), um orçamento baixíssimo e marca registrada de Craven em US$ 14 milhões e uma maravilhosa receita de US$ 173 milhões em todo mundo.
Baseado, em parte, no caso Gainesville Ripper, Scream foi inspirado pela paixão de Williamson por filmes de terror, especialmente Halloween (1978). O roteiro, originalmente intitulado Scary Movie, foi comprado pela Dimension Films e foi renomeado pela The Weinstein Company um pouco antes de completarem as filmagens. A produção enfrentou problemas de censura com a Motion Picture Association of America e dificuldades com moradores durante as filmagens no local.
Após seu lançamento, tornou-se um sucesso financeiro e crítico, ganhando 173 milhões de dólares em todo o mundo, e figurou-se como o filme slasher de maior bilheteria nos Estados Unidos em dólares não ajustados. Ele recebeu vários prêmios e indicações. A trilha sonora de Marco Beltrami também foi aclamada, e foi citada como “[uma] das partituras de terror mais intrigantes nos últimos anos.” Desde então, ganhou “status cult.” Scream marcou uma mudança no gênero, como a contratação de um elenco com carreira no estrelato, que foi considerado um dos motivos para chamar a atenção de um público mais amplo, incluindo uma audiência feminina significativa.
Scream foi creditado com a revitalização do gênero de terror nos anos 1990, que estava sendo considerado como “quase morto”, com as inúmeras continuações de franquias de terror famosas nas décadas de 1970 e 1980. Essas sequências estavam tendo pouca aceitação crítica, do público e pouco desempenho comercial, pois já haviam explorado diversos clichês do gênero, sem acrescentar nada de novo. O sucesso de Scream gerou mais três sequências e um seriado, embora apenas Scream 2, lançado em 1997, atingiu um nível de sucesso comercial e crítico igual ao filme original. Nos anos seguintes após seu lançamento, o filme foi acusado de inspirar e até mesmo induzir crimes violentos e assassinatos.
Sinopse: Uma estudante do ensino médio, Casey Becker (Drew Barrymore), recebe um telefonema de uma pessoa desconhecida, perguntando-lhe: “Qual é o seu filme de terror favorito?” A situação se agrava rapidamente quando a pessoa desconhecida transforma a ligação em uma conversa sádica e ameaça a vida de Casey, revelando que seu namorado Steven Orth (Kevin Patrick Walls) está sendo mantido como refém. Depois que Casey deixa de responder a uma pergunta corretamente sobre filmes de terror, Steven é assassinado. Quando ela se recusa a responder outra questão, é atacada e morta por um assassino mascarado. Seus pais (Carla Hatley e David Booth) chegam em casa e encontram seu corpo pendurado em uma árvore.
Curiosidades: Scream foi desenvolvido pela primeira vez por Kevin Williamson sob o título Scary Movie, quando ainda era um aspirante roteirista. Williamson inspirou-se em uma notícia que assistira sobre uma série de assassinatos conhecidos como o massacre na cidade de Gainesville. Então, teve a ideia de escrever um roteiro de 18 páginas sobre uma jovem que, sozinha em sua casa, é provocada por telefone e depois atacada por um assassino mascarado. Posteriormente, abandonou a história e escreveu outro roteiro, Teaching Mrs. Tingle, um thriller que ele acabaria vendendo depois de passar um longo tempo no inferno do desenvolvimento. Com problemas para pagar suas contas, Williamson mudou-se sozinho para Palm Springs e concentrou-se na continuação do desenvolvimento de Scary Movie, na esperança de vendê-lo rapidamente para resolver seus problemas financeiros.
Durante três dias, ele desenvolveu um roteiro completo, bem como mais dois rascunhos de cinco páginas para duas potenciais sequências — Scary Movie 2 e Scary Movie 3, na esperança de atrair potenciais compradores, pois eles de fato não estariam apenas comprando um filme, mas sim uma franquia. Em uma entrevista, afirmou que uma das razões que o levaram a trabalhar no roteiro é que ele queria ver este filme nascido de seu amor de infância por filmes de terror, como Halloween (1978), mas “ninguém mais estava fazendo isso”. Seu gosto por filmes de terror ficou evidente no roteiro, que faz referências a filmes como Halloween, Sexta-Feira 13, A Nightmare on Elm Street, When a Stranger Calls e Prom Night. Enquanto ele escrevia o roteiro ouvia a trilha sonora de Halloween para inspiração, inclusive, passagens da trilha aparecem no filme.
Em junho de 1995, Williamson entregou o roteiro a seu agente, Rob Paris, para colocá-lo à venda. Paris advertiu-o que com o nível de violência e gore presentes, seria “impossível” vendê-lo. Após a compra do roteiro pela Miramax, o roteirista foi obrigado a remover grande parte do conteúdo violento, como a representação gráfica dos órgãos internos das vítimas estripadas “rolando” às pernas. No entanto, com a contratação de Craven como diretor, este trouxe muito do conteúdo violento de volta. Williamson iria remover uma cena no banheiro da escola em que Sidney é atacada, pois a considerava ridícula e que não tinha nada a ver com a história, porém, Craven insistiu que a cena permanecesse e afirmou que ela serviria para aprofundar o caráter de Sidney e seu relacionamento com sua mãe falecida. O roteirista confirmou posteriormente que estava contente que o diretor convenceu-o a mantê-la. O diretor da Dimension Films, Bob Weinstein, percebeu que no roteiro havia trinta páginas (aproximadamente trinta minutos na tela) sem nenhum assassinato, então pediu a Williamson que adicionasse a morte de um personagem.
O roteirista adicionou a morte do diretor Himbry, e isso resolveu um problema que ele estava tendo no final do roteiro, pois estava tentando encontrar uma razão para que vários personagens, não essenciais, que foram à festa deixassem-na para que, então, o assassino pudesse atacar. A solução foi: ao longo da festa, Randy recebe uma ligação dizendo que o corpo de Himbry fora encontrado, fazendo com que esses personagens fossem embora, e a partir daí, os assassinatos começassem. Quanto aos motivos dos assassinos, Williamson sentiu que era essencial para o público saber por que os antagonistas se tornaram assassinos, mas ele também observou que era potencialmente mais assustador se não tivessem motivação.
As opiniões no estúdio foram divididas entre aqueles que acreditavam que um motivo era necessário e aqueles que acreditavam que era mais assustador sem um. Como havia dois assassinos, o roteirista decidiu fazer com que Billy Loomis tivesse um motivo — o abandono materno —, enquanto o segundo, Stu Macher, disse que o seu motivo foi “pressão dos pares”.
O roteiro, ainda intitulado Scary Movie, foi colocado à venda em uma sexta-feira em junho de 1995, mas não recebeu nenhuma oferta. Na segunda-feira seguinte, ele tornou-se o assunto de conflito entre grandes estúdios, como Paramount Pictures, Universal Pictures e Morgan Creek Productions. A produtora Cathy Konrad leu o roteiro e percebeu que era exatamente o que os irmãos Weinstein, da Dimension Films — e parte da Miramax —, estavam procurando. A Dimension já tinha lançado vários filmes de terror anteriormente e pretendia concentrar-se no gênero. Konrad entregou o roteiro para o assistente de Bob Weinstein, Richard Potter, e este acreditando que aquele tinha potencial, mostrou-o a Weinstein. Os estúdios começaram a perder interesse, pois o preço do roteiro aumentou, e os dois últimos potenciais compradores foram, então, Oliver Stone, que na época estava trabalhando no Cinergi Pictures, e os Weinsteins, da Dimension. Williamson concordou com a oferta de 400 mil dólares da Miramax, além de um contrato para duas sequências e um possível quarto filme. O roteirista disse que escolheu a Dimension porque eles produziriam Scary Movie imediatamente e sem censurar significativamente a violência do enredo. Antes de envolver-se na produção, Craven lera o roteiro e considerou a possibilidade de convencer um estúdio a comprá-lo, para que ele pudesse dirigir. Entretanto, após lê-lo, este já havia sido vendido.
Bob Weinstein aproximou-se de Craven no início do planejamento, pois, tendo assistido a seus filmes anteriores, estava convencido de que ele seria a pessoa ideal para levar o roteiro à tela. Naquela época, o diretor estava desenvolvendo uma refilmagem de Desafio do Além (1963) e estava pensando em distanciar-se do gênero terror, pois estava cansado da misoginia e da violência. Weinstein também se aproximou de outros diretores, incluindo Robert Rodriguez (Um Drink no Inferno), Danny Boyle (Extermínio), George A. Romero (Despertar dos Mortos) e Sam Raimi (Evil Dead). Williamson disse que os diretores “não entendiam”, e estava preocupado, com medo de que depois de lerem o roteiro, muitos dos cineastas acreditariam que o filme era uma comédia. Craven foi abordado novamente, apesar de vários pedidos já recusados. Quando a produção de Desafio do Além entrou em crise, o diretor ficou livre deste compromisso e teve que encontrar outro projeto rapidamente. Após Drew Barrymore assinar para o filme, o diretor disse que Scary Movie poderia ser diferente de outros filmes do gênero que ele tinha realizado anteriormente, então, contatou Weinstein para aceitar o trabalho.
Pouco antes da conclusão da obra, os irmãos Weinstein mudaram seu título de Scary Movie para Scream. Tiveram inspiração da canção de Michael Jackson de mesmo nome. Bob Weinstein considerou Scary Movie um título inadequado, pois, além do terror e da violência, o filme continha elementos de sátira e comédia, e ele queria que isso fosse mais bem transmitido pelo título. A mudança foi efetuada tão tardiamente que os presentes congratulatórios carregaram o nome original e, imediatamente, Williamson e Craven não gostaram do novo título, e consideraram-no “estúpido”. Ambos comentaram posteriormente que a mudança foi positiva, e que Weinstein foi sábio em escolhê-lo. Após o sucesso da obra em uma exibição teste, com os executivos da Miramax presentes, foi oferecido a Craven um contrato para a direção de duas sequências.
A Sony Pictures entrou com uma ação contra a Dimension e a Miramax, alegando que o título “Scream” violou os direitos autorais do filme da Sony Screamers, lançado no ano anterior. Depois que o caso foi resolvido fora dos tribunais — os detalhes permanecem confidenciais — a produtora de Scream 2, Marianne Maddalena, considerou que o caso era resultado de outros conflitos entre as duas empresas e não, necessariamente, ao título. Ela ainda confirmou que a produção era livre para usar o título Scream em futuros filmes.
O Elenco Principal: Scream é um marco na história dos filmes de terror, que normalmente envolvia atores relativamente desconhecidos. O gênero foi considerado inadequado para nomes conhecidos do cinema, já que os filmes tinham baixo orçamento e muitas vezes a recepção crítica era negativa. Drew Barrymore leu o roteiro e se interessou em atuar. Ela procurou a equipe de produção para lhe pedir um papel — a atriz, membro da família de atores Barrymore e neta do ator John Barrymore, tinha se tornado conhecida por seu papel em E.T. – O Extraterrestre (1982). Os produtores aproveitaram de seu interesse inesperado e lhe ofereceu o papel principal de Sidney Prescott, pois acreditavam que sua participação seria essencial para atrair outros atores populares para o filme, apesar de seu baixo orçamento, e também foi através dessa participação que Craven reconsiderou sua decisão de dirigir o filme. Cinco semanas antes do início das filmagens, Barrymore enfrentou compromissos inesperados, e isso fez com que ela já não estivesse mais disponível para desempenhar o papel principal bastante exigente. Como alternativa, desempenhou o papel menor de Casey Becker, o que lhe permitiu participar do filme e dar vantagem para a produção por seu status. Matar uma das estrelas do filme na primeira cena foi considerado um risco calculado, mas acreditava-se que seria tão chocante e inesperado que o público acreditaria que qualquer personagem poderia morrer. Várias atrizes, incluindo Alicia Witt, Melissa Joan Hart e Brittany Murphy, fizeram audições para o papel principal de Sidney. Os produtores também consideraram Reese Witherspoon, embora ela nunca tenha feito um teste para a personagem. A produção pensou em oferecer o papel à Molly Ringwald, grande admiradora de Williamson, mas voltaram atrás por causa de sua idade, dizendo: “ela tem 27 anos de idade, não pode desempenhar o papel de uma estudante de ensino médio”. Craven tinha visto Neve Campbell na série de televisão Party of Five e a convidou para uma audição ao papel: ele acreditava que ela poderia desempenhar um personagem “inocente”, mas que também pudesse mudar conforme as emoções exigidas pelo papel aparecessem. Inicialmente, Campbell estava duvidosa em atuar em outro filme de terror tão cedo, pois acabara de sair de um papel coadjuvante em The Craft (Jovens Bruxas – 1996). Após uma audição bem-sucedida, a atriz aceitou a oferta para interpretar o personagem principal e o motivo foi porque Scream seria seu primeiro papel principal, e, principalmente, porque amou a personagem, dizendo: “Ela é uma personagem fantástica para qualquer tipo de filme”.
Para o papel da repórter Gale Weathers, o estúdio queria uma atriz reconhecida. Eles ofertaram à Brooke Shields e Janeane Garofalo. Courteney Cox, que na época interpretava Monica Geller na sitcom Friends, pediu o papel para o estúdio. Ela estava interessada em interpretar uma personagem “vaca” para romper com sua imagem de “boa menina” em Friends. Por esta imagem, os produtores, inicialmente, recusaram-se a dar-lhe o papel. Entretanto, após suas insistências ao estúdio, ela finalmente o conseguiu. As atrizes Melinda Clarke e Rebecca Gayheart fizeram audição para o papel de Tatum Riley, a melhor amiga de Sidney, posteriormente, Rose McGowan foi escolhida. A diretora de elenco afirmou que a atriz foi a melhor escolha, pois conseguiu interpretar um personagem corajoso, cínico e inocente ao mesmo tempo. Gayheart teria um papel em Scream 2, posteriormente. O estúdio reconheceu que o forte elenco feminino — Campbell, Barrymore, Cox e McGowan — ajudaria atrair uma significativa audiência feminina.
Kevin Patrick Walls e Justin Whalin estavam entre os candidatos finais para o papel de Billy Loomis. Whalin participou de audições com Campbell. Michael Landes também fez audição, Joaquin Phoenix recusou a oferta e Ben Affleck e Freddie Prinze Jr. foram considerados e, posteriormente, Skeet Ulrich o conseguiu. Os produtores consideraram-no “perfeito” para o papel e notaram semelhança com Johnny Depp quando apareceu em A Nightmare on Elm Street. Ulrich e Campbell tinham trabalhado juntos em The Craft e acreditavam que a experiência lhes ajudaria a sentirem-se mais confortáveis, permitindo uma representação mais natural do relacionamento entre seus personagens. Embora não conseguiu o papel de Loomis, Walls permaneceu no filme no papel menor de Steve Orth, namorado de Casey Becker. David Arquette também foi cotado para o papel de Loomis, mas estava mais interessado no papel de Dewey Riley, o irmão mais velho de Tatum. O papel, descrito como “hunk”, foi considerado mal adequado para a aparência magra de Arquette, mas ainda assim, ele fez a audição. Craven apreciou sua abordagem mais doce e divertida para o personagem e deu-lhe o papel.
Matthew Lillard fez teste para o papel de Stu Macher, namorado de Tatum e amigo de Loomis, quando foi acompanhar sua namorada para uma audição, não relacionada ao filme, que estava ocorrendo no mesmo prédio. A diretora de elenco, Lisa Beach, viu-o em um corredor e pediu-lhe que fizesse uma audição. Ele entrou no papel com uma “ferocidade incrível”. O papel de Randy Meeks foi disputado entre Jamie Kennedy, Jason Lee e Breckin Meyer. Os produtores preferiram Kennedy, acreditando que ele melhor encarnou o personagem, apesar deste nunca ter tido papéis importantes no cinema. Ainda assim, o estúdio queria um ator mais experiente do que ele para interpretar o personagem, mas os produtores estavam convencidos de que ele era a melhor escolha e insistiu, com sucesso, para mantê-lo. Roger L. Jackson, voz do personagem Ghostface, foi escolhido no final de várias semanas da escolha de elenco em Santa Rosa, onde partes do filme foram filmadas. Inicialmente, os produtores pretendiam que sua voz fosse dublada durante a pós-produção. Porém, decidiram que a contribuição de Jackson era perfeita e a manteve. Craven descreveu-a como uma voz “inteligente” e “assustadora” que se tornará indispensável para a série. Para facilitar o seu desempenho, não foi permitido que Jackson conhecesse os outros atores, impedindo-os de associar um rosto com a voz. Jackson estava presente no set, mas só pôde falar com os atores por telefone.
Outros membros secundários do elenco incluem William Earl Brown como Kenny, o cinegrafista de Gale Weather; Joseph Whipp como o xerife Burke; Lawrence Hecht como Neil Prescott, o pai de Sidney; e C.W. Morgan como Hank Loomis, pai de Billy. Liev Schreiber apareceu em um papel menor como Cotton Weary, injustamente acusado pelo assassinato da mãe de Sidney. Atriz Linda Blair fez um breve cameo como a repórter de televisão fora da escola. Henry Winkler como o diretor Himbry.
Problemas na Produção e Filmagens: As filmagens duraram oito semanas, de 15 de abril até 8 de junho de 1996, com um orçamento de 15 milhões de dólares. Os irmãos Weinsteins queriam filmar em Vancouver, Canadá, porque poderiam economizar cerca de um milhão em comparação nos Estados Unidos. Porém, Craven insistiu que fosse gravado nos Estados Unidos, pois queria fazer um filme “verdadeiramente americano”. A discussão em relação aos locais de filmagens, quase fez com que o diretor fosse demitido do projeto, mas os Weinsteins finalmente concordaram em manter a produção no país. A equipe pensou em gravar na Carolina do Norte, mas os locais que eram apropriados para as filmagens necessitavam de construção, reparos ou modificação, o que aumentaria ainda mais os custos.
O estado da Califórnia mostrou-se ser um local ideal. A produção encontrou locais apropriados como o condado de Sonoma e as cidades de Santa Rosa, Healdsburg e a baía Tomales. A casa de Casey Becker está localizada a sudeste de Santa Rosa na Estrada de Sonoma Mountain, em frente à casa usada no filme de terror Cujo (1983). A residência de Sidney Prescott está localizada perto de Calistoga, ao norte de Santa Rosa. Já a de Tatum está situada na Avenida McDonald em Santa Rosa, ao lado das casas usadas em Shadow of a Doubt (1943) e Pollyanna (1960). A propriedade de Stu, local onde ocorre o final do filme, localiza-se na estrada Tomales, leste de Tomales Bay, que ficara disponível um pouco antes das filmagens, após a morte de seus proprietários. A praça da cidade de Woodsboro, incluindo a fonte onde o elenco principal se reúne no início do filme, foi filmada na cidade de Healdsburg. A loja de vídeo onde Randy trabalha é chamada de Vídeo Bradley e também se localiza em Santa Rosa.
Em relação à Escola Secundária de Woodsboro, Craven queria um edifício estilo “americano”, então os produtores escolheram a Escola de Ensino Médio de Santa Rosa. O conselho escolar insistiu em ver o roteiro e, após lê-lo, imediatamente se opôs à violência contra crianças e adolescentes e ao diálogo “sombrio” do diretor Himbry. Os jornais locais criticaram o projeto, e os pais dos alunos da instituição se opuseram às gravações do filme em instalações escolar. Essas oposições foram devido a violência do filme que lembra o sequestro e assassinato de Polly Klaas, ocorrido três anos antes, que deixou a área temerosa. Contudo, a produção recebeu apoio dos alunos e de alguns moradores locais, que reconheceram que benefícios econômicos seriam gerados pela presença do filme. Outros, defenderam os direitos do filme na Primeira Emenda. A disputa resultou em um debate de três horas que aconteceu em 16 de abril, um dia após as filmagens começarem, pois o diretor não queria que a produção atrasasse e começou a filmar como programado, no dia 15. Ele começou com a cena de abertura do filme, que apresenta Barrymore; a cena levou cinco dias para ser concluída. Posteriormente, surge a notícia de que a permissão para gravar na Escola de Ensino Médio de Santa Rosa foi negada, fazendo com que os produtores encontrassem outro local para a escola, que acabou por filmar no Sonoma Community Center, a sudeste de Santa Rosa.
As filmagens receberam críticas desde o início. Bob Weinstein não gostou da máscara de Ghostface, dizendo que não era “assustadora”. Depois de analisar todas as imagens da cena de abertura, o estúdio estava preocupado de que o filme estava progredindo em uma direção indesejada e até pensou em substituir Craven. Para reduzir suas preocupações, o diretor e Patrick Lussier desenvolveram uma versão rudimentar de cena de abertura com 13 minutos para mostrar como o filme poderia ser concluído. Depois de ter acesso ao vídeo, o estúdio deixou Craven continuar na direção, e após ver a máscara “em ação”, Weinstein ficou convencido e achou-a assustadora. O terceiro e último ato do filme, com mais de quarenta minutos de duração, é ambientado numa festa na casa onde Ghostface ataca. Ele foi filmado em uma propriedade vaga em Tomales e durou mais de 21 noites para a conclusão, porque a produção tinha que parar ao amanhecer. A cena, rotulada “cena 118”, foi considerada a mais difícil de gravar, pois ocorreu inteiramente em um local onde as histórias de vários personagens evoluem e, também, onde muitos são mortos. Os atores passaram semanas realizando as intensas cenas emocionais e físicas, cobertos de sangue e ferimentos falsos.
Uma semana antes do final das filmagens, o diretor de fotografia Mark Irwin fora demitido após uma revisão das gravações, na qual Craven percebeu que as filmagens estavam fora de foco e inutilizáveis. Ele pediu para que Irwin demitisse sua equipe de filmagem, mas este retrucou que se ela fosse demitida, também teriam que demiti-lo. A produção resolveu o demitir e substituíram-no por Peter Deming, que terminou o filme.
Ghostface: Para produzir os efeitos violentos no filme, os produtores contrataram os maquiadores de efeitos especiais Howard Berger, Robert Kurtzman e Gregory Nicotero da KNB Effects. Uma das primeiras tarefas foi a produção de uma máscara para o assassino. Em seu roteiro, Williamson apenas descreveu o antagonista como um “assassino com máscara”, não fornecendo informações específicas sobre o modelo dela ou até mesmo do traje. Enquanto explorava a localização das filmagens, Marianne Maddalena encontrou a máscara de Ghostface dentro da casa que foi usada para o filme Shadow of a Doubt. Ao vê-la, Craven interessou-se imediatamente e propôs seu uso, mas os direitos da máscara pertenciam à Fun World, uma empresa de fantasias. Foi-lhe dito para criar uma nova máscara para que a produção pudesse ter todos os direitos. Então, a KNB desenvolveu vários esboços de máscaras de diferentes formas, porém, todas com aspectos monstruosos, com algumas possuindo até presas.[10] O diretor não encontrou nenhuma com o design da original, então pediu que a KNB desenvolvesse uma baseada nela, com diferenças suficientes para evitar qualquer reivindicação de direitos autorais. A equipe desenvolveu vários moldes com base na original, mas Craven não encontrou nenhuma máscara bem o suficiente para satisfazer as suas expectativas. Desesperado para usá-la, finalmente convenceu o estúdio pedir à Fun World permissão de uso, e esta foi concedida. Enquanto as negociações estavam em andamento, a KNB conseguiu criar uma máscara de espuma fina muito semelhante à original que foi usada em duas cenas do filme: a cena de abertura com a personagem de Barrymore e o assassinato do diretor Himbry. Porém, Craven não gostou dela devido às suas ligeiras diferenças da original e, portanto, usou o design da Fun World pelo restante das filmagens.
A KNB Effects produziu mais de 50 galões de sangue falso, normalmente feito de xarope de milho e corante alimentar, para criar os efeitos visuais de graves ferimentos. Para o efeito de esfaqueamento, a produção utilizou lâminas dobráveis para evitar lesões. Em uma das cenas finais, é usado um guarda-chuva com ponta retrátil contra Ulrich, que usava um colete protetor sob sua camisa. Na segunda sequência do ataque, o colete desamarrou e feriu-o no peito, afetando uma ferida de uma operação de cirurgia cardiovascular. A dor real do ator foi registrada e usada no filme.
Segundo a produção, os efeitos especiais mais complexos foram os cadáveres dos personagens Casey Becker e Steve Orth. Este último foi estripado desde o tórax à pelve e seus órgãos internos foram postos para fora e “rolaram” até seus pés. Para permitir que Walls ainda continuasse a se mexer e fingir a morte depois que seu personagem é retalhado, a KNB projetou uma cadeira sem apoio traseiro. O ator se ajoelhou atrás dela e apenas sua cabeça aparece, enquanto o restante do corpo é de manequim. O abdômen falso foi preenchido com borracha, látex e pedaços de gelatina manchados com sangue falso que representam os órgãos internos que poderiam cair por conta própria sem a necessidade de usar computação gráfica. O segundo efeito complexo foi a personagem de Barrymore sendo estripada e pendurada em uma árvore. A equipe utilizou uma abordagem semelhante à anterior, porém replicou o corpo inteiro da atriz, pois seria impossível esconder seu corpo real atrás do manequim e pendurá-lo.
Censura, Cortes e MPAA: Com o fim das filmagens em junho de 1996, Craven passou dois meses editando o conteúdo final. Ele teve conflitos repetidos com o sistema de classificação de filmes Motion Picture Association of America (MPAA) em relação ao conteúdo de algumas cenas, sendo forçado a limitar ou diminuir as cenas mais intensas e a violência geral para evitar uma classificação NC-17 (crianças abaixo de 17 anos), que é considerada “suicídio na bilheteria” — os cinemas e lojas, muitas vezes se recusam a comprar e distribuir produtos que obtêm esta classificação. Embora a Dimension já tivesse lançado filmes classificados com NC-17, a classificação tornou esses filmes difíceis de comercializar, atraindo poucos espectadores. A produtora estava preocupada para que a obra recebesse pelo menos uma classificação R (Restrito) e os produtores afirmaram que os cortes exigidos eliminariam os elementos-chave do filme e reduziam sua qualidade. A cena de abertura com Barrymore foi uma das partes mais difíceis de ser aprovada na MPAA, que exigiu cortes com base em sua “intensidade”. Craven mentiu, afirmando que ele tinha apenas uma tomada da cena e não poderia substituí-la por algo menos intenso, fazendo com que a MPAA a permitisse.
Craven enviou oito cortes diferentes do filme exigidos pela MPAA. As cenas violentas tiveram de ser cortadas ou reduzidas, como a morte sangrenta de Steve Orth, que foi necessário remover quaisquer movimentos dos órgãos internos do personagem; a cena em que Kenny tem sua garganta cortada foi preciso reduzir seu comprimento, pois a MPAA afirmou que a expressão angustiante do ator era “perturbadora”; assim como tiveram que encurtar o tempo em que a personagem Tatum Riley tem sua cabeça esmagada. A MPAA ainda teve problemas com uma cena no final, onde os assassinos (Ulrich e Lillard) esfaqueiam um ao outro, criando uma cena muito sangrenta, exigindo que o sangue não pudesse ser visto em movimento — como saindo do corpo, por exemplo. Seria improvável o filme alcançar uma classificação R sem os cortes exigidos. Com a data de lançamento aproximando-se, Bob Weinstein interveio e contatou pessoalmente a MPAA, porque ele acreditava que havia um mal entendido em relação ao gênero do filme e estavam concentrando-se demais nos elementos de terror, explicando que, embora concordasse com a avaliação de que o filme era “intenso”, a obra também tinha elementos cômicos e sátiros; não era apenas um filme de terror que glorificava a violência. A MPAA reconsiderou sua decisão e, pouco tempo depois, o filme recebeu a classificação R.
Trilha Sonora: Marco Beltrami recebeu elogios pelo seu trabalho como compositor do filme. Também compôs a trilha sonora dos outros filmes da série, sendo seu primeiro trabalho em um longa-metragem. A assistente de Craven, Julie Plec, queria um compositor que fosse “novo”, “moderno” e “maravilhoso”, então o nome de Beltrami foi sugerido por várias pessoas, fazendo com que a produção o contatasse para ele apresentar seu trabalho. Craven, impressionado com o que ouviu, pediu que o compositor fosse ao set para assistir os treze minutos iniciais do filme, que contêm a introdução e a morte da personagem de Barrymore.
Beltrami ficou encarregado de compor uma trilha para esta cena, que seria revista, posteriormente, pelos produtores e pelos irmãos Weinstein. Beltrami foi contratado para trabalhar no filme inteiro com base em seu trabalho para os treze minutos iniciais, mas ele não teve nenhuma experiência anterior em um filme de terror, e isso fez com que Craven e o editor Patrick Lussier ajudassem-no sobre como compor uma música que aumentaria a tensão e como enfatizar os momentos mais intensos do filme. O diretor queria que a música aumentasse intencionalmente a tensão durante as cenas onde a audiência já poderia prever o que aconteceria pela experiência de filmes de terror anteriores. O volume seria aumentado para indicar que o assassino estaria escondido atrás de uma porta, por exemplo, mas quando esta fosse aberta não teria nada.
Beltrami decidiu compor a música ignorando intencionalmente os estilos convencionais de terror, inspirando-se mais no estilo dos filmes ocidentais, tendo influência de Ennio Morricone.
Ao compor o tema para o personagem Dewey (Arquette), Beltrami o descreveu como um “peculiar” xerife do velho oeste e usou um acompanhamento de guitarra no estilo de Morricone. O tema de Sidney Prescott, intitulado “Sidney’s Lament”, apresenta um arranjo de coral feminino que expressa “tristeza” em relação à situação da personagem. O compositor afirmou que a “voz” que se ouve ao longo da melodia é a voz da personagem, “lamentando” a perda de sua mãe. Christian Clemmensen, da Filmtracks, chamou as vozes de “assustadoras” e considerou o tema como a “voz da franquia”; sendo este usado em todas os outros três filmes posteriores.
Para o tema “Altered Ego”, usado no confronto final com o assassino, usou-se efeitos “ondas” de vento, surdinas, agudo no trompete, grave no trombone/instrumentos de sopro, cordas no estridentes e entre outros. Em “Chasing Sidney”, Beltrami criou uma melodia mais vibrante para dar ênfase à perseguição de Sidney, e para isso, optou por metais e síncope de instrumentos de percussão, além de ritmos típicos de filmes ação. O papel dos efeitos eletrônicos sempre usados no fundo musical são para acentuar o lado terrível e de pânico na música. O compositor também traz a emoção real de Sidney para o filme através das performance orquestrais, não hesitando em “A Cruel World”, no qual retrata e evoca o isolamento da personagem tentando esquecer as más recordações ressurgentes dos primeiros assassinatos [de Casey e Steve]. Para expor a fragilidade foi necessário a melodia de piano acompanhado de harpa, cordas e algumas vozes femininas ligadas a Sidney. É essa tristeza quase introspectiva que traz uma emoção rara nesta terrível trilha sonora, trazendo ao mesmo tempo um alívio considerável ao compositor, pois o restante foram próprias de terror. Trouble In Woodsboro” também se destaca por sua atmosfera misteriosa onde Beltrami revela uma outra faceta de seu estilo: os ritmos pop eletrônico e sintetizadores modernos. Os sintetizadores ritmam e evocam o universo musical adolescente de Woodsboro na cena em que se descobre que Casey e seu namorado foram assassinados. A atmosfera trazida na música nesta cena é particularmente estimulante, uma mistura de mistério e apreensão. A última faixa da trilha sonora de Scream é nomeada “NC-17”, que aparece na cena de relação sexual entre Sidney e Billy, que foi feita com base em uma nova voz usada do tema de Sidney [“Sidney’s Lament”] juntamente com ritmos eletrônicos modernos e sensuais. Toda a beleza e fragilidade da personagem são mostradas nesta parte, tida como “bela” e “indispensável” para a trilha sonora do filme.
O analista Jeff Smith descreve a escolha musical como: Um comentário irônico sobre a brutalidade que acabamos de ver na sequência de abertura. Mais importante ainda, no entanto, a alusão ao clássico Blue Öyster Cult reformula o título da música literalizando o seu significado. Enquanto o próprio título invoca o Reaper como um símbolo popular para a morte, o filme apresenta-nos com uma pessoa real, que não só se veste como Grim Reaper, mas também desencadeia vingança homicida sobre os outros personagens da obra. A ironia aqui, é claro, é que o próprio Billy é um dos dois assassinos do filme e, de fato, é o Reaper que se teme.
A música “Red Right Hand”, da Nick Cave and the Bad Seeds, ouvida no primeiro filme, também é usada em Scream 2 e Scream 3. Nick Cave realizou uma versão da faixa escrita especificamente para Scream 3. Uma versão alternativa do vídeo musical “Drop Dead Gorgeous”, da banda Republica, com clipes do filme, foi exibida em redes musicais, como a MTV. Embora a música possa ser ouvida no filme, ela não está incluída no álbum da trilha sonora. A canção também foi usada em um dos comerciais de televisão do filme. O álbum da trilha sonora não foi considerado um sucesso, deixando de aparecer no Billboard 200. AllMusic premiou-o com 3 em 5 estrelas.
Crítica: Scream foi bem recebido pela crítica após seu lançamento. No agregador de resenhas Rotten Tomatoes, obteve “Certified Fresh” 79% de aprovação com base em 66 análises, com o consenso de que: “A desconstrução revolucionária do gênero pelo ícone do terror Wes Craven é inteligente, espirituosa e surpreendentemente eficaz em um filme slasher em si, mesmo que seja um pouco insolente demais para alguns”. No Metacritic, o filme detém uma pontuação de 65 em 100, com base em 25 avaliações, indicando avaliações “geralmente favoráveis”. Peter Stack, do San Francisco Chronicle, apreciou a mudança dos filmes slasher adolescente da década de 1980 e suas “intermináveis sequências laboriosas e não qualificadas”. Kevin Thomas, do The Los Angeles Times, chamou-o de “uma bravura, provocante de envio de imagens de terror” e elogiou o filme por ser “assustador e terrível”, evitando um senso de “morbidade”. Adam Smith, da Empire, descreveu-o como “inteligente, ativo e divertidamente sangrento”. O roteiro de Williamson foi elogiado por ter uma “trama diabolicamente complicada e inteligente” que “mistura habilmente a ironia, auto referência e comentário social irônico com calafrios e derramamentos de sangue”. Time Out London.com apreciou a inteligência e as ameaças do filme, e elogiou o elenco: “finalmente, um filme de terror para gritar!” Film4 citou New Nightmare (1994), do próprio Craven, e seus personagens auto conscientes como inspiração para Scream, mas declarou que, enquanto New Nightmare foi um “fracasso nobre – muito inteligente, mas inegavelmente pouco assustador”, Scream não é “simplesmente inteligente, […] a partir da cena de abertura de tirar o fôlego (com Barrymore como a garota em perigo) em diante é simplesmente aterrorizante”.
O crítico Roger Ebert, do Chicago Sun-Times, premiou-o com três estrelas de quatro permitidas, gostando “das piadas e dos personagens autoconscientes”, mas ficou confuso se o nível de violência foi “desarmado pela ironia que o filme o usa e dialoga”. “Comparado com a maioria dos filmes de terror atualmente, este é ouro: não é estúpido e nem ridículo, e consegue dar espantos bastante desagradáveis”, escreveu Frank Lovece para a TV Guide. O crítico Keith Phipps, do The A.V. Club, deu-lhe quatro estrelas e meia de cinco, chamando-o de “Finamente trabalhado, tenso e assustador, do início ao fim”. Leonard Klady, da Variety, o recebeu com críticas mistas: “Embora o conteúdo seja mais inteligente do que o usual e tenha um toque incomum no terceiro ato, ele também emprega alguns estereótipos muito fracos”, embora elogiou o “forte” elenco, destacando as performances de Campbell e Ulrich como “carismáticas”. Paul Malcolm, da revista L.A. Weekly, elogiou-o: “Um filme meta-horror que parodia graciosamente o gênero com clichês e sabedoria. É também o mais assustador filme que Craven fez desde A Nightmare on Elm Street”, e Marc Savlov, do Austin Chronicle, concordou “Craven obviamente está com a bola aqui, e é impossível não se sentar para uma olhada neste passeio sombrio e sangrento.”Elogios também vieram de James Berardinelli, do site ReelViews, “Scream é uma raridade: uma paródia de filmes de terror que consegue quase que provocar medo como risadas.”
Marcelo Milici, do site brasileiro Boca do Inferno, deu-lhe a classificação máxima de cinco caveiras, afirmando: “Divertido do começo ao fim, Pânico é um filme obrigatório para todos aqueles que curtem filmes de terror! Uma lição de sobrevivência para o gênero e para aqueles que um dia tiverem que responder perguntas sobre produções assustadoras para sobreviver a um assassino mascarado! A propósito, qual é o seu filme de terror favorito?”
Janet Maslin, do New York Times, não apreciou-o muito, dizendo que “não tudo de Scream é tão arrepiante. Craven quer as coisas em ambos os sentidos, reunindo o material assustador enquanto o aparece com um humor zombeteiro. Nem mesmo os fãs de terror que podem responder todas às perguntas triviais desse filme podem estar totalmente confortáveis com uma mistura tão abusiva”. A BBC afirmou que o filme tinha promessa, dizendo “Parecia ser inteligente, perigoso, espirituoso e fresco”, mas passou a rotulá-lo como derivado dos filmes que satirizou: “Scream se esgota de humor e, por sua vez, rouba de si mesmo a chance de fazer com que o público tome as emoções e os derramamentos [de sangue] que oferece seriamente”.
Moura do Noset afirmou que o filme é uma obra de arte que recria o terror Slacher de maneira gloriosa, mas apesar disso o filme acaba sendo longo e no final cansativo.
Premiações e Reconhecimentos: Desde sua estreia, Scream é tido como um dos melhores filmes do seu gênero e frequentemente tem entrando em listas ou classificações como tal. Em junho de 2001, como parte do AFI de 100 Anos…, do Instituto Americano do Cinema, o filme foi escolhido como um dos candidatos para entrar na lista “100 Anos… 100 Suspenses”. Em 2003, o personagem Ghostface foi nomeado na categoria “100 Anos… 100 Heróis e Vilões” e, em 2005, “Você gosta de filmes de terror?”, frase falada por Roger Jackson (dublador da voz de Ghostface), foi nomeada ao “100 Anos… 100 Citações em Filmes”, uma lista das melhores citações cinematográficas.
Em 2008, o periódico americano Entertainment Weekly elegeu-o 32.º melhor filme sobre o colegial de sempre e apelidou-o de um “Novo Clássico”, classificando-o no 60.º dos 100 Melhores filmes dos últimos 13 anos.
Em 2004, a cena de abertura com a morte da personagem de Barrymore posicionou-se no número 13 dos 100 Momentos Mais Assustadores do Cinema (no original, 100 Scariest Movie Moments), do Bravo, assim como na lista de mesmo nome feita pelo The A.V. Club em 2016, na qual ficou no segundo lugar. Na divulgação da Empire dos “500 Melhores Filmes de Todos os Tempos”, alcançou a 482.ª posição. A revista Complex listou-o em várias de suas publicações, como em sua lista de “Personagens de filmes dos anos 90 que você cresceu apaixonando” (Tatum Riley), o 31.º dos “50 melhores filmes dos anos 90”, o décimo dos “25 melhores filmes slasher já feitos” e dos “15 melhores terror-comédia de sempre”, a 6.ª das “25 heroínas de filmes terror mais duronas” (Sidney Prescott) e fechou a lista dos “75 cartazes de filmes mais icônicos de todos os tempos”. Além disso, figurou na lista “Os Melhores filmes de terror de todos os tempos”, compilada pela Time Out, que escreveu “O conhecimento dos personagens e do público [sobre filmes de terror] de alguma forma conspirou para tornar tudo mais convincente – se não ‘real'”, assim como nas publicações de mesmo título das revistas Empire, ficando na terceira classificação, e da Paste, na 52.ª posição.
Ghostface ficou em 2.º lugar na lista dos dez melhores vilões slasher para o site Fandango,[110] entre os “30 Vilões Mais Cruéis de Filmes de Terror”, numa contagem feita pelo site Games Radar.
Em 2012, numa votação dos leitores do site IGN, ficou em #19 na lista dos “25 Maiores Vilões de Sempre do Terror” e em 2013, numa outra votação semelhante para a revista Paste, em #8 entre os “10 Vilões Mais Icônicos de Filmes de Terror”.
Pela sensação que o filme tornou-se após o seu lançamento, recebeu diversas nomeações a prêmios nacionais e internacionais. Nos Prêmios Saturno de 1996, recebeu seis indicações, das quais venceu três, sendo indicado nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Ulrich) e Melhor Atriz Coadjuvante (Barrymore) e vencendo nas de Melhor Filme de Terror, Melhor Atriz (Campbell) e Melhor Roteirista (Williamson). No MTV Movie Awards de 1997 foi indicado a Melhor Desempenho Feminino (Campbell) e venceu Melhor Filme.
Assassinatos Baseados na Obra Fictícia: Após seu lançamento, Scream foi acusado de inspirar crimes iguais aos que se passam nele e induzir atos violentos.
Nos EUA, em janeiro de 1998, Mario Padilla, de 16 anos na época, e seu primo Samuel Ramirez, de 14 anos, esfaquearam a mãe de Mario, Gina Castillo, 45 vezes, matando-a. O caso tornou-se conhecido como o “Scream Murder” (na tradução literal, o “Assassinato de Scream”) e ganhou atenção da mídia depois que os garotos alegaram que foram inspirados por Scream e Scream 2. Eles confessaram que precisavam do dinheiro adquirido com o assassinato de Gina para comprarem dois trajes de Ghostface e um trocador de voz para cometerem mais assassinatos. Durante o julgamento, a psicóloga Madeline Levine, que estudou o efeito da violência em crianças, declarou: “Havia inúmeras razões pelas quais eles agiram desta maneira. Mas o filme ajudou? Absolutamente!”. Esperava-se que o caso destacasse os efeitos de filmes violentos em adolescentes. No entanto, o juiz John Cheroske decidiu que a ligação com Scream seria proibida e que o caso não deveria ser chamado de “Scream Murder”, recusando o acesso de meios de comunicação no tribunal e ordenando que o caso fosse julgado como apenas assassinato e nada mais.
Em 17 de janeiro de 1999, Ashley Murray, de 13 anos, foi esfaqueado várias vezes na cabeça e nas costas, antes de ser deixado para morrer por seus então amigos Daniel Gill, 14, e Robert Fuller, 15. Mais tarde, ele foi encontrado e salva por um idoso que estava passeando com seu cachorro. A dupla foi apelidada de “Atacantes de Scream” depois que foi alegado que tinha assistido ao filme pouco antes do ataque, sendo, posteriormente, encontrado desenhos da máscara de Ghostface em seus pertences. Eles também foram acusados de abuso físico, posse de drogas e exposição à magia negra em suas casas. Murray, que posteriormente testemunhou contra os dois, afirmou que acreditava que o filme poderia ter influenciado o ataque.
Em 4 de maio de 1999, após o Massacre de Columbine e os crescentes relatórios da mídia sobre os efeitos de filmes, jogos e outros meios violentos na sociedade, o Comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado dos Estados Unidos realizou uma reunião sobre a influência da publicidade de filmes de Hollywood sobre os jovens. O comitê focou especificamente em filmes de terror. A cena de abertura de Scream, ou o assassinato da personagem de Barrymore, foi mostrada na reunião como um exemplo de mídia negativa que pode ser vista pelos jovens ou crianças.
Na França, em abril 2000, em Fontenay-aux-Roses, no Altos do Sena, Nicolas, de 16 anos, colocou a máscara de Ghostface e agrediu e esfaqueou o pai e a madrasta. Dois dias mais tarde, em Sarcelles, outro adolescente também foi preso por brigar usando o traje e armado com uma faca.
No ano seguinte, em Saint-Cyr-l’École, cinco jovens usando a máscara assaltaram e estupraram uma jovem de 21 anos. Em junho de 2002, na comuna de Saint-Sébastien-sur-Loire, um estudante de 17 anos, vestindo o traje de Ghostface, assassinou Alice, uma de suas colegas, de 15 anos. O garoto, que de acordo com a sua família não mostrava nenhum transtorno mental, tinha “decidido matar alguém”, afirmou aos investigadores. Após esfaquear a vítima 42 vezes, fugiu, após a chegada de um vizinho. Antes de morrer, ela teve tempo de dar o nome de seu assassino, e, em 19 de novembro de 2004, o tribunal de Rennes lhe condenou a 25 anos de prisão (embora a sentença de 22 anos fora imposta em primeira instância).
Slachers: Antes do lançamento de Scream, a popularidade do gênero de terror tinha sido considerada em declínio, pois muitos filmes eram lançados diretamente em vídeo ou os que eram lançados nos cinemas eram sequências de franquias populares, como Halloween, Sexta-feira 13, A Nightmare on Elm Street e The Texas Chainsaw Massacre, que atraiam audiência mesmo com a diminuição do orçamento e a baixa recepção crítica. O excesso de sequências contribuiu para a familiaridade do público com os ícones dos anos 70 e início dos anos 80, como Freddy Krueger e Jason Voorhees, que já tinham perdido a capacidade de causar sustos ou interesse no público. Scream, utilizando um elenco popular e atraente e um roteiro inovador que zomba dos clichês de terror, foi creditado com a mudança do status decadente do gênero, tornando-se um sucesso financeiro e crítico e impulsionando as carreiras de muitos dos atores do elenco.
Tão grande que foi o impacto cultural do filme que alguns críticos consideram a criação de uma nova era “Pós-Scream”. Após sua exibição, muitas produtoras, incluindo a própria Dimension Films, aproveitaram de seu sucesso inesperado e lançaram filmes como I Know What You Did Last Summer (1997) e Urban Legend (1998), bem como sequências de filmes populares que estavam em queda, como Halloween H20 e Bride of Chucky. O filme também inspirou o desenvolvimento do roteiro de Get Out (2017).
Scream já foi referenciado em diversos filmes. Em 2000, o filme Scary Movie teve Scream e I Know What You Did Last Summer como suas paródias centrais. As principais referências de Scream incluem o personagem Ghostface e o assassinato de Drew Decker na cena de abertura (uma referência a Drew Barrymore, que interpretou Casey Becker). Também há Cindy Campbell, uma referência à personagem Sidney Prescott (Campbell); a personagem Gail Hailstorm, referência à Gale Weathers, e Doofy Gilmore, referência a Dewey Riley. Buffy Gilmore é uma paródia da personagem de Helen Shivers em I Know What You Did Last Summer, interpretada por Sarah Michelle Gellar, e seu nome é uma referência ao papel de Gellar como Buffy Summers na série de TV Buffy the Vampire Slayer. Greg Phillipe e Bobby Prinze são referências a Ryan Phillippe e Freddie Prinze Jr., que interpretam Barry William Cox e Ray Bronson em Last Summer, respectivamente; assim como Jennifer Love Hewitt, que estrelou em Last Summer, é também referenciada, quando Cindy diz: “Love Hewitt, ‘peitões’, provavelmente seria escolhida para interpretar meu papel em um filme”. Scream também foi parodiado em Shriek If You Know What I Did Last Friday the Thirteenth (2000).
Pânico 2 (1977):
Com um orçamento de US$ 24 milhões e uma incrível receita de US$ 172 milhões, Scream 2 (Pânico 2) é um filme americano, do gênero slasher, lançado em 1997, dirigido por Wes Craven e escrito por Kevin Williamson. Trata-se da segunda parte da quadrilogia Scream.
O filme se passa um ano após os acontecimentos de Scream e segue novamente a história de Sidney Prescott (Neve Campbell), que frequenta a ficcional Universidade de Windsor, local que se torna o novo alvo de ataques de um “novo” Ghostface, utilizando o mesmo traje como no primeiro filme. Dewey Riley (David Arquette), Gale Weathers (Courteney Cox), Randy Meeks (Jamie Kennedy) e Cotton Weary (Liev Schreiber), todos presentes no primeiro filme, voltam nesta sequência, e também foram contratados novos atores, como Jerry O’Connell, Elise Neal, Timothy Olyphant, Sarah Michelle Gellar, Jada Pinkett Smith, Omar Epps e Laurie Metcalf.
Como no seu antecessor, Scream 2 combina a violência do gênero slasher com elementos de comédia e mistério “Quem matou?” enquanto satiriza os clichês das sequências de vários filmes. O filme foi seguido por duas continuações, Scream 3 (2000) e Scream 4 (2011).
A produção sofreu diversos problemas técnicos, principalmente quando o roteiro vazou na internet, revelando a identidade dos assassinos e uma boa parte do enredo. Como o tempo para finalizar a produção já estava se esgotando, o roteiro foi reescrito várias vezes e algumas cenas foram escritas no dia da filmagem delas. Apesar destas controvérsias, Scream 2 foi um enorme sucesso comercial e crítico, ganhando 172 milhões de dólares no mundo inteiro e recebeu vários prêmios e indicações, com alguns críticos afirmando que o filme supera o original em termos de qualidade.
Novamente, a trilha sonora de Beltrami foi aclamada pela crítica, embora alguns críticos tenham afirmado que as partes mais memoráveis do filme tiveram suas músicas criadas pelos compositores Danny Elfman e Hans Zimmer.
Sinopse: Enquanto assistem ao novo filme dentro do filme “Stab” (“Apunhalada”), baseado nos assassinatos cometidos em Woodsboro, graças à publicação de um livro escrito por Gale Weathers (Courteney Cox), dois estudantes do Windsor College, Maureen Evans (Jada Pinkett Smith) e Phil Stevens (Omar Epps), são assassinados por Ghostface. Phil é esfaqueado na orelha enquanto tentava descobrir de onde viam uns gemidos estranhos no banheiro. O assassino, vestindo o traje de Ghostface, retorna ao cinema e senta-se ao lado de Maureen, e logo após a esfaqueia sete vezes. No início, a plateia acredita que fosse uma jogada de marketing, mas ela sobe no palco e fica gritando em frente do telão. O público não acredita no que vê, e em seguida ela morre.
No dia seguinte, os meios de comunicação, incluindo a jornalista local Debbie Salt (Laurie Metcalf), vão ao Windsor College, onde está Sidney Prescott (Neve Campbell), que estuda junto com sua nova melhor amiga Hallie McDaniell (Elise Neal) e seu novo namorado Derek Feldman (Jerry O’Connell). Randy (Jamie Kennedy) e o melhor amigo de Derek, Mickey (Timothy Olyphant), também estudam lá. Sidney recebe alguns trotes, mas é surpreendida quando assiste as notícias dos recentes assassinatos. Dois outros sobreviventes de Woodsboro chegam ao campus: o oficial Dewey Riley (David Arquette), que quer ajudar Sidney, e a repórter Gale Weathers, que quer cobrir o caso. Gale tenta arrumar um confronto entre Sidney e Cotton Weary (Liev Schreiber), que está tentando ganhar fama por conseguir provar-se inocente do assassinato da mãe de Sidney.
Curiosidades: Ao escrever o roteiro para Scream, Kevin Williamson também desenvolveu dois rascunhos de cinco páginas para possíveis sequências, e após o lançamento deste, o roteirista confirmou que já tinha em mente que na sequência a personagem Sidney Prescott estaria frequentando a universidade e um novo Ghostface começaria uma nova série de assassinatos. A Dimension Films concordou com uma sequência em março de 1997, ponto em que Williamson já tinha quarenta e duas páginas do enredo desenvolvido, que envolveu quatro assassinos diferentes, Derek, Hallie, Cotton Weary e Mrs. Loomis, que é a mãe de um dos assassinos do filme anterior. Em julho de 1997, as filmagens de Scream 2 começaram, mas depois que Williamson enviou seu roteiro à produção, este foi vazado na internet, revelando a identidade dos assassinos e uma grande quantidade do enredo; isso fez com que a equipe de produção continuasse as filmagens com apenas parte do roteiro, enquanto Williamson reescrevia o restante. Muitas cenas foram alteradas, mudando radicalmente o final do filme e os assassinos, e papéis como o de Randy Meeks e Joel foram são completamente modificados.
Para evitar que outro incidente e detalhes importantes do enredo fossem revelados, os atores não receberam as últimas páginas do roteiro até o início das filmagens e as páginas que revelavam a identidade dos assassinos foram fornecidas somente no dia em que a cena final fora filmada e apenas para os atores envolvidos nela. O cronograma de produção do filme já estava bastante curto, e o roteirista estava envolvido com outros projetos; o roteiro final foi detalhado em apenas algumas partes, forçando Craven escrever e desenvolver algumas cenas durante as gravações.
A Dimension Films considerou o desenvolvimento de uma sequência em janeiro de 1997, após o primeiro filme faturar mais de cinquenta milhões de dólares no mês de lançamento. A produção recebeu um sinal verde março de 1997 com um orçamento de 24 milhões, cerca de dez milhões a mais que o primeiro filme. Vários títulos foram considerados para a sequência, incluindo Scream Again, Scream Louder e Scream: The Sequel, antes de o estúdio decidir usar simplesmente Scream 2.
Neve Campbell tinha sido contratada para reprisar seu papel como Sidney Prescott em uma potencial sequência antes mesmo do início das filmagens de Scream. Sidney foi a única personagem que estava garantido que sobreviveria e voltaria no filme seguinte. Quando a produção de Scream 2 mostrou-se concreta, devido ao sucesso do primeiro, a Dimension Films acrescentou “mais opções” aos atores cujo personagem tinha sobrevivido no filme anterior; Courteney Cox como a repórter ambiciosa Gale Weathers, David Arquette como o xerife aposentado Dewey Riley, Jamie Kennedy como o fanático por filmes de terror Randy Meeks, Liev Schreiber como Cotton Weary e Roger L. Jackson voltou para seu papel como a voz do personagem Ghostface.
Após o retorno do elenco “sobrevivente” do primeiro filme, a produção focou em encontrar um elenco para o novo filme de maneira semelhante ao primeiro, buscando atores populares e com carreira sólida, em grande parte provenientes de programas de televisão da época. Em uma entrevista, a equipe de produção do filme observou que eles encontraram os atores que queriam significativamente mais fácil do que tinha sido para Scream, devido ao sucesso comercial e crítico deste filme, mas também declararam que a aparição anterior de Drew Barrymore deu ao gênero certa credibilidade que fez com que certos atores conhecidos se interessassem pelo novo filme.
O novo elenco incluiu Sarah Michelle Gellar como Cici Cooper, um membro jovem de uma irmandade e fã de cinema; Elise Neal como Hallie McDaniel, amiga e companheira de quarto de Sidney; Jerry O’Connell como Derek Feldman, namorado de Sidney; Timothy Olyphant como Mickey e Laurie Metcalf como a repórter local Debbie Salt. Muitos dos atores envolvidos na produção, incluindo Campbell, Cox, Gellar e O’Connell já estavam estrelando em séries de televisão na época em papéis principais, o que tornou a disponibilidade deles bastante limitada. Gellar, em particular, estava entre as filmagens do filme e da série Buffy the Vampire Slayer, e recentemente havia terminado seu trabalho em outro filme de Williamson, I Know What You Did Last Summer (1997). Ela admitiu em uma entrevista que concordou em se juntar ao filme mesmo sem ter lido o roteiro, e sua escolha foi devido ao sucesso do primeiro. Metcalf tinha acabado de completar seus nove anos na telessérie Roseanne quando ela começou a trabalhar no filme e Craven elogiou sua capacidade de interpretar a perturbada Sra. Loomis. Para conseguir o papel de Derek, durante a audição O’Connell e outros candidatos tiveram que fazer a cena do filme onde o personagem canta “I Think I Love You” no refeitório. O personagem Mickey foi atribuído a Timothy Olyphant, sendo seu primeiro papel principal em um filme.
Outros membros secundários do elenco incluem Lewis Arquette, pai de David Arquette, como xerife local encarregado de investigar os novos assassinatos; Duane Martin como Joel, o novo cameraman de Gale; Jada Pinkett e Omar Epps como Maureen Evans e Phil Stevens, as primeiras vítimas do filme, e Portia de Rossi e Rebecca Gayheart como as irmãs da fraternidade Lois e Murphy. Gayheart fez um teste para o papel de Tatum Riley no primeiro filme e fez várias audições em Scream 2 para os papéis de Cici Cooper, Hallie McDaniel e Maureen Evans, antes de conseguir o papel secundário de Lois.
Em papéis menores incluem Chris Doyle e Philip Pavel como os oficiais Richards e Andrews, designados para proteger Sidney; o ator veterano David Warner, que interpreta o professor de arte dramática de Sidney, e Nancy O’Dell como a repórter que entrevista Tori Spelling, que reprisaria o mesmo papel [como a repórter] nos filmes seguintes.Spelling, Luke Wilson e Heather Graham interpretaram os personagens Sidney, Billy Loomis e Casey Backer, respectivamente, no filme “Stab”, que foi inspirado no massacre de Woodsboro ocorrido em Scream. A escolha de Spelling foi devido a um comentário sarcástico que Sidney faz no primeiro filme dizendo que “eu seria interpretada por Spelling em um filme baseado em minha vida.” Marjean Holden estava cotada para atuar neste filme, interpretando Maureen Evans ou Hallie. No entanto, a atriz estava já atuando no filme Mortal Kombat: Annihilation, e sua agenda não permitiu que ela trabalhasse neste filme, pois ambos foram lançados no mesmo ano. As personagens foram interpretadas por Jada Pinkett Smith e Elise Neal, respectivamente.
Parte das filmagens aconteceram na Universidade da Califórnia em Los Angeles.
As filmagens de Scream 2 começaram em 16 de Junho de 1997 e terminaram em 28 de Agosto de 1997, num total de nove semanas e com um orçamento de 24 milhões de dólares. Geórgia, Atlanta e Los Angeles serviram de locação para representar o estado de Ohio, onde está situado o ficcional Windsor College. As filmagens ocorreram em Atlanta durante quatro semanas, antes de terminarem em Los Angeles. A cena de abertura do filme, que representa a estreia do filme ficcional “Stab”, foi filmada durante três dias no teatro Vista em Sunset Drive, Hollywood; sendo o exterior representado pelo teatro Rialto em South Pasadena, na Califórnia.
Devido ao grande número de figurantes estarem presentes durante a filmagem da cena, detalhes do enredo foram vazados pouco depois que as filmagens desta cena foram concluídas. Craven citou que foi um dos maiores casos de vazamento de um roteiro. A casa da república de estudantes que em Gostface liga para Cici Cooper e a casa onde ocorre uma festa nas proximidades foram filmadas em Pasadena, a leste de Los Angeles. O filme “Stab” foi filmado em Malibu. A universidade Agnes Scott, nos arredores de Atlanta e a Universidade da Califórnia em Los Angeles foram usadas para representar o Windsor College.
Depois do vazamento do roteiro no início das filmagens, a segurança em torno da produção foi significativamente aumentada, com foco em sets de filmagem fechados e restrições sobre a entrada de que poderia estar presente durante as gravações e de quem teria acesso ao roteiro, sendo necessário que todos os presentes assinassem um termo de confidencialidade. O próprio roteiro foi reimpresso em papel especial para evitar fotocópias e ser possível destruí-lo após o uso.
Censura, Cortes e MPAA: Craven teve conflitos com a Motion Picture Association of America em relação a proibição de menores de idade assistir ao primeiro filme, que recebeu uma classificação R nos Estados Unidos, ou seja, menores de idade somente acompanhados. Ele enviou à MPAA oito cortes diferentes e exigiu a intervenção direta do fundador da Dimension Films, Bob Weinstein, que conseguiu uma classificação necessária para lançar o filme sem cortes significativos.
Para evitar a mesma experiência em Scream 2, o diretor tentou manipular a MPAA enviando-lhe uma versão do filme que tinha sido editada, aumentando o sangue e violência para além do que eles realmente usariam; isso inclui o personagem de Omar Epps sendo esfaqueado na orelha três vezes, em vez de apenas uma como no filme, e uma versão mais longa da cena de morte de Randy Meeks, que mostrou sua garganta sendo cortada. A ideia de Craven era apresentar um material com muito mais sangue e gore para fazer com que ela exigisse a remoção deste conteúdo, para assim, ele manter a versão original do filme. No entanto, a MPAA concedeu a Scream 2 uma classificação R em razão do produto enviado por Craven, pois acreditava que a mensagem subjacente do conteúdo já foi suficientemente significativa para justificar a violência.
Trilha sonora: A partitura musical do filme foi composta por Marco Beltrami, que retorna depois de seu trabalho no primeiro filme. A música “Cassandra Aria”, que toca durante uma cena em que Sidney se apresenta em uma peça, foi composta por Danny Elfman. Trechos da partitura do filme Broken Arrow (1996), composta por Hans Zimmer, apareceram no filme como o tema do personagem Dewey, substituindo as faixas já feitas para o personagem na trilha sonora do filme anterior. Beltrami afirmou em uma entrevista que a composição de Zimmer foi usada na exibição teste do filme, pois a sua faixa ainda estava incompleta. A reação positiva do público na exibição teste para com a composição de Zimmer, fez com que o estúdio mantivesse seu trabalho, reduzindo o tema original de Dewey. Para não deixar o trabalho de Beltrami em vão, usou sua composição apenas nas cenas mais graves em que o personagem aparece. Em 14 de julho de 1998, a Varèse Sarabande lançou um álbum que continha faixas de Scream e Scream 2, sendo lançado a versão Scream 2: The Deluxe Edition em 2016, que incluiu o trabalho de Elfman e a trilha sonora completa de Beltrami.
A trilha sonora original de Scream 2 foi lançada em 18 de novembro de 1997 pela Capitol Records, uma divisão da EMI. A trilha consiste em 15 músicas de vários artistas dos gêneros R&B, Rap e Rock. O álbum ficou por dez semanas no Billboard 200, chegando a 50.ª posição, apresentando um desempenho significativamente melhor do que a trilha sonora de Scream, que não apareceu no Billboard 200. AllMusic, no entanto, premiou-o com apenas 2 estrelas em 5, nota menor que deu ao seu antecessor. Stephen Erlewine, da própria AllMusic, disse que o conteúdo do álbum era uma tentativa de compensar o filme anterior pela falta de uma trilha sonora de sucesso, mas a tentativa falhou, criando um álbum de músicas “desiguais”. Apenas uma música apresentada no filme não apareceu no álbum, a “Take Away the Fear”, composta por Jessica Craven, filha de Craven, e Mike Mancini, que toca na TV durante a cena em que o assassino liga para Cici. Em 4 de fevereiro de 1998, Scream 2: Music from the Dimension Motion Picture recebeu o certificado de ouro pela Recording Industry Association of America, significando que o álbum alcançou vendas superiores a 500 mil cópias.
A trilha teve influência de vários outros compositores famosos, incluindo Hans Zimmer, Elliot Goldenthal, Ennio Morricone e Christopher Young. Em particular, trechos da faixa do filme Broken Arrow, composta por Zimmer, pode ser ouvida. O site Filmtracks.com elogiou a trilha, apreciando a evolução de Beltrami em relação a seu trabalho em Scream, mas observou que as partes mais memoráveis do filme foram criadas pelos compositores Danny Elfman e Hans Zimmer. Porém, sem a adição da faixa “Cassandra Aria”, o site chamou o álbum de insatisfatório e premiou-o com 2 em 5 estrelas. AllMusic declarou que a trilha de Beltrami “capturou perfeitamente o hip-hop pós-moderno dos filmes Scream” e concedeu 3 em 5 estrelas.
Críticas: É uma das melhores sequências que saiu em anos, e, apesar de não chegar com a força emocional do primeiro filme, ainda é cabeça — estando acima da maioria desses outros filmes. Por Marc Savlov, do The Austin Chronicle.
Scream 2 foi bem recebido pela crítica após seu lançamento. No agregador de resenhas Rotten Tomatoes, obteve um “Certificado de Fresco” e marcou uma pontuação de 81% de aprovação com base em análises de 74 críticos. De acordo com o site, o consenso crítico do filme diz: “Tal como acontece com o primeiro filme, Scream 2 é uma piada divertida sobre os clichês de filmes de terror que consegue se divertir com as péssimas sequências desses filmes sem ser vítima do mesmo destino”. No Metacritic, o filme detém uma pontuação de 63 em 100, com base em 22 avaliações, indicando avaliações “geralmente favoráveis”. O website AdoroCinema atribui uma nota média 4/5, com base em resenhas dos usuários.
O crítico americano Andrew O’Hehir, do Salon.com, deu-lhe quatro estrelas e meia em cinco, dizendo: “Inevitavelmente um pouco mais remixado e menos surpreendentemente original do que seu antecessor — S2 é um filme engenhoso, muitas vezes divertido, que não diminui em nada a reputação de cult bem merecida de seu diretor.” Os críticos Gene Siskel e Janet Maslin, do The New York Times, deram comentários positivos, apesar de terem avaliado negativamente Scream; Maslin notou que “Scream 2 funciona quase como uma sátira direta. É tão afiado — perdoe a expressão — que nenhuma coisa muito jovem teve que morrer.” Roger Ebert, do Chicago Sun-Times, deu a obra três estrelas em quatro e afirmou que o filme foi “tão bom quanto o original”, mas lamentou que Scream 2 é mais agradável do que o original, e isso distrai do roteiro espirituoso”. Outro apreciador da produção foi Mick LaSalle, do San Francisco Chronicle, que declarou: “Embora Craven satirize clichês de terror, ele também sabe fazer coisas novas. Ao longo do filme, novos conteúdos vêm de forma inesperada e rápida.” Time Out London o recebeu com críticas mistas, chamando-o de superior à maioria dos outros filmes de terror, mas pobre em comparação a Scream; enquanto a Variety, que não recebeu muito bem o primeiro filme, recebeu positivamente a sequência, dizendo que: “os personagens discutem se alguma sequência já superou o original. Scream 2 certamente merece fazer parte desse debate”, e Richard Harrington, do The Washington Post, concordou, escrevendo “No começo, Randy sugere que sequências são por definição ‘inferiores’. Isso pode até ser, mas Scream 2 está mais para decepcionante do que inferior. Como seu antecessor, é assustador e divertido, e simplesmente não é tão singularmente elegante”. Entretanto, Marcelo Milici, do site brasileiro Boca do Inferno, discordou, afirmando: “No fim das contas, apesar dos defeitos, é um filme divertido, mas dificilmente entraria na discussão da turma da faculdade sobre continuações melhores do que os originais. Exterminador do Futuro 2…Aliens: O Resgate, sim…Pânico 2? Infelizmente, não!”, concedendo-lhe três caveiras e meia em quatro.
Kim Newman, da revista Empire, afirmou: “O filme tem alguns grandes momentos cômicos e aterrorizantes, mas sofre por não ser tão original quanto o original”, observando que, embora o filme tenha os mesmos elementos que fizeram de Scream um sucesso, eles não foram tão surpreendentes porque já estavam no primeiro.” “Paradoxalmente, há muito menos gore. Há sangue, é claro, mas nada excesso comparado aos padrões de filme slasher, e não há representações de tripas rolando. Craven recordou que os sustos são mais importantes que exibições gráficas de órgãos humanos e fluidos corporais”, escreveu James Berardinelli para o site ReelViews.
No entanto, houve críticas negativas em relação à morte do personagem Randy Meeks. John Muir, autor do livro Wes Craven: The Art of Horror chamou-a de “o momento mais devastador da sequência” e uma “mau mudança”, mas elogiou a evolução dos outros personagens sobreviventes do filme anterior, chamando os personagens de Campbell, Cox e Arquette de “carismáticos”. Em contraste, Muir criticou todos os novos personagens do filme, acreditando que nunca alcançaram a mesma profundidade do elenco de Scream devido ao foco de Scream 2 em aumentar a contagem de corpos e a violência em relação ao original, dizendo que o assassino do filme poderia literalmente ser qualquer um, pois nunca é fornecida ao público informações suficientes sobre os novos personagens, para que ele pudesse formar opiniões sobre eles. Ebert também comentou sobre isso, dizendo: “Não há como adivinhar quem está matando, e todos os que parecem suspeitos são (quase) prováveis de serem inocentes”.
Moura do Noset disse que gostou do filme, mas sem inovações, é mais do mesmo.
Premiações e Reconhecimentos: Scream 2 ganhou poucos prêmios em comparação com seu antecessor, com Campbell novamente recebendo a maioria das nomeações e vitórias. Ela recebeu uma nomeação ao Prêmio Saturno na categoria de Melhor Atriz e ganhou Melhor Desempenho Feminino no MTV Movie Awards. Apesar de ter uma breve aparição como “Sidney Prescott” no filme dentro do filme “Stab”, Spelling foi indicada ao Prêmio Framboesa de Ouro de Pior Nova Estrela. O filme também recebeu indicações ao Prêmio Saturno para Melhor Atriz Coadjuvante (Cox) e Melhor Filme de Terror.
Scream 3 (2000):
Com um orçamento de US$ 40 milhões, quase 3 vezes maior que seu original, e o maior até o momento da franquia, e mantendo a boa receita de US$ 162 milhões em todo mundo, Scream 3 (Pânico 3) é um filme americano de 2000 do gênero Slasher, dirigido por Wes Craven e escrito por Ehren Kruger. Estrelam nele David Arquette, Neve Campbell, Courteney Cox, Patrick Dempsey, Scott Foley, Lance Henriksen, Matt Keeslar, Jenny McCarthy, Emily Mortimer, Parker Posey, Deon Richmond e Patrick Warburton. Lançado como a terceira iteração da franquia Scream, originalmente o filme seria o capítulo conclusivo da série até 2011, quando esta continuaria na sequência, Scream 4.
Scream 3 é a única parte da franquia que não foi escrita pelo roteirista Kevin Williamson, porque ele estava então ocupado trabalhando com a série de televisão Wasteland, então a tarefa de escrever ficou para Kruger, que descartou muitas das notas de Williamson.
Sinopse: Em Hollywood, Los Angeles, a continuação dos filmes “A Punhalada”, está sendo gravada. “Stab – Return To Woodsboro” está sendo gravado por atores e atrizes importantes do cinema. Mas algo começa a dar errado, quando surge um novo assassino e começa a matar os atores, na mesma sequência que eles morrem no filme, e ainda por cima, deixa a foto de Maureen Prescott, mãe de Sidney Prescott, quando era mais jovem, sobre os corpos das vítimas.
Sidney, após as mortes que ocorreram no massacre que houve no Windsor College, três anos antes, está traumatizada e vivendo em uma casa de campo, no interior da Califórnia. O assassino agora liga para ela e a obriga sair de seu esconderijo para que vá até Hollywood acertar as contas com ele, pois se ela não for, mais celebridades continuarão morrendo, inclusive seus únicos amigos que restaram, Gale e Dewey. Sidney se vê obrigada a ir para Los Angeles enfrentar seu passado e descobrir muitas coisas sobre sua mãe.
Crítica: No Rotten Tomatoes, o filme tem uma taxa de aprovação de 39% com base em 122 avaliações e uma classificação média de 5,21/10. O consenso crítico do site diz: “Apesar de algumas reviravoltas surpreendentes, Pânico 3 vê a franquia caindo nas mesmas velhas fórmulas de terror e clichês que antes debochava.” No Metacritic , o filme tem uma pontuação de 56 em 100, com base em 32 críticos, indicando “críticas mistas ou médias”. No CinemaScore, o público deu ao filme uma nota média de “B” em uma escala de A + a F.
Time Out London foi particularmente crítico em relação ao filme, chamando de documentário de metaficção e uma pobre imitação do próprio filme de terror de Craven, New Nightmare. Sobre os personagens, Roger Ebert disse “os personagens são tão finos que são transparentes”, mas elogiou a aparência de Campbell, dizendo: “A câmera a ama. Ela poderia se tornar uma grande estrela e depois rir deste filme. ”
Em uma crítica positiva, o Los Angeles Times chamou o filme de “Genuinamente assustador e também muito divertido”, e a BBC afirmou que “como conclusão da trilogia, funciona de maneira mais eficaz do que qualquer um tinha o direito de esperar”.
A Variety também elogiou o filme como o fim da trilogia Scream , dizendo “Os aficionados serão os mais capazes de apreciar o quão espirituosamente Craven baixou a cortina em sua tão imitada série que revive o gênero” enquanto Empire chamou de “satisfatório”, embora acredite que a premissa da série tenha se desgastado.
Moura do Noset gostou da crítica do filme agora ser dirigida a Hollywood e sua fome por continuações, pena que este filme também seja um cansativo exemplo do que o próprio efeito o faz.
Hollywood: Pânico 3 também teve os mesmos problemas de produção e pós produção que seus antecessores, sendo acusado de levar o ódio e violência aos adolescentes, mas sua crítica as produções em Hollywood levantaram outras questões morais mais controversas.
Na esteira do escândalo envolvendo o produtor executivo dos filmes Scream Harvey Weinstein (estupro), várias publicações observaram os paralelos entre o comportamento de Weinstein e os temas de abuso apresentados no filme, especialmente aqueles envolvendo Maureen Prescott, a falecida mãe da protagonista da série de filmes, Sidney.
Em 2020, Adam White escreveu que o filme era “uma acusação furiosa de má conduta sexual em Hollywood, homens predatórios e o sofá de elenco”. Ele observou vários casos de “sexo transacional” dentro do filme, incluindo os personagens Jennifer e Angelina, ambas fazendo referências a fazer sexo com cineastas a fim de garantir papéis no filme Stab ficcional, e Carrie Fisher em uma participação especial (como uma sósia da própria Fisher), que afirma que o papel da Princesa Leia na franquia Star Wars foi conquistado por “aquele que dorme com George Lucas”. White também notou que Rose McGowan, que apareceu no primeiro Scream, mais tarde acusou Weinstein de estuprá-la em um quarto de hotel um ano depois que o filme foi lançado. McGowan revelou em 2017 que recebeu uma indenização de US$ 100.000 como resultado deste ataque.
Escrevendo para SyFy Wire, Emma Fraser comentou que ao longo da série, a falecida Maureen é ” envergonhada de vagabunda ” e ” culpada de vítima “. Fraser também lamentou a falta de exploração desses temas no filme, afirmando que o filme “poderia ter sido um olhar fascinante sobre os crimes dessa indústria e a relação que o horror tem com o sexo”.
Scream 4 (2011):
Com o mesmo orçamento de US$ 40 milhões de seu antecessor e a pior receita da franquia, com US$ 97 milhões, Scream 4 (Pânico 4) é um filme norte-americano do gênero terror, dirigido por Wes Craven, que estreou em 2011, tratando-se da quarta parte da bem-sucedida série cinematográfica Scream, de 1996.
No elenco Elenco Neve Campbell (Sidney Prescott), Hayden Panettiere (Kirby Reed), Marley Shelton (Judy Hicks), Courteney Cox (Gale Weathers), Emma Roberts (Jill Roberts), Aimee Teegarden (Jenny Randall), Lucy Hale (Sherrie Marconi) e David Arquette (Xerife Dewey Riley).
Sinopse: No décimo quinto aniversário dos assassinatos originais de Woodsboro, as estudantes Jenny Randall e Marnie Cooper são atacadas e brutalmente assassinadas por um novo Ghostface. No dia seguinte, Sidney Prescott retorna a Woodsboro para promover seu novo livro, Out of Darkness, com sua publicitária Rebecca Walters. Depois que a evidência é encontrada no carro alugado de Sidney, ela se torna uma suspeita nos assassinatos e deve permanecer na cidade até que os assassinatos sejam resolvidos. A prima adolescente de Sidney, Jill, que está lidando com a traição de seu ex-namorado, Trevor Sheldon, recebe um telefonema ameaçador de Ghostface. Ela e suas amigas, Olivia Morris e Kirby Reed, são questionadas sobre seus telefonemas por Dewey Riley, que agora é o xerife da cidade, enquanto um de seus deputados, Judy Hicks, o auxilia no caso. Enquanto isso, a esposa de Dewey, Gale Weathers-Riley, está lutando com o bloqueio do escritor. Ela desiste da escrita e decide investigar o assassinato em seu lugar.
Curiosidades: Cox e Arquette foram os primeiros a retornar à franquia. Em setembro de 2009, Campbell foi confirmada. Kevin Williamson confirmou que Cotton Weary, personagem de Liev Schreiber não iria retornar à franquia. Em maio de 2010, Hayden Panettiere e Rory Culkin assinaram contrato. Ashley Greene estava em negociações para viver a protagonista Jill, mas de última hora, Emma Roberts foi contratada. Lake Bell desistiu do papel da policial Judy Hicks e Marley Shelton a substituiu. Lauren Graham também saiu do elenco quando soube que sua personagem foi alterada e teria pouca participação no filme. Então a atriz Mary McDonnell entrou em seu lugar.
No começo de junho de 2010, Nico Tortorella anunciou pelo twitter que iria interpretar Trevor Sheldon. Marielle Jaffe e Anthony Anderson foram confirmados também. Após o início das gravações, Erik Knudsen, Adam Brody e Alison Brie também foram confirmados no quarto filme. Faltando poucos dias para o fim das gravações, Kristen Bell e Anna Paquin entraram no elenco, e Lucy Hale e Shenae Grimes confirmaram que fariam cameos (participações especiais). Aimee Teegarden e Brittany Robertson também foram confirmadas logo em seguida. Neve Campbell recebeu um cache de 5 milhões para retornar a franquia.
Com o orçamento de US$40 milhões, as filmagens começaram em 28 de julho, em Ann Abor e terminaram em 24 de setembro em Northville. Em fevereiro de 2011, Alison Brie, Aimee Teegarden e Brittany Robertson regravaram suas cenas.
Foram feitos testes em Pittsburgh em janeiro, que tiveram boas revisões pelos fãs que assistiram. O filme estreou no Brasil em 15 de abril de 2011, com cópias dubladas e legendadas.
Críticas: No Rotten Tomatoes tem uma classificação de 60% com o consenso crítico do site dizendo: “A franquia está mostrando a sua idade, mas Scream 4 é inegavelmente uma melhoria em relação ao seu antecessor, com um meta de humor suficiente e morte inteligente”. O Metacritic, que atribui uma pontuação média ponderada, dá ao filme uma 52 de 100 pontos, com base em 32 críticos, indicando “avaliações mistas ou média”.
Roger Ebert deu ao filme duas de quatro estrelas, criticando o filme por usar a fórmula clichê do gênero slasher, mas cumprimentando a direção de Craven e o diálogo de Williamson.
Moura do Noset disse que o filme entrega o que se propõe, e apesar de ser bom, deixou de ser inovador após o segundo filme repetindo a mesma formula onde qualquer um pode ser o assassino.
O produtor do filme Bob Weinstein afirmou que Scream 5 seria o quinto filme da franquia, mas foi cancelado e que o legado do vilão Ghostface vai viver através de uma nova produção para a tv exibida pela MTV Americana.
Wes Craven (diretor da franquia no cinema e adaptador da série) morreu dia 30 de Agosto de 2015 em Los Angeles na Califórnia vítima de um câncer no cérebro.
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